quinta-feira, 21 de março de 2019

Justiça ouve testemunhas do caso do jovem que confessou o assassinato da ex-namorada e foi liberado pela lei eleitoral

Por G1 Sorocaba e Jundiaí


Jackson Silva dos Santos teve a prisão preventiva decretada dias depois de ter sido liberado. Três testemunhas de acusação foram ouvidas; próxima audiência foi marcada para 24 de abril.



Jackson Silva dos Santos e Geovanna Crislaine Soares da Silva — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça ouviu nesta quarta-feira (20), no Fórum de Sorocaba (SP), as primeiras testemunhas do caso do jovem que confessou ter matado a ex-namorada de 17 anos a facadas. Na época, ele chegou a procurar a polícia para se entregar e foi solto por conta da lei eleitoral, mas acabou sendo preso dias depois.
De acordo com o Tribunal de Justiça, foram ouvidas quatro testemunhas. O réu, Jackson Silva dos Santos, vai ser interrogado na próxima audiência, marcada para o dia 24 de abril.
O corpo de Geovanna Crislaine Soares da Silva foi encontrado com diversos ferimentos próximo a um veículo estacionado com as portas abertas, no bairro Caputera.




Jovem que confessou assassinato da ex-namorada passa por audiência em Sorocaba

A jovem, que morava no Bairro dos Morros, chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos. No dia seguinte ao crime, Jackson se apresentou na delegacia de Votorantim (SP) e confessou o crime.
Após a confissão, o jovem foi liberado por causa da lei que proíbe prisões nos cinco dias anteriores às eleições ou 48 horas após o encerramento da votação. A exceção ocorre apenas em casos de flagrante delito e se houver sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto.
O boletim de ocorrência foi registrado pela delegacia de Votorantim e o inquérito encaminhado à DDM de Sorocaba, que pediu a prisão de Jackson. O caso foi relatado ao Fórum no fim de novembro de 2018 e a prisão preventiva do rapaz foi decretada pela Justiça no dia 7 de dezembro.

Adolescente de 17 anos foi encontrada morta em estrada de Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal


Feminicídio
Em depoimento à polícia no dia 28 de outubro, Jackson contou que foi buscar Geovanna no trabalho e os dois discutiram. Por conta da crise de ciúme do ex-namorado, a vítima jogou o celular para fora do carro e acabou sendo esfaqueada.
Segundo o jovem, um homem que passava pela rua pediu para que ele parasse com a agressão. Jackson então saiu correndo e só soube da morte de Geovanna por conhecidos. Durante o depoimento, ele chegou a dizer aos policiais que estava arrependido.
Antes da confissão, o irmão de Jackson declarou à polícia que recebeu uma ligação dele dizendo que precisaria "ficar escondido por um tempo", sem informar o motivo.
Na época do crime, a prima de Geovanna, Jéssica Bezerra da Silva, contou ao G1 que a jovem se distanciou da família durante os três anos em que namorou Jackson por conta do ciúme possessivo dele. O relacionamento havia terminado há dois meses quando a adolescente foi esfaqueada.
A mãe da jovem divulgou um vídeo de agradecimento pelo apoio de amigos e familiares após a prisão do rapaz. No vídeo, Cristina Aparecida Soares Barbosa lembrou que o ex-namorado da filha se apresentou na Delegacia Seccional e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pilar do Sul (SP).
"A batalha ainda não acabou. Ele se entregou e está preso, mas aí para frente tem o julgamento. A gente tem que correr atrás para que ele pegue o máximo de pena que puder, porque foi um crime brutal", desabafou a mãe.

Geovanna Crislaine Soares da Silva, de 17 anos, foi morta pelo ex-namorado em Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal

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