sábado, 9 de março de 2019

Acusado de jogar corpo de jovem em represa e abandonar a filha dela na rua ainda não foi julgado

Por Carlos Dias, G1 Sorocaba e Jundiaí

Caso ocorreu no Natal de 2017, em Votorantim. Corpo de Juliana Jovino foi achado na água após conhecer rapaz pela web; filha dela ficou sob os cuidados da avó.


Vítima foi encontrada em represa em Votorantim — Foto: Reprodução/TV TEM

Mais de um ano depois, o rapaz preso por matar a jovem Juliana Jovino, de 24 anos, e ter jogado o corpo dela na represa de Itupararanga, no Natal de 2017, em Votorantim (SP), ainda não foi julgado. Celso Rodrigues Nunes, 33 anos, também abandonou a filha da vítima, de 2 anos, na rua.
Na época, a menina foi encontrada no dia seguinte, abraçada em uma árvore no Jardim Eldorado, em Sorocaba. A criança ficou sob os cuidados da avó materna e das tias. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a jovem morreu por afogamento. O laudo toxicológico apontou que havia cocaína no sangue.
Celso teve a prisão preventiva decretada quando foi indiciado por tráfico privilegiado, abandono de incapaz e por homicídio com quatro qualificadoras e uma majorante, que é praticar o crime na presença da filha da vítima.
A defesa do réu, segundo apurado pelo G1, entrou com recurso, o que adiou o julgamento. À polícia, Celso havia contado que conheceu Juliana no dia 23 de dezembro e foram sozinhos até um bar no bairro Nova Esperança, em Sorocaba.
Os dois passaram a noite no local e teriam pegado a filha dela na casa da família. Em seguida, teriam ido a um churrasco antes de seguirem para a casa dele, em Votorantim. Até então, segundo a polícia, o suspeito disse que havia consumido bebida alcoólica e a vítima usado drogas. A família afirma que ela não fazia o uso de entorpecentes.


Família de Juliana Jovino tenta superar a morte da jovem em dezembro de 2017

Conforme o depoimento dele ao delegado, os dois estavam juntos em um dos cômodos da casa quando Juliana começou a ficar roxa e desmaiou. Desesperado e embriagado, o rapaz a colocou no banco de trás do carro e a criança no banco da frente antes de voltar para Sorocaba.
Horas depois de deixar a criança em Sorocaba, ele disse ter ido até a represa, onde jogou o corpo de Juliana na água, mas segundo a polícia, ela ainda estava viva. O caso corre pela Vara Criminal de Votorantim.

Sob os cuidados da família
Para tentar “blindar” a criança - que teria presenciado toda a movimentação do criminoso - e amenizar a falta da mãe, a família optou por mudar os móveis da casa, pintá-la e explicar que “a mãe está no céu”.
“Nós quatro [irmãs e avó] cuidamos dela [a criança] para que seja uma pessoa boa no futuro. Fizemos a mudança não para apagar minha irmã, mas para amenizar a dor”, conta Vera Lúcia Jovino, irmã de Juliana.
A criança, que completa quatro anos neste sábado (9), passa por tratamento psicológico desde o crime.

Filha de Juliana Jovino é cuidada pelos irmãos e pela mãe em Sorocaba — Foto: Carlos Dias/G1

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