domingo, 15 de setembro de 2019

Cão que ajudou a encontrar jovem morta em Alumínio foi usado na investigação do Caso Vitória

Por Ana Beatriz Serafim*, G1 Sorocaba e Jundiaí

Max teve a missão de descobrir por onde Aline Silva Dantas passou. Em 2018, o animal ajudou a identificar a presença de odores de Vitória Gabrielly e dos três suspeitos de matá-la.



Cão usado na investigação do Caso Vitória ajuda nas buscas por jovem que desapareceu em Alumínio — Foto: Guarda Municipal de Itupeva/Divulgação

O cão farejador Max, usado na investigação da morte da menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, em Araçariguama (SP), em 2018, ajudou nas buscas pela jovem Aline Dantas, de 19 anos, que foi assassinada ao sair de casa para comprar fraldas para a filha, em Alumínio (SP).
Aline desapareceu no domingo (8) e foi encontrada morta na quarta-feira (11), em Alumínio (SP), em uma área de mata cercada por residências na Vila Santa Luzia. Ela teve o corpo parcialmente carbonizado e estava coberta com pedaços de madeira que também estavam queimados.


Caso Aline: corpo de jovem que desapareceu ao sair comprar fraldas para filha é enterrado

Segundo a polícia, a identificação foi feita com base nos traços da vítima e de pedaços do vestido que ela usava no dia do desaparecimento. O velório da jovem foi realizado na manhã de quinta e logo depois ela foi enterrada no cemitério municipal.
O cão de 2 anos, da raça bloodhound, pertence à equipe do canil da Guarda Municipal de Itupeva (SP), que foi chamada pela polícia para auxiliar nas buscas. O animal teve a missão de identificar a presença de odores e descobrir por onde a vítima passou.
Max já atuou em vários casos de repercussão nacional e também no litoral. Em Votorantim (SP), em 2017, o cão encontrou o corpo de um homem próximo à represa.

Max, da raça bloodhound, pertence à equipe do canil da Guarda Municipal de Itupeva — Foto: Guarda Municipal de Itupeva/Divulgação

Investigação
Aline foi vista pela última vez no domingo, quando saiu a pé de casa para ir até a farmácia comprar fraldas para a filha, de um ano e nove meses. Ela foi encontrada morta três dias depois.
Câmeras de segurança de casas e comércios registraram Aline entrando na farmácia e caminhando pelas ruas da cidade, sempre sozinha. (veja o vídeo abaixo.)



Caso Aline: câmeras de segurança registram jovem no dia que ela desapareceu em Alumínio
A Polícia Civil continua o trabalho de investigação para identificar suspeitos do crime que chocou a pequena cidade de Alumínio, com cerca de 18 mil habitantes.
Até a manhã desta sexta-feira (13), nenhum suspeito foi identificado pela polícia. As roupas de duas pessoas, entre elas o marido de Aline, João Vitor de Almeida, foram levadas até a mata onde estava o corpo da jovem e passaram por perícia, com ajuda dos cães farejadores, que descartaram a presença deles no local do crime.
Em entrevista à TV TEM, a delegada Luciane Bachir, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Sorocaba (SP), disse que Aline tentou se defender das agressões. Segundo a Polícia Civil, o corpo apresentava marcas. Nenhum suspeito foi identificado até agora.


Polícia encontra corpo de jovem desaparecida em Alumínio, no interior de São Paulo

"Não se sabe como, mas ela tem lesão de defesa. Ela tem mancha no pescoço, mas não se sabe do que, se é uma esganadura, por exemplo. Também tem lesão na mão, a princípio sem perfurações. São lesões características de defesa", explica Bachir.
A mãe dela, Maria Zuleide Silva, disse que a filha não costumava sair sozinha e que, geralmente, só saía para ir até a igreja ou acompanhada da família.
Após a morte dela ter sido confirmada, amigos e parentes começaram uma campanha para arrecadar leite e fraldas para a filha da jovem, que, segundo um cunhado, ainda mamava e pergunta da mãe o tempo todo.

Aline Silva Dantas desapareceu em Alumínio (SP) depois de sair para comprar fraldas para a filha — Foto: Arquivo Pessoal

Caso Vitória

Polícia Civil investigou a morte da estudante Vitória Gabrielly — Foto: Reprodução/TV TEM

A adolescente Vitória Gabrielly teve sua vida interrompida de forma parecida com a da Aline Dantas. Ela sumiu na tarde do dia 8 de junho de 2018 quando saiu para andar de patins. Vitória Gabrielly foi encontrada morta oito dias depois, em 16 de junho, também em uma área de mata às margens de uma estrada de terra, no bairro Caxambu, em Araçariguama.

Os cachorros Bazuca, de 5 anos, Asterix e Max, de 2, na época, tiveram a missão de identificar a presença de odores da vítima e dos três suspeitos de matá-la em locais que poderiam estar ligados ao quebra-cabeça do crime.


Aline Dantas foi achada morta após sumir em Alumínio — Foto: Arte/G1


Postagem criminosa
A Polícia Civil tenta identificar o dono de um perfil em uma rede social que postou ter assassinado a jovem Aline Dantas, em Alumínio. Ainda conforme a mensagem, a mesma pessoa teria participado da morte da adolescente Vitória Gabrielly, em Araçariguama, em 2018. As duas cidades são separadas por cerca de 20 quilômetros.
Durante a madrugada de quinta-feira, o usuário mandou uma mensagem ao perfil de Beto Vaz, pai de Vitória Gabrielly. Na mensagem, a conta com a foto de um idoso afirmou ser o autor de ambos os crimes.

Polícia investiga mensagens de ódio para famílias de vítimas — Foto: Reprodução/Facebook
"Fui eu. Matei Aline e Vitória Garbrielly", escreveu. Em outro comentário público o homem voltou a falar sobre os dois casos.
"Realmente fui eu que matei Aline. Ninguém me pegou ano passado. Fui eu que matei Vitória Gabrielly, filha do Beto. Agora vou matar mais uma menina. Ninguém vai me pegar."
De acordo com a delegada Luciane Bachir, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Sorocaba, mesmo que o perfil tenha sido apagado, a polícia irá averiguar a situação que constrange as famílias das duas vítimas.
"As pessoas têm que ter cautela com o que publicam e falam, porque a desinformação prejudica. Não entendo o intuito de uma pessoa fazer isso", diz em entrevista ao G1.

*Colaborou sob supervisão de Paola Patriarca

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