sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Após ter julgamento anulado, motorista que matou casal de noivos vai a júri nesta sexta-feira

Por Matheus Fazolin, G1 Sorocaba e Jundiaí

Primeira condenação foi anulada após defesa recorrer ao Tribunal de Justiça. Maycon e Beatriz, ambos de 28 anos, morreram no acidente em 2014 meses antes do casamento em Votorantim (SP).

Casal morreu após acidente causado por motorista embriagado em Votorantim (Foto: Arquivo Pessoal)

Márcio de Oliveira Harris, que atropelou e matou um casal de noivos em 2014 em Votorantim (SP), vai a júri popular nesta sexta-feira (31). O motorista que estava alcoolizado no dia do acidente teve o primeiro julgamento anulado após a defesa recorrer ao Tribunal de Justiça.
O julgamento estava agendado para começar às 10h. O G1 não localizou a defesa do réu para comentar o caso.
Márcio dirigia um carro na Avenida Pedro Augusto Rangel quando atingiu a moto onde estavam Beatriz Ghirardello e Maycon Willian Machado de Moura, ambos de 28 anos. O acidente aconteceu no mês de março e os dois iriam se casar no fim do ano.
Em entrevista ao G1, na manhã desta sexta-feira, o pai de Beatriz afirmou que o acidente ainda causa sofrimento às famílias. “Esse acidente destruiu parte da nossa vida, é um dor que não passa.”
“Minha esposa chora todos os dias. Nós precisamos fazer acompanhamento psicológico para conseguirmos seguir em frente”, afirma Claudemir Ghirardello.
O aposentado de 57 anos afirma que a filha e o genro iriam se casar em novembro de 2014, seis meses após o acidente. “Estavam com a casa pronta, tudo comprado e mobiliado, estavam felizes e juntos há dois anos”, diz.

Para o novo julgamento, a família espera que o motorista seja condenado e pague pela dor que causou a tantas pessoas. “Se passaram quatro anos, mas é como se fosse ontem”, diz Kátia Machado, mãe de Maycon.

“Queremos, no mínimo, uns 10 ou 14 anos de prisão, assim que vai ter tempo de pensar na besteira que causou”, diz Cláudio. Ele afirma que Márcio nunca procurou a família das vítimas.

Anulação da condenação
Márcio chegou a ser condenado a 19 anos e 20 dias de reclusão no mesmo ano do acidente, após a decisão do Tribunal do Júri que atendeu a tese de homicídio qualificado pelo uso de recurso que tomou impossível a defesa das vítima. Entretanto, o julgamento foi anulado por conta de um recurso dos advogados de defesa.

Na época, o resultado do TJ reconhece a ocorrência de crime doloso, caracterizando que o réu quis o resultado ou assumiu o risco, uma vez que conduzia o veículo embriagado. O G1 não teve acesso ao processo pois, segundo o TJ, corre em segredo de Justiça.
Ao G1, Claudemir afirmou que acompanha o processo e foi surpreendido com a anulação do primeiro julgamento.

“Revoltante, não tem outra palavra. Ele conseguiu o que queria: ficar solto. A pessoa mata, depois recorre, recorre, recorre e fica solto para ter o risco de fazer isso de novo”, lamenta.

Família de Beatriz no último aniversário com todos reunidos em Votorantim (Foto: Arquivo Pessoal)

Mayon, Beatriz e Sueli (mãe de Beatriz) (Foto: Arquivo Pessoal)

Casal iria se casar e já estava com casa mobiliada em Votorantim (SP) (Foto: Facebook/Reprodução)

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