quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Sorocaba registra cerca de 100 denúncias de violência contra a mulher todo mês

Por Priscila Mota, TV TEM

Só em setembro a Delegacia da Mulher (DDM) recebeu 111 denúncias. No último fim de semana, duas mulheres foram mortas pelos companheiros na região.


Sorocaba registra cerca de 100 denúncias de violência contra a mulher todo mês — Foto: Reprodução/TV TEM

A Delegacia da Mulher de Sorocaba (SP) recebe em média 100 denúncias de violência doméstica por mês. Só em setembro foram registrados 111 casos. Apesar dos números altos, é possível manter os agressores afastados das vítimas.

De janeiro a setembro, o Juizado da Violência Doméstica e Familiar concedeu 423 medidas protetivas para mulheres vítimas de agressão e ameaça. O número é quase o mesmo registrado em todo o ano passado, quando foram expedidas 436 medidas de proteção.

Para o juiz da vara especial, Hugo Leandro Maranzano, mesmo com a quantidade alta de pedidos, os números são positivos.

"O pedido é feito hoje na delegacia de polícia, por exemplo, nós já orientamos, conversamos na delegacia, eles orientam essa mulher e, independente de intimação do fórum, ela é orientada a vir no dia seguinte no fórum. Irei conversar com ela, informações detalhadas sobre o caso e a medida poderá ser concedida em menos de 24 horas", explica

O juizado foi criado há cinco anos na cidade para garantir a proteção das vítimas de forma mais rápida. Segundo o juiz, o processo é digital e a medida protetiva pode sair em 24 horas. Há vários caminhos para as mulheres conseguirem manter os agressores longe.

"Ainda que seja uma violência sutil e ela está preocupada, procure o Cerem. É um órgão público municipal, situado defronte à rodoviária, que presta um serviço excelente com psicólogos e assistentes sociais. Se efetivamente ocorreu a prática de um crime, de uma agressão ou uma ameaça, ela deve imediatamente ligar para a polícia. O pedido de protetiva pode ser feito pela delegacia de polícia, pelo Ministério Público, por um advogado particular de confiança da vítima ou pela Defensoria Pública."

Fim de semana trágico
No último fim de semana, duas mulheres foram mortas pelos companheiros na região de Sorocaba.

A comerciante Gleide Querino de Oliveira Moncayo, de 44 anos, foi morta a facadas pelo marido, de 60 anos. Paulo Sérgio Moncayo tentou se matar para não ser preso, mas foi rendido pela polícia e levado ao hospital. Ele teve alta no mesmo dia, foi preso em flagrante e levado para a cadeia de São Roque.

Em Votorantim, uma jovem de 17 anos também foi morta a facadas pelo ex-namorado. O corpo dela foi encontrado dentro de um carro no bairro Caputera.

Jackson Silva dos Santos, de 21 anos, não aceitava o fim do relacionamento. Ele confessou o crime, mas foi liberado por causa da lei eleitoral, que impede a prisão de pessoas cinco dias antes e até 48 horas depois da votação. As exceções são para flagrante e condenação em crime inafiançável.


Adolescente de 17 anos foi encontrada morta em estrada de Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal

'Botão do pânico'
No início do ano, o juizado e as mulheres ganharam mais um amparo da lei. Desde abril, o agressor que descumprir a medida protetiva e se aproximar da vítima pode ser preso em flagrante. Em Sorocaba, 24 homens foram presos este ano por desobediência.

Do total de prisões, oito foram feitas com a ajuda do "Botão do pânico", aplicativo criado pela Secretaria de Igualdade e Assistência Social.

O número divulgado pela Secretaria de Segurança e Defesa Civil é de que 176 mulheres estavam cadastradas na plataforma do "Botão do pânico" na cidade.

Para ter acesso ao equipamento é necessário fazer a denúncia, conseguir na Justiça a medida protetiva e ir até o Centro de Referência da Mulher (Cerem), na Avenida Juscelino Kubitschek, 440.

Assista: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2018/10/30/sorocaba-registra-cerca-de-100-denuncias-de-violencia-contra-a-mulher-todo-mes.ghtml

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