Priscila Fernandes
Tenente Vinícius dos Reis: principal causa é a imprudência - EMÍDIO MARQUES
Cachoeiras como a da Chave, em Votorantim, atraem banhistas, mas oferecem riscos - ERICK PINHEIRO
Com as altas temperaturas, a procura pelo lazer aquático aumenta e os espaços naturais e gratuitos, como cachoeiras e lagoas, se tornam opções tentadoras. Os banhistas devem, no entanto, ficar atentos ao risco de afogamento. Na região, as lagoas do Parque Vitória Régia, em Sorocaba, e as cachoeiras de Votorantim seriam pontos de preocupação. O consumo de bebidas alcoólicas e até entorpecentes contribuiriam para os acidentes.
O tenente Vinícius dos Reis, do Corpo de Bombeiros de Sorocaba, destaca que os homens adultos, normalmente entre 18 e 35 anos, costumam ser as principais vítimas de afogamento e a culpa é da imprudência. "É justamente quem se arrisca mais, quem compete mais", aponta. Neste ano, as duas pessoas que morreram afogadas se encaixariam nessa faixa etária e seriam homens, um caso foi em Votorantim e o outro no Parque Vitória Régia.
Já o segundo perfil mais frequente nos afogamentos é das crianças. "Justamente por falta de supervisão", afirma. Ele lembra que até mesmo dentro de casa há risco para os pequenos, que podem se afogar em até 10 centímetros de água. Banheiras, baldes e tanques são armadilhas que devem ser supervisionadas.
Afogamentos
De acordo com o tenente, em caso de afogamentos é preciso chamar os bombeiros o mais rápido possível pelo número 193. Ele alerta que cada minuto é crucial. Assim, a pessoa mais calma deve acionar o resgate e passar as informações. "O número de ocorrências (de afogamento) é baixo, mas a letalidade é alta", diz.
Se a vítima estiver desacordada, um nadador habilidoso pode tentar retirá-la da água. Pessoas capacitadas para efetuar os primeiros socorros também podem iniciar manobras de reanimação. Caso a vítima esteja acordada, a orientação é jogar um objeto flutuante em sua direção. Bolas, tampas de caixa de isopor ou mesmo duas garrafas pet amarradas podem auxiliá-la.
Preparação
Otenente afirma que o efetivo do Corpo de Bombeiros passa por treinamento visando a temporada entre os meses de dezembro e março, quando os afogamentos são mais recorrentes. Ações educativas também são desenvolvidas, mas muitas vezes esbarram na falta de colaboração da população. As placas de sinalização com orientações, em locais de risco, por exemplo, seriam frequentemente arrancadas ou danificadas. "Todos os anos temos que repor", lamenta.
Segurança
Mesmo os que sabem nadar devem tomar alguns cuidados. Por isso é bom estar atento às seguintes dicas:
- A profundidade segura é com a água na linha da cintura;
- Fique atento para galhos e outros objetos em que se possa enroscar;
- Cuidado com as correntezas nos rios, elas podem estar mais fortes do que aparentam;
-Teste a profundidade antes de entrar na água, com o auxílio de bambus e madeiras; aproveite também para verificar se há buracos ou declives;
- Não faça uso de álcool em excesso e entorpecentes;
- Procure não nadar sozinho, mesmo em piscinas alguém pode sofrer um mal súbito;
- Para quem não sabe nadar, o ideal seria o uso de um colete flutuador, ou ao menos não ultrapassar o nível da cintura.


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