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Iniciativa de Natália Zafra Goettlicher conscientiza população sobre danos causados por pontas de cigarros
A jauense Natália Zafra Goettlicher sonha em reduzir a quantidade de pontas de cigarros descartadas incorretamente DIVULGAÇÃO
Depois de se dar conta da quantidade de bitucas que fumantes descartavam em plena Avenida Paulista, em São Paulo, deixando a via pública ainda mais suja e poluída, Natália Zafra Goettlicher teve, em 2015, a ideia de criar o projeto Mundo Sem Bitucas (MSB), cujo objetivo é conscientizar toda a população sobre os impactos ambientais causados pelas pontas de cigarros.
“A intenção é diminuir a quantidade de bitucas descartadas incorretamente em nossas cidades e, consequentemente, diminuir o impacto ambiental na busca de construir um mundo melhor para se viver”, sintetiza a jauense de 27 anos, administradora formada no campus de Limeira da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e atualmente é analista de sustentabilidade pleno na Light, no Rio de Janeiro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número estimado de fumantes no mundo é de 1,6 bilhão de pessoas, que jogam fora, conforme dados da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), de Portugal, 12,3 bilhões de bitucas por dia.
Restos de cigarros ocupam a liderança no ranking de microrresíduos encontrados nos oceanos. Uma única bituca contém mais de 4 mil substâncias tóxicas e pode demorar até cinco anos para se decompor.
Natália faz campanha de coleta de embalagens plásticas e metálicas pós-uso de produtos como pastilhas, balas e confeitos para produção de porta-bitucas. Paralelamente, posta, na fanpage do Mundo Sem Bitucas, no Facebook, textos e imagens relacionadas ao projeto.
Desde o início da iniciativa, Natália conseguiu algumas parcerias – a Poiato Recicla, primeira usina de reciclagem de ponta de cigarro no Brasil, situada em Votorantim, é uma delas. No mais, ela banca todos os gastos relacionados ao MSB e busca sócio com habilidades complementares e os mesmos valores.
A ideia da jauense é desenvolver a primeira bituqueira portátil personalizada do mundo com tecnologia própria. Para isso, hoje ela tem parceria com engenheiro químico e busca profissional da área de design industrial ou de produto. “Se tudo der certo, vou patentear e vender para todo o mundo, pois meu sonho é reduzir a quantidade de pontas de cigarros descartadas incorretamente”, descreve.
Resultados
O potencial de crescimento do Mundo Sem Bitucas é grande. Entre 1,2 mil concorrentes do Rio, Natália foi selecionada para a Shell Iniciativa Jovem 2017, e está entre os 80 jovens que buscam empreender em parceria com a Shell. Os três melhores projetos no final do período ganharão capital-semente e o Selo Sustentável para aqueles que cumprirem todos os requisitos solicitados pelo programa.
Natália participou neste fim de semana da Virada Sustentável na capital fluminense, evento no qual ministrou oficinas. Além disso, recebeu convites para mais três palestras.
“Quero muito que mais pessoas conheçam e que o projeto cresça cada vez mais. Um empresário me ligou interessado na ideia”, anima-se ela. “Não admito que as pessoas sofram por um hábito que não é delas, o de fumar. É por isso que estou lutando por essa causa tão nobre”, conclui.

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