Por Emilio Botta
Sorocaba, SP
Confusão na decisão do Campeonato Paulista de 2015 tem novo capítulo, desta vez na Justiça Comum. Atacante do Palmeiras é condenado por danos morais
Guilherme Ceretta de Lima e Dudu, do Palmeiras, no lance da final do Campeonato Paulista de 2015 (Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
O GloboEsporte.com teve acesso ao processo. Na decisão, a juíza afirmou: "A agressão física, como também os xingamentos, não foram genéricos ou corriqueiros, como quer fazer crer a parte contrária. Ao contrário, foram dirigidos diretamente ao autor, enquanto árbitro da partida, sendo que, posteriormente, tais fatos acabaram sendo divulgados pela mídia social; o que, de certa forma, veio a agravar a situação ocorrida, tornando-se mundialmente conhecidas as ofensas praticadas pelo réu. Com sua conduta, o réu não só deixou de respeitar a ética e as regras do futebol - tanto é que foi punido pela Justiça Desportiva -, bem como veio a ofender a imagem e a honra do requerente, que apenas fazia cumprir as regras do jogo em questão, ultrapassando, assim, o grau de mero desentendimento, este, de certa forma, comum em partidas de futebol, onde os ânimos se exaltam pela própria dinâmica da disputa. Mas os excessos não podem ser admitidos.
Ponderando-se todos os fatores explicitados, conclui-se que a quantia de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) mostra-se razoável para atender o binômio reparação-reprimenda."
Trecho do processo movido pelo ex-árbitro Guilherme Ceretta de Lima contra o atacante Dudu (Foto: Reprodução)
Entenda o caso
A confusão entre os dois começou quando Dudu empurrou o árbitro pelas costas, após ter sido expulso em lance com Geuvânio, do Santos, em partida válida pela segunda final do Paulistão. Na ocasião, o atacante do Palmeiras acabou punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol com 180 dias de suspensão por agressão.
Meses depois, porém, o Palmeiras conseguiu reduzir a punição do atacante para seis jogos, o que causou revolta em Ceretta. Depois do episódio, o árbitro entrou com a ação na Justiça Comum.
Pouco utilizado na última temporada – após a final do Paulistão, ele apitou apenas uma partida no Campeonato Brasileiro –, Guilherme Ceretta de Lima deixou o quadro da CBF ao não participar de testes periódicos. No fim do ano, anunciou que não apitaria mais no Brasil e partiu rumo aos Estados Unidos para trabalhar como treinador de uma escolinha de futebol, não descartando investir na carreira de árbitro no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.