Por TV TEM
Estimativa da Prefeitura de Votorantim (SP) é que rombo nos cofres com a compra dos remédios em excesso possa chegar a R$ 1 milhão.
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Compra de medicamentos em excesso é investigada em Votorantim — Foto: Reprodução/ TV TEM
A Prefeitura de Votorantim (SP) abriu uma sindicância para apurar a compra de medicamentos em excesso na Farmácia de Alto Custo da cidade. A estimativa de rombo nos cofres com a compra dos remédios pode chegar a R$ 1 milhão.
A denúncia foi recebida pela Câmara Municipal de que uma caixa de remédios fora da validade teria sido encontrada atrás de um armário e sem qualquer identificação. Os vereadores, então, disseram que foram impedidos de entrar em todos os locais da farmácia e constataram que a denúncia era verdadeira.
"Tinha vencimento de janeiro, de fevereiro e tinha mais um que vencia em março, que nós não conseguimos pegar. Nós vamos questionar o poder público de Votorantim e o estado, porque também tem remédio do estado e vamos apresentar para o Ministério Público", explicou o vereador Adeilton Tiago (Cidadania).

A Prefeitura de Votorantim registrou um boletim de ocorrência relatando que os vereadores não esperaram uma autorização para abrir a caixa e fotografar os medicamentos, e que por se tratar de remédios controlados, não poderiam ser manuseados de qualquer maneira.
O órgão já tinha acionado o Ministério Público, em março deste ano, para que a promotoria pudesse acompanhar apuração de compra excessiva de medicamentos feita na gestão passada.
A TV TEM procurou a gestão passada, do prefeito Fernando Oliveira (DEM), e falou com Carlos Laino, que foi secretário de governo.
Segundo Carlos Laino, a denúncia causou estranheza porque não havia estoque de medicamentos. Ele disse que as compras eram feitas de acordo com a demanda.
O ex-secretário disse também que não eram feitas compras com excedentes, e que precisam ser analisadas as entregas do fornecedor para saber se foram feitas entregas a mais ou erradas.
Remédios vencidos
O setor de almoxarifado e estoque da Secretaria de Saúde fez um levantamento dos remédios vencidos e que estavam próximos ao vencimento e que deveriam ser incinerados.
Segundo relatório, teriam sido adquiridas pelo município, por exemplo, 15.000 unidades do antidepressivo clomipramina de 10 mg, com vencimento em janeiro de 2021, conforme consta nas notas fiscais do mês de abril de 2019.
No entanto, o consumo anual desse medicamento na cidade em 2020, segundo dados da própria Secretaria de Saúde, foi de 1.400 unidades. Em 2019, o consumo foi de 2.360.
O levantamento aponta ainda outros remédios comprados em quantidades exageradas como dipirona que, além de ser fornecida pelo programa dose certa que o município era cadastrado até o ano passado, ainda era comprada de empresas de medicamentos.
Uma nota fiscal de maio de 2019 mostra que em apenas uma compra foram mais de 25 mil frascos. O consumo médio no ano anterior tinha sido de 17 mil e seiscentas unidades. Segundo a prefeitura, entre fevereiro e abril deste anos, foram descartados 38 mil mil frascos vencidos.
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