quinta-feira, 1 de março de 2018

Merenda para professores sai da pauta da Câmara

Jornal Cruzeiro do Sul
Marcel Scinocca

Após mais de uma hora de discussão, a falta de consenso entre a derrubada ou não da inconstitucionalidade do projeto de lei que pretende liberar merenda escolar para professores da rede municipal de educação fez com que a iniciava fosse retirada de pauta. A decisão ocorreu na sessão desta quinta-feira (1º) da Câmara de Sorocaba. O projeto deve ser discutido com o Executivo e algumas alternativas para o caso foram apresentadas durante os trabalhos. 
  
Um dos pontos mais polêmicos da sessão esteve na fala do líder do governo, Irineu Toledo (PRB), que pediu a retirada do projeto da pauta. Conforme Toledo, se o projeto fosse aprovado, os custos com a merenda aumentariam em 30%, o que geraria despesa de R$ 13,2 milhões aos cofres municipais. Renan Santos (PCdoB), ao comparar o número de crianças atendidas -- pouco mais de 50 mil -- e o número de professores -- 3 mil--, refutou os dados. "Não bate. Não precisa ser muito inteligente para se concluir isso", afirmou. 
  
O líder do governo na Câmara enfatizou que não era contra dar merenda para os professores, porém, disse que a inconstitucionalidade do projeto era o impedimento para a aprovação. "Da maneira que o projeto está, obrigando o prefeito, ele é inconstitucional. Pedi para retirá-lo e fazer um entendimento com o prefeito, buscando a constitucionalidade", afirmou. 
  
Iara Bernardi (PT), que é a favor da liberação, ironizou ao relacionar a situação ao caso dos pagamentos duplicados da merenda, identificados na Secretaria de Abastecimento e Nutrição (Seaban). "Para quem abre a porta e dá R$ 1 milhão para empreiteira da merenda, dá, sim, para distribuir merenda para os professores", defendeu ao usar a tribuna. Antes, a petista chegou a sugerir que a Prefeitura pagasse separadamente o valor gasto em caso de aprovação do projeto. 
  
O vereador Vitão do Cahorrão (MDB), autor da iniciativa, acredita que o projeto será aprovado e cita casos de outras cidades. "Em Votorantim, o professor pode comer. Foi quebrada a inconstituicionalidade. Em São José do Rio Preto, com população semelhante à nossa, também pode. O prefeito havia vetado, mas voltou atrás", elenca. "Comer a merenda com os alunos é pedagógico. Muitas das vezes, o governo nem vai precisar gastar mais. Sobra comida e estamos jogando toneladas no lixo. É pecado isso", conclui. 
  
A troca frequente de titular na Seaban também foi criticada pelos vereadores em várias ocasiões durante as discussões em torno do projeto, que deve voltar à discussão a partir de 13 de março

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