Sorocaba tem 70 entidades cadastradas que oferecem algum tipo de atendimento à comunidade. Destas, 29 recebem recursos da prefeitura, mas o dinheiro não é suficiente.
Doações são fundamentais para que entidades de Sorocaba consigam se manter — Foto: TV TEM/Reprodução
Com a chegada da pandemia, os desafios enfrentados pelas entidades que prestam serviços assistenciais ficaram cada vez maiores. Além dos repasses da prefeitura e do estado, as doações são fundamentais para que elas consigam se manter.
Na Associação Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sorocaba, doações de 420 cestas básicas, roupas e sapatos serão encaminhadas para famílias das 350 pessoas atendidas. A ONG realiza um trabalho de inclusão social há mais de 50 anos para crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual.
De acordo com o presidente da Apae, Fábio Umezu, as doações são importantes para dar continuidade ao trabalho da entidade, que se mantém com 70% de recursos públicos e 30% de ajuda da sociedade.
"Temos dificuldade. Muitos dos doadores do telemarketing são pessoas que trabalham com o comércio. Com o isolamento e o fechamento do comércio, nós tivemos dificuldade de contato com essas pessoas", comenta.
Outra entidade que também depende de doações é a Ação Comunitária Inhayba (ACI), que funciona no bairro Brigadeiro Tobias e trabalha com o fortalecimento de vínculos de crianças e adolescentes com as famílias, que vivem em situação de vulnerabilidade social.
A associação está em atividade desde 2002 e, nestes quase 20 anos de história, mais de mil crianças e adolescentes já foram auxiliados. Atualmente, a entidade atende 142 pessoas, mesmo de forma remota por conta da pandemia da Covid-19.
Entidades da região de Sorocaba sobrevivem de doações durante a pandemia
A ACI recebe recursos da prefeitura para desenvolver os trabalhos, mas o dinheiro não é suficiente para custear as obras de melhoria e manutenção da estrutura. Por isso, eventos são realizados para arrecadar verbas.
O último evento foi no início do ano, com a venda de pizzas para arrecadar verbas e reformar os brinquedos do parquinho, que estavam enferrujados. Desta vez, um caldo de mandioca está sendo feito para venda e o dinheiro arrecadado será utilizado na reforma do pátio do refeitório.
"O piso está quebrado, a pintura já está velha também. Então, esse do caldinho é para reforma do nosso pátio. As pessoas vêm pela rede social ou ligam na nossa organização e compram [o caldo]", conta a presidente voluntária da entidade, Gisele Prado.
Sorocaba tem 70 entidades cadastradas que oferecem algum tipo de atendimento à comunidade. Destas, 29 recebem recursos da prefeitura, que totalizam mais de R$ 1,4 milhão por mês.
Também existem entidades que, mesmo sem recursos públicos, fazem o máximo para ajudar o próximo, como é o caso da turma de jovens do Lions Clube de Votorantim (SP). O projeto precisou se reinventar durante a pandemia para arrecadar recursos.
"Nós somos um clube sem fim lucrativo nenhum. Sobrevivemos da ajuda de parceiros, amigos, rifas solidárias, entre outros projetos, como o festival de caldos. Todo o dinheiro é revertido para nossas ações sociais", revela a presidente da entidade, Maria Augusta.
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