domingo, 11 de junho de 2017

Sete cidades da RMS reconhecem problemas com crack

Jornal Cruzeiro do Sul
Regina Helena Santos

Algumas cidades não forneceram informações, incluindo Sorocaba, que possui pelo menos 49 pontos para consumo e venda de drogas - ARQUIVO JCS/REPRODUÇÃO PM (2/11/2012


Sete dos 27 municípios que compõem a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) se reconhecem como portadores de cenários preocupantes em relação ao consumo de crack. Num mapeamento recente realizado pelo Observatório do Crack, da Confederação Nacional dos Municípios, Capela do Alto, Cerquilho, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Tatuí e Tietê aparecem classificados com nível de risco alto em relação aos problemas provocados pelo consumo da droga. O dado se torna ainda mais alarmante se for considerado que as informações para o levantamento são enviadas à CNM espontaneamente pelos municípios e são os próprios que determinam, segundo sua realidade, se as situações enfrentadas são de risco baixo, médio ou alto.

De acordo com o órgão, a CNM e o Observatório somente organizam os dados e os tornam visíveis em forma de mapas. Algumas cidades não forneceram informações, incluindo Sorocaba -- que possui, em seu território, pelo menos 49 pontos utilizados por grupos para consumo e venda de drogas, de acordo com levantamento feito pela Comissão de Dependentes Químicos da Câmara Municipal. Também fazem parte da lista de municípios da região que não enviaram informações para o levantamento Boituva, Pilar do Sul e Salto de Pirapora.

A maior parte das cidades da RMS se classifica como tendo risco médio em relação aos problemas enfrentados pelo consumo do crack. No total, são 12 os municípios nessa situação: Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Mairinque, Piedade, Salto e Votorantim. Já as cidades de Tapiraí, Itu, Jumirim e Porto Feliz forneceram seus dados e se classificaram com risco baixo.

Segundo a CNM, os gestores cada cidade respondem um questionário composto por cerca de 20 perguntas e o sistema é aberto e disponível para preenchimento a qualquer momento -- tanto para inclusão como para alteração de dados.

Prefeituras falam sobre os casos

Com uma população estimada de 40.192 habitantes, Tietê é uma das cidades que se considerou, diante dos questionamentos da CNM, com nível alto de problemas relacionados ao consumo de crack. A cidade possui um Centro de Atenção Psicosocial (Caps) e, acordo com o órgão, cerca de 200 pessoas são usuárias de crack no município. A Prefeitura informou, via assessoria de comunicação, que não existem pontos de consumo específicos na cidade. "Os usuários se reúnem em locais aleatórios e de modo itinerante", diz a nota. Além do Caps, os casos de usuários com menos de 18 anos de idade são encaminhados aos Narcóticos Anônimos, por meio do Conselho Tutelar. A cidade também tem uma clínica de recuperação particular em operação. "A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal estão trabalhando desde o início deste ano em ações conjuntas na contenção do tráfico de drogas no município", diz um comunicado da Prefeitura.

Já a cidade de Cerquilho diz que não se considera com risco alto de problemas relativos ao uso do crack. A administração municipal alega que o "envio equivocado de informações", causou o que chama de "confusão". "Já estamos atualizando os dados e até o final de semana será possível ver no mapa que o índice da cidade não é alto. Existem sim cidadãos com problemas envolvendo a droga, mas a cidade oferece total apoio psicológico, psiquiátrico, médico e social", diz nota da assessoria de imprensa do município, que possui população estimada de 45.142 habitantes e cerca de 130 pessoas identificadas como dependentes químicos no geral -- o que inclui álcool, maconha, cocaína e crack. Estes, segundo a Prefeitura, passam por tratamento individualizado no Caps.

São Roque também se posicionou, no estudo, com nível alto de problemas relacionados ao crack. Porém, o município admite não possuir nenhum estudo sobre número de usuários ou pontos de consumo na cidade. O município possui três Cras e um Centro de Referência Especializada e Assistência Social (Creas), além do Conselho Municipal Anti Drogas funcionando e projeto para implantação de um Caps específico para tratar de álcool e drogas em 2018. Hoje, as pessoas com problemas por uso de substâncias psicoativas são atendidas ambulatorialmente, com uma demanda de cerca de 100 pacientes por mês.

As cidades de Capela do Alto, São Miguel Arcanjo, Sarapuí e Tatuí foram questionadas sobre a situação em relação ao consumo de crack, porém não se posicionaram até o fechamento desta reportagem.


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