Eleição da Mesa Diretora da Câmara de Votorantim (SP) terminou na delegacia depois que vereador Gaguinho voltou de licença pessoal antes do tempo e decidiu votação. Vereador é investigado por suposto uso irregular de carro oficial.

Vereadores registraram boletim de ocorrência após confusão — Foto: Reprodução/Câmara de Votorantim
Gaguinho estava de licença não-remunerada por 35 dias desde 5 de dezembro, quando foi suspenso pela Comissão de Ética da Câmara por suposto uso irregular de carro oficial. No mesmo diz da suspensão ele entrou com um pedido de licença por motivos particulares.
Teoricamente ele cumpriria os 35 dias de licença e, em seguida, os 30 dias de suspensão. Dessa forma, o parlamentar só voltaria às atividades no Legislativo e, consequentemente, a ser remunerado após 8 de fevereiro de 2019. Com o retorno ontem, no dia da eleição da Mesa Diretora, Gaguinho passa a cumprir a suspensão a partir desta quinta, com retorno previsto para 19 de janeiro.
“O vereador veio até a minha presidência alegando falta de recurso próprio para o sustento da família, sabendo que ele ia só cumprir a licença e ficou sabendo que tinha que cumprir o afastamento. No regimento interno fala que se pedir 30, 35 dias, ele só pode voltar depois. Só que também fala o artigo 36 que o presidente pode ter outras interpretações. Diante deste processo excepcional, eu optei que o vereador voltasse e fosse afastado no dia 20 de dezembro, e cumprisse o afastamento que foi determinado pela Comissão de Ética", justifica o presidente.
Confusão no plenário
O retorno de Gaguinho foi determinante para o resultado da eleição da Mesa Diretora e gerou confusão durante a sessão, que escolheria entre duas chapas: a do vereador Pastor Lilo (MDB) e a da vereadora Fabíola Alves da Silva Pedrico (PSDB).
O voto de Gaguinho foi determinante para eleger, por seis votos a cinco, a chapa do Pastor Lilo para o biênio 2019/2020. Se Gaguinho não tivesse votado, seu suplente, Pastor Tonhão (DEM), escolheria a chapa da vereadora Fabíola, que ganharia pela mesma quantidade de votos.
Por conta disso, seis vereadores foram até a delegacia de Votorantim para registrar um boletim de ocorrência. Eles acusam o presidente da Câmara de abuso de poder e de não respeitar o regimento interno.
Segundo eles, Bruno nao poderia ter aceitado a volta do vereador para a votação, pois ele estava em licença particular por 35 dias. Além disso, mesmo que voltasse da licença ele teria outros 30 dias de afastamento para cumprir por decisão da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
A volta de Gaguinho, segundo os vereadores que registraram boletim de ocorrência, seria uma manobra para garantir a aprovação da chapa do vereador pastor Lilo. O suplente de Gaguinho, o Tonhão, disse que chegou para votar e que teria sido coagido para não participar da sessão.
"Faltando um minuto para começar a sessão, eles tentaram fazer eu assinar um documento me tiraria do cargo porque o Gaguinho tinha voltado. Isso só aconteceu porque eles esperavam que eu fosse apoiar o grupo deles", explica Tonhão.
Após o impasse, o grupo insatisfeito organizou uma nova sessão com seis vereadores, que é o número necessário, e fez uma segunda votação, elegando Fabíola como presente da Câmara para o biênio 2019/2020. Agora os dois grupos se consideram vencedores e pretendem procurar a Justiça para validar a nova eleição.
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