Coletivo O12 inaugura sede com congelaço cultural

Jornal Cruzeiro do Sul

 Imobilizar o espetáculo para mobilizar as plateias. Essa é a proposta do "congelaço cultural", ato artístico-político que será realizado amanhã, a partir das 19h30, durante a Canja Criativa, evento que marca a inauguração da nova sede do Coletivo O12, na rua João Gugoni, 26, no Jardim Icatu, em Votorantim. A entrada custa R$ 10 e crianças de até 12 anos não pagam.
A programação contará com as cantoras de música popular brasileira Marcia Mah, Danielle Domingos, Paula Cavalciuk, o pianista e regente Cadmo Fausto, a soprano Nilceia Recio, os atores de circo-teatro da Trupe Koskowisck, os bailarinos da TF Style Cia. de Dança e os próprios bailarinos do Coletivo O12.
A inauguração artística da nova sede ocorre um mês após o Coletivo O12 ser expulso pela Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim do Parque Ecológico do Matão, onde, por 9 anos, o grupo desenvolvia atividades culturais gratuitas no projeto Parque da Autonomia. A curadoria do evento é de Thiago Alixandre, co-fundador do Coletivo O12.
O "congelaço cultural", de acordo com o Coletivo O12, será uma ação artístico-política, na qual todos os artistas convidados para as canjas vão paralisar suas apresentações no meio. Segundo Thiago, a ideia é convidar o público a refletir sobre os congelamentos de verba para a cultura anunciados recentemente pelos governos federal, estadual e em várias municípios do Brasil. "A expulsão do O12 do Parque do Matão não é um fenômeno isolado. A gente entende que isso faz parte de um sintoma do Brasil de agora, com o sucateamento e o desmonte geral da política cultural", opina.
Reforçando que o evento não tem qualquer caráter partidário, Thiago menciona uma série de cortes e congelamentos de verba orçamentárias para a cultura, como o que resultou no fechamento das Oficinas Culturais do estado de São Paulo, e a extinção dos Programa de Iniciação Artística (PIÁ) e do Programa Vocacional, pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). "Estamos brincando com o nome congelaço, porque vamos congelar 50% do espetáculo e o artista vai ficar imóvel em cena. A ideia é que todos os convidados ajudem a colocar o público nessa discussão que fica muito restrita à classe artística", defende.