quinta-feira, 5 de maio de 2016

Geladeiras e fogão na cadeia eram legais, diz delegado da Polícia Civil

Jornal Cruzeiro do Sul
Ana Cláudia Martins




 Marcelo Munhoz e José Antônio Proença Martins de Melo, diretor da cadeia de Votorantim - ERICK PINHEIRO

Uma semana após a operação da Delegacia de Investigações Gerais Sobre Entorpecentes (Dise) de Sorocaba, que encontrou duas geladeiras, um fogão, 13 telefones celulares, 10 carregadores, 20 gramas de maconha e um canivete caseiro na cadeia feminina de Votorantim, o delegado e diretor do local, José Antônio Proença Martins de Melo, reuniu a imprensa para se pronunciar sobre o caso.

Segundo revelou Melo na manhã desta quinta-feira (5), a Polícia Civil constatou que os celulares apreendidos com as detentas foram arremessados pelo muro no fundo do prédio. Ele conta que as pessoas jogam os aparelhos por cima do muro e os mesmos caem na tela de proteção no pátio, que amortece a queda e em seguida caem no chão, e então as presas pegam os celulares.

O delegado também apurou que pelo menos dois aparelhos teriam entrado na unidade prisional, por meio de visitantes. Desde fevereiro do ano passado até o início deste mês, mais de 50 celulares já foram apreendidos com as presas da unidade, o que totalizaram 30 ocorrências no período, além da apreensão de drogas.

O diretor da cadeia explica que, há mais de um ano, o muro no fundo da unidade prisional foi aumentado, e também foram colocados três câmeras de segurança no local para tentar impedir os arremessos dos aparelhos dos aparelhos. Segundo ele, a cadeia também tem detector de metal que é utilizado na hora da revista, mas que em algumas vezes o equipamento não detecta aparelhos escondidos na genitália de visitantes.

Segundo Melo, as geladeiras apreendidas são usadas para guardar remédios das presas que são portadoras do vírus HIV e também para armazenar leite materno. O diretor da cadeia disse que elas estavam na unidade prisional há mais de 10 anos e que entrou na cadeia com a permissão do delegado da época.

O delegado disse ainda que o promotor de Justiça de Votorantim, Wellington dos Santos Veloso, enviou um ofício afirmando que não existem irregularidades em manter as geladeiras na cadeia em função disso. O documento foi uma resposta a Pastoral Carcerária de Votorantim, que pediu ao promotor para que os equipamentos possam permanecer na cadeia feminina de Votorantim.

Em relação ao fogão, segundo o delegado, é um equipamento caseiro usado para aquecer as marmitas das presas, não tendo também nenhuma irregularidade em tê-lo na unidade.

Na ocasião das apreensões, Melo não quis se pronunciar à imprensa. O delegado disse ainda que não falou antes sobre o caso porque estava apurando as informações para esclarecer os fatos.

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