Paralisação surpreende em Votorantim

Jornal Cruzeiro do Sul

Terminal fica fechado pela manhã e usuários reclamam - LUIZ SETTI

Em Votorantim, o terminal começou o dia fechado por correntes e os ônibus começaram a circular com 30% da frota apenas após às 8h30. O sindicato reconheceu que houve um atraso na liberação dos veículos da garagem do Grupo São João, que opera o serviço no município, mas divulgou que a empresa havia ordenado a retirada de todos os ônibus das ruas. O diretor do grupo, Marco Franco, negou a informação e disse que a empresa não interferiu na greve, mas reclamou da atitude do sindicato. "Eles incentivaram os motoristas a ficar com as "catracas livres"", apontou. Na cidade, não vigora a liminar que determina a manutenção de 40% a 70% da frota, mas a entidade respeitou o limite mínimo exigido para os serviços essenciais.
Com isso, muitas pessoas se aglomeraram na frente do terminal pela manhã. Foi o caso da doméstica Sônia Dias de Moraes Bueno, que reside no bairro Fornazari e foi a pé até o local. Por volta das 7h30 ela aguardava que a patroa deixasse os filhos na escola e a buscasse de carro. "Se não acabar essa greve não sei como vou voltar para a casa", declarou. Já o rasteleiro Cleber Júnior dos Santos, que sempre vai caminhando da sua casa até o terminal, ainda tinha esperança de que algum ônibus passasse por lá, onde aguardava por mais de duas horas. Sem saber que haveria a greve, ele não conseguiu ir até Sorocaba, através da linha Lajeado. "Vou acabar perdendo o dia de trabalho", reclamou.
No caso do operador de carga Ricardo Ferreira, o sentimento era de indignação. Ele contou que só tomou conhecimento da paralisação quando já estava no ponto de ônibus e ligou o rádio do celular. "Consegui uma carona até o terminal e estou esperando outra para ir até o Jardim Capitão, onde trabalho", detalhou. Ele considerou a greve um desrespeito com a população, que acaba sendo a mais prejudicada. "Eu mesmo não tenho opção para voltar, vou ter que contar de novo com a solidariedade dos colegas", criticou. A atendente de telemarketing Janaína Roberta de Camargo, por sua vez, precisou interferir nos horários do marido para chegar ao terminal. "Felizmente em Itu, onde trabalho, a paralisação não está afetando", comemorou. 

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