"Fora, Fernando! Vamos invadir área verde!" Foram com essas palavras de ordem que a população deixou o plenário da Câmara Municipal, na noite de segunda-feira (12), logo após a realização da audiência pública sobre habitação, promovida pelo vereador Adeilton Tiago dos Santos (PPS), o Ita. Apesar de os representantes do Poder Público não atenderem à convocação do Legislativo, o evento foi um sucesso.
O objetivo da audiência era debater o projeto de implantação de unidades habitacionais no loteamento entre o Jardim São Lucas e o Jardim Cristal, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida. Desde julho, Ita cobra posicionamentos da prefeitura sobre a questão.
Em 31 de outubro, o prefeito de Votorantim, Fernando de Oliveira Souza (DEM), assinou contrato com o Consórcio Villa Nova de Votorantim, empresa vencedora do edital de chamamento público iniciado pela Cohap (Companhia Municipal de Habitação Popular), para a construção de 1.700 moradias numa área de 289 mil metros quadrados.
Conforme Ita, a população tem muito interesse e dúvidas sobre o projeto. "O que observamos é que se trata de um empreendimento comercial e que não vai atender as pessoas de baixa renda", ressalta o vereador do PPS. "Os presentes na audiência não tem condições de aderir a um financiamento da Caixa."
SERÃO QUESTIONADOS
Ita encaminhou um ofício ao presidente da Câmara, Bruno Martins (sem partido), solicitando que os representantes da prefeitura – o presidente da Cohap, Antônio Pedro Ferraz, e os secretários Carlos Laino (Planejamento e Desenvolvimento) e Fábio Lugari Costa (Administração) – justifiquem a ausência. "Eles estavam cientes do evento e tinham por obrigação comparecer", diz. "Queremos justificativas que nos convençam desta falta de respeito e de responsabilidade com o povo votorantinense", acrescenta. "O requerimento de convocação [nº 214/18] foi aprovado em sessão ordinária, nesta Casa de Leis, em 7 de agosto."
OUTROS VEREADORES
Outros vereadores e assessores parlamentares marcaram presença no evento. Entre eles, José Cláudio Pereira (PT), o Zelão, que sugeriu a formação de uma comissão de parlamentares para acompanhar de perto as obras. "O que percebemos hoje é que o valor que será vendido esses imóveis [preço médio de R$ 139 mil, conforme a Cohap] não atende aos mais necessitados", afirma.
Já o Pastor Dr. Luiz Carlos dos Santos também lamentou a ausência dos representantes do Poder Público. "Os convocados deveriam estar presentes para dar as respostas que a população quer", enfatiza. Disse estar feliz pelo empreendimento, mas apreensivo: "As pessoas não vão conseguir fazer um financiamento pela Caixa. É muita burocracia. Quem vai ser fiador de uma pessoa que mora num barraco?"
Fabíola Alves (PSDB) também esteve na audiência, assim como os assessores de José Antônio de Oliveira (DEM), o Gaguinho, Luciano Silva (sem partido) e Mauro dos Materiais (PTB).
Assessoria vereador Ita
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