sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Prefeitura revitaliza cemitério São João Batista para feriado de Finados



Os trabalhos de reforma, revestimento e pinturas das sepulturas serão encerradas no dia 24 de outubro

Para o feriado de Dia dos Finados, realizado no dia 2 de novembro, a Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), revitaliza o Cemitério Municipal São João Batista. Os trabalhos de reforma, revestimento e pinturas das sepulturas serão encerradas no dia 24 de outubro. Por sua vez, a limpeza e higienização dos túmulos poderão ser realizadas até o dia 28 de outubro.

Programação para o Dia dos Finados

No dia 2, Dia de Finados, os portões frontais (1,2,3,4 e 5) do cemitério serão abertos a partir das 6h e fecharão às 18h, com tolerância de 15 minutos. Seis paróquias da cidade também realizarão celebrações no local durante toda a programação.

7h - Paróquia Nossa Senhora Anunciação e Arcanjos

9h - Paróquia São João Batista e Imaculada Conceição

11h - Paróquia Nossa Senhora do Carmo

13h - Paróquia Nossa Senhora da Consolata

15h - Paróquia São José

17h - Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Alertas
A Secretaria de Serviços Públicos esclarece algumas regras para que o dia seja celebrado com respeito e tranquilidade. Um dos alertas é a proibição de venda de planos de saúde ou derivados, conforme a Lei 1903, onde cita ordem e costumes públicos.

Onze linhas de ônibus passam por alteração no horário


As mudanças entram em vigor a partir de segunda-feira (dia 24 de outubro)

A partir da próxima segunda-feira (dia 24 de outubro), algumas linhas de ônibus de Votorantim passam a circular com mudanças no horário. Ao todo, onze itinerários passam por alterações. As mudanças ocorrem devido a oscilação da quantidade de usuários, para melhorar o transporte para a população.

As linhas com alterações são: Capoavinha via avenida Anália Pereira (3101), Itapeva (3102), São Lucas/Carrefour via Jataí (3103), Serrano via Vossoroca (3104), Serrano via Vila Galli (3105), shopping via Jardim Paraíso (3106), shopping via Jardim Clarice (3107), Novo Mundo via Parque Bela Vista/shopping (3108), Green Valley via shopping (3110), Vila Nova via Vila Irineu (3111), Vila Garcia (3112), Karafá (3113), Fornazari via cemitério (3115), Itapeva via Jataí (3116), Parque São João via Votocel (3118), Angelo Vial via Jardim Archilla (3122), Etec via Votocel (3123), Alphaville (3125), Bairro dos Morros (3126) e Vila Nova/Iguatemi via Vila Garcia (3128).

O horário de todas as linhas que passaram por alteração também estará disponível na próxima semana (dia 24 de outubro). Para conferir basta acessar o link da empresa City por meio do link: https://www.cartaocity.com.br/horarios.


Saúde divulga programação da vacinação contra Covid-19 de 24 a 27 de outubro


Não haverá vacinação na sexta-feira, devido ao dia do Servidor Público

A Secretaria da Saúde divulgou a programação da vacinação contra Covid-19 de 24 a 27 de outubro. Nesta semana, não haverá vacinação na sexta-feira (dia 28 de outubro), devido ao dia do Servidor Público.
Nesta semana, também haverá alterações nos atendimentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégias de Saúde da Família (ESF). Na segunda-feira (dia 24 de outubro), não terá vacinação nas UBS Vila Garcia e na UBS Archila. Na quinta-feira (dia 27 de outubro), a UBS Vila Nova e ESF Tatiana não atenderão a vacinação, as equipes das unidades estarão em reunião mensal.
A vacinação seguirá normalmente nos demais dias e nas 15 Unidades de Saúde. Atualmente, todos os postos estão disponibilizando a primeira e a segunda dose da vacina contra Covid-19 para a população a partir de três anos de idade, a terceira dose para munícipes a partir de 12 anos de idade (quatro meses após a segunda dose) e a quarta dose para adultos a partir de 18 anos de idade (quatro meses após a terceira dose).
A quinta dose está sendo aplicada apenas em imunossuprimidos a partir de 18 anos de idade (quatro meses após a quarta dose).

Documentação
A documentação necessária para adultos a partir de 18 anos de idade tomarem o imunizante contra Covid-19, são o documento de identidade com foto (RG ou CNH), CPF, um comprovante de residência, e a partir da segunda dose, o comprovante das doses anteriores.
Jovens de 12 a 17 anos de idade, precisam apresentar os mesmos documentos e estarem acompanhados pelos pais ou responsável ou, na ausência, apresentar o termo de assentimento assinado por um eles.
Crianças de três a 11 anos de idade, é obrigatória a presença dos pais, já os documentos, os responsáveis podem levar o CPF ou o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), a carteirinha de vacinação da criança e um comprovante de endereço.
 
Confira a programação da semana:      
   
Dia 24 de outubro (segunda-feira)
3 a 11 anos
UBS Vila Nova (8h às 14h)
UBS Clarice (8h às 12h)

12 anos ou mais
UBS Rio Acima (8h às 12h)
UBS Barra Funda (8h às 12h)
UBS Bela Vista (8h às 14h)
UBS Serrano (8h às 12h)
ESF Cristal (8h às 12h)
UBS Itapeva (8h às 12h)
UBS Novo Mundo (9h às 12h)
ESF Tatiana (9h às 12h)

Dia 25 de outubro (terça-feira)
3 a 11 anos
UBS Vila Garcia (8h às 12h)
UBS Novo Mundo (9h às 12h)

12 anos ou mais
UBS Vila Nova (8h às 14h)
UBS Rio Acima (8h às 12h)
UBS Archila (8h às 12h)
UBS Barra Funda (8h às 12h)
UBS Bela Vista (8h às 14h)
UBS Serrano (8h às 12h)
UBS Clarice (8h às 12h)
ESF Cristal (8h às 12h)
UBS Itapeva (8h às 12h)
ESF Tatiana (9h às 12h)

Dia 26 de outubro (quarta-feira)
3 a 11 anos
ESF Amorim (8h às 12h)
UBS Serrano (8h às 12h)
ESF Cristal (8h às 14h)
entrega de senha até 13h

12 anos ou mais
UBS Vila Nova (8h às 14h)
UBS Vila Garcia (8h às 12h)
UBS Rio Acima (8h às 12h)
UBS Barra Funda (8h às 12h)
UBS Bela Vista (8h às 14h)
ESF Amorim (8h às 12h)
UBS Clarice (8h às 12h)
UBS Itapeva (8h às 12h)
UBS Novo Mundo (9h às 12h)
ESF Tatiana (9h às 12h)
 
Dia 27 de outubro (quinta-feira)
3 a 11 anos
UBS Rio Acima (8h às 12h)
UBS Archila (8h às 12h)
UBS Bela Vista (8h às 14h)
UBS Itapeva (8h às 12h)
ESF Promorar (9h às 12h)

12 anos ou mais
UBS Vila Garcia (8h às 12h)
UBS Barra Funda (8h às 12h)
UBS Serrano (8h às 12h)
UBS Clarice (8h às 12h)
ESF Cristal (8h às 14h)
entrega de senha até 13h
UBS Novo Mundo (9h às 12h)
ESF Promorar (9h às 12h)

Aluno de escola municipal é flagrado com simulacro de pistola



CRUZEIRO DO SUL


Caso aconteceu na Vila Fiori; objeto foi encontrado na mochila do estudante



Polícia militar foi acionada para atender a ocorrência (Crédito: Governo do Estado de São Paulo)

Um aluno de uma escola municipal de Sorocaba foi flagrado com um simulacro de pistola. O caso aconteceu nesta quinta-feira (20) na Vila Fiori. Segundo a Polícia Militar, a equipe recebeu uma solicitação de que havia um aluno armado na unidade. A PM foi até o local para atender a ocorrência e identificou que o objeto era um simulacro conhecido como Airsoft. A réplica estava dentro da mochila do estudante.

Ainda segundo a Polícia, a direção da escola solicitou a presença dos pais do aluno e do Conselho Tutelar. O responsável pela unidade também informou à PM que acionaria a Guarda Civil Municipal e posteriormente registraria um boletim de ocorrência.

Ao jornal Cruzeiro do Sul, a Prefeitura confirmou que o aluno levou para a escola uma réplica de arma (de airsoft ou de pressão de ar), sem o conhecimento dos pais. Imediatamente, ao tomar conhecimento, a família foi chamada pela escola e a situação foi toda esclarecida em conversa com os pais, orientando também a família do aluno.
Caso semelhante

Em fevereiro deste ano aconteceu um caso semelhante em uma escola municipal de Votorantim, porém, ao invés de um simulacro de pistola, na ocasião, um estudante de 9 anos entrou na unidade com uma faca escondida na mochila. Segundo relatos de pais de outros alunos, o garoto teria ameaçado os colegas com o objeto. Na época, a direção da escola onde o fato ocorreu, informou ao Cruzeiro do Sul que o estudante é um bom aluno e não tinha históricos de problemas na instituição

De acordo com a Secretaria de Educação, assim que os funcionários da unidade souberam do caso, a criança foi acolhida e a família chamada para comparecer ao local. Além disso, os pais e responsáveis dos colegas de classe do aluno foram convidados para uma conversa na própria escola. O objetivo foi abrir um diálogo e repassar orientações dos profissionais, tanto da educação quanto da saúde, sobre como lidar com o comportamento das crianças. O estudante também recebeu acompanhamento psicólogo e da assistência social. (Da Redação)

Chacina de Votorantim: o crime brutal que chocou uma cidade inteira há 15 anos

TEM Mais



Série de reportagens do temmais.com conta a história das famílias dessas vítimas. Maria Ferreira do Carmo, mãe de uma das vítimas, fala sobre a dor de uma mãe que não pôde dizer adeus


Chacina de Votorantim: a dor de uma mãe que não pôde dizer adeus (Foto: temmais.com)


Um crime bárbaro que chocou os moradores de Votorantim, uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes no interior de São Paulo, completa 15 anos neste domingo (23). Cinco jovens que faziam um piquenique em um mirante foram mortos a tiros no dia 23 de outubro de 2007.

O crime ficou conhecido como a Chacina de Votorantim.

Uma série de reportagens do temmais.com conta nesta sexta (21), sábado (22) e domingo (23) a história das famílias dessas vítimas e relembra a repercussão do crime que deixou uma cidade inteira em luto.

Naquela terça-feira, um grupo com oito jovens decidiu não assistir às aulas e passar um tempo no mirante, que era conhecido entre os adolescentes.

Todos se divertiam e deslumbravam a vista da cidade quando foram abordados por dois homens armados, que começaram a atirar.



Elvis Aparecido Silva, de 16 anos, Danielli Miranda Raimundo, de 14 anos, Mariane Caren da Silva, de 15 anos e Jhosely Lopes dos Santos, de 15 anos, morreram no local. André Gonçalves Rodrigues, de 21 anos, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo no hospital.

Uma jovem de 18 anos levou dois tiros no braço, e dois adolescentes, de 15 e 16 anos não tiveram ferimentos. Aos policiais, eles contaram que conseguiram sair correndo no momento em que a arma de um dos homens falhou.

Em pouco tempo, a polícia foi capaz de identificar os responsáveis pelo crime. Wellington de Barros Silva, conhecido como “Bicho”, foi morto cinco dias após a chacina. De acordo com a investigação, a morte de Wellington foi vingança ao ataque contra os jovens.

Já Everson dos Santos, chamado de “Maninho”, foi condenado a 135 anos de prisão em 2011, em um júri que durou mais de 12 horas. Em 2011, a pena foi diminuída para 45 anos depois que a defesa entrou com um recurso.

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Há 15 anos, a vida da costureira Maria Ferreira do Carmo nunca mais foi a mesma. A falta do filho Elvis virou uma ferida que dói mais a cada hora que passa.

“Muito triste. Quando chega o meio de outubro eu queria dormir e só acordar no ano que vem. Porque não tem comemoração, não tem dia, não tem hora em que não lembro dele. E, quando chega o final do ano, a dor é grande. Quanto mais o tempo passa, mais dói. No dia a dia a gente sorri, dá risada, mas por dentro a gente tá morta, a gente morreu. A gente vive por viver, enquanto Deus quiser que a gente esteja aqui. Mas, a falta do meu filho é muito grande, mesmo depois de se passarem 15 anos. Muito dolorido”, diz.



“Peço muito pra que Deus toque o meu coração e faça uma obra muito grande em mim, porque eu não sou capaz de dar o perdão não. Não adianta eu falar que sou, porque Deus sabe que eu falo do fundo do meu coração, eu ainda não sou capaz de dar o perdão. Peço que Deus tenha misericórdia dele, mas eu não sou capaz. Ainda não. Nada traz o meu filho de volta. Mas, se fez tem que pagar, então que pague”, afirma a mãe de Elvis, uma das vítimas.
Sonhos interrompidos

Aos 16 anos, o então adolescente Elvis era cheio de energia e com muitos sonhos, como descreve a mãe. Elvis foi pai cedo, mas nunca deixou de ser um filho exemplar. Maria do Carmo contou ao temmais.com que, além de ser um cozinheiro exemplar, o jovem também tinha o sonho de virar caminhoneiro.

“Ele era cozinheiro, gostava de fazer bolo. Naquele dia mesmo ele havia feito frango com abobrinha verde. Quando a gente viajava, ele só via as carretas. Eu falava pra ele ‘eu vou correr junto com você, vou viajar junto com você’. Mas, infelizmente, alguém atrapalhou nosso sonho e nossa vida toda”, relembra.



Enquanto esse sonho não se tornava realidade, Elvis se distraía com os esportes, principalmente futebol, e com a música. “Gostava muito de ouvir aquelas músicas dele, até se vestia como os cantores, com roupas largas e boné”, diz Maria. Sua atividade favorita, que chegava a dar orgulho a ele, era ajudar a mãe com os trabalhos de artesanato.

“Ele comprava retalho na avenida pra mim. E quando a loja abria, ele já estava lá de bicicleta, sabia direitinho o meu gosto. Ele também saía comigo pra entregar, e algumas vezes ia sozinho. Entregava, recebia o dinheiro e nunca faltou um centavo sequer”.

Agora, o tempo na máquina de costura passou a ser diferente, e não conta mais com o toque do filho.

“Nunca esqueço que ele me chamava de ‘minha coroa’. Todos os momentos em que ele chegava em casa e eu estava na máquina costurando, era uma fungadinha no meu cangote e me abraçava, com a cadeira e tudo. Essas são lembranças muito boas que eu tenho dele.”


Lembranças preciosas

Nas fotos cuidadosamente colocadas na prateleira da sala, no quadro na parede e bem perto do peito, estampado em uma camiseta… Essas são as formas que Maria encontra de manter o filho consigo. Algumas vezes, Elvis a “visitou” de outras maneiras, conta Maria.

“Pra falar a verdade, eu tive só três sonhos com o meu filho. Eu não costumo sonhar com ele. E, dois meses depois que ele foi embora, teve um dia que eu estava deitada na cama dele depois do almoço e eu senti uma mão na minha cabeça. Aí eu levei minha mão na cabeça e perguntei ‘você tá aqui, filho? descanse em paz, porque não é justo’. É muito triste, as lembranças vêm direto.”

Outro tesouro guardado com muito carinho pela costureira fica em cima de um armário, protegido por um plástico e um pedaço de papel.

“Tem um gabinete de uma máquina e, naquele dia, ele consertou minha máquina e, com a ponta de tesoura, ele escreveu o nome dele. Esse gabinete está guardado até hoje, mas eu não tenho coragem de expor. Ainda não. Isso aconteceu justamente naquele dia de trevas. Não sei se era coisa do destino, porque ele nunca fez isso. Hoje eu tenho um papelzinho em cima, pra nada estragar, e o gabinete tá guardado, mas eu não tenho coragem de me desfazer dele.”



Chacina de Votorantim: famílias de jovens falam sobre crime que chocou a cidade e 15 anos de luto

Por Júlia Martins, Wilson Gonçalves Jr., Witter Veloso e Gabriel Sant'Ana, g1 e TV TEM


Em 23 de outubro de 2007, cinco jovens entre 14 e 21 anos foram mortos a tiros em mirante no bairro Vossoroca. Everson 'Maninho', acusado do crime, foi sentenciado a 135 anos de prisão, mas teve a pena reduzida; confira relatos de parentes.





Chacina de Votorantim: g1 visita famílias das vítimas 15 anos após o crime

O sentimento de vazio é algo que nem o tempo foi capaz de curar. Para a costureira Maria Ferreira do Carmo, a perda do filho Elvis, de 16 anos, é uma ferida que continua aberta mesmo depois de 15 anos.
O jovem foi uma das cinco vítimas de um crime bárbaro que ficou conhecido como a Chacina de Votorantim. Elvis Aparecido Silva e outros quatro adolescentes morreram baleados em um local chamado de mirante, no bairro Vossoroca, em 23 de outubro de 2007.
15 anos depois, o g1 revisitou algumas das famílias das vítimas do crime que chocou não só a cidade, mas todo o interior de São Paulo. Os relatos obtidos pela reportagem mostram que o tempo, diferentemente do ditado amplamente conhecido, não cura todas as feridas.
"A cada dia a dor aumenta mais. No dia a dia a gente sorri, dá risada, mas por dentro a gente tá morta, a gente morreu. A gente vive por viver, enquanto Deus quiser que a gente esteja aqui. Mas, a falta do meu filho é muito grande" afirma a costureira.

O crime
Naquele dia, há 15 anos, a vida seguia normalmente na cidade de pouco mais de 100 mil habitantes. Em uma terça-feira, oito jovens resolveram não entrar na aula para fazer um piquenique no mirante.


Crime em 2007 chocou moradores de Votorantim (SP) — Foto: Folha de Votorantim/Reprodução/Arquivo


O grupo saiu da Escola Estadual Evilásio de Góes Vieira, caminhou por cerca de 500 metros até chegar ao local, que era bem conhecido entre os adolescentes. Eles namoravam e comiam salgadinhos quando foram abordados por dois homens armados, que começaram a atirar.
Na época, a investigação descobriu que, ao chegar no mirante, os criminosos disseram: "Isso aqui não é brincadeira não, hein", antes de começar a atirar contra os jovens.
Além de Elvis, Danielli Miranda Raimundo, de 14 anos, Mariane Caren da Silva, 15 anos, e Jhosely Lopes dos Santos, de 15 anos, morreram no local. André Gonçalves Rodrigues, de 21 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.


Jovens mortos na Chacina de Votorantim, em outubro de 2007 — Foto: Reprodução/TV TEM

Outros três adolescentes sobreviveram ao ataque, fugiram e conseguiram pedir ajuda para moradores. Um jovem de 18 anos levou dois tiros no braço, e dois adolescentes, de 15 e 16 anos não tiveram ferimentos. Aos policiais, eles contaram que conseguiram sair correndo no momento em que a arma de um dos homens falhou.

"Verdadeiramente demoníaco"
Para o promotor de Justiça Wellington dos Santos Veloso, quem cuidou do caso na época, a brutalidade do crime chamou a atenção não só de moradores, mas também das autoridades.
“Esse é um daqueles casos que me fazem acreditar na existência do demônio. Tirar as vidas daqueles jovens da maneira como foram tiradas, e pelo motivo que foram tiradas, não é apenas desumano, não é só cruel, isso é verdadeiramente demoníaco. Esse foi, com certeza, um dos casos mais tristes e mais violentos com os quais eu me deparei ao longo de mais de 36 anos de carreira", afirma.


Wellington dos Santos Veloso foi o promotor que acompanhou o caso em Votorantim (SP) — Foto: Júlia Martins/g1

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o mês de outubro é considerado, até hoje, o mais violento da cidade, com sete vítimas de homicídio. Esse número é quase o total de vítimas registradas durante todo o ano de 2021, que teve oito.
No entanto, o caso de André, que foi socorrido com vida, não entra como registro de vítima de homicídio, e sim como um caso de tentativa de homicídio. Por isso, o outubro de 2007 não se iguala aos registros deste ano.

Investigação
A peça-chave que alavancou a investigação logo nos primeiros dias foi a morte de um rapaz chamado Wellington de Barros Silva, conhecido como "Bicho". Segundo a polícia, ele foi morto por vingança justamente por ter participado da chacina.
Com o depoimento do acusado pela morte de "Bicho", condenado a 12 anos de prisão na época, os investigadores foram capazes de apontar Everson Severino, o "Maninho", como mandante e executor da chacina.


Everson "Maninho" foi apontado como o mandante da chacina — Foto: Folha de Votorantim/Reprodução/Arquivo

“Everson era um conhecido traficante na região. E, por conta da presença dos jovens no local, deliberou por matá-los, o que é algo extremamente brutal”, explica o promotor. Segundo ele, o terreno era usado como ponto de venda de drogas, comandado por Maninho.
Ainda havia a suspeita de envolvimento de uma terceira pessoa, que chegou a ser presa, mas foi absolvida por falta de provas.

O júri
Era dia quatro de novembro de 2011. Milton Vieira se preparava junto com a esposa para uma viagem de 30 km até São Roque, cidade da região. Isso porque, a pedido da defesa, o júri foi desaforado, ou seja, retirado de Votorantim para que fosse julgado.
O motivo, segundo os advogados de defesa, era que, por conta da enorme repercussão, os jurados riam entrar para o julgamento influenciados.


Milton Vieira, pai de Jhosely, uma das vítimas da chacina em Votorantim (SP) — Foto: Júlia Martins/g1

Em frente ao fórum, em 2011, Milton fez uma oração para a filha Jhosely, de quem foi forçado a se despedir quatro anos antes.
“A gente fica tão ansioso pra chegar o dia do julgamento, que você fica até com um pressentimento de que, quando terminar, a vida vai seguir normal. Mas, infelizmente, não é assim”, conta.
“Eu me lembro até que, há pouco tempo, havia acontecido o caso Nardoni, que teve repercussão até internacional, e eu dizia ‘mas, se a repercussão é fundamento pra desaforar, os Nardoni terão que ser julgados em outro planeta’”, comenta Wellington.
Foram horas e mais horas de julgamento quando, finalmente, por volta das 3h, o juiz determinou uma pena para Everson “Maninho”: 135 anos de prisão.
Um alívio tímido tomou conta das famílias das vítimas. No entanto, Milton afirma que a ferida causada pela perda da filha nunca irá se curar totalmente.
“Ele foi condenado e a dor da gente só ficou mais forte durante esse período. É mais um condenado, mas é mais uma mãe sofrendo por um filho preso e nós com a nossa dor que continua. Mas, ele tem que pagar pelo que ele fez”, afirma.



Maria Ferreira do Carmo, mãe de Elvis, outra vítima da chacina em Votorantim — Foto: Júlia Martins/g1

Para a costureira Maria, mãe do Elvis, a saudade continua crescendo, e um perdão difícil de conceder.
“Peço muito pra que Deus toque o meu coração e faça uma obra muito grande em mim, porque eu não sou capaz de dar o perdão. Não adianta eu falar que sou, porque Deus sabe que eu falo do fundo do meu coração e eu ainda não sou capaz. Peço que Deus tenha misericórdia dele, mas eu não sou capaz. Ainda não”, diz Maria.

Reviravolta
Para as famílias, os anos seguintes foram de luto e dor, mas com a certeza que "Maninho" pagaria por todo o mal que causou. No entanto, em 2014, uma reviravolta tirou novamente a paz de quem já estava, aos poucos, tentando reconstruir a vida.
A defesa de Everson entrou com um recurso para que a pena fosse reduzida. O promotor Wellington Veloso explica que o tribunal optou pelo conceito de crime continuado, o que causou muita frustração e revolta.


Matéria do g1 de 2007 sobre a redução da pena de Everson "Maninho" — Foto: Reprodução


“Foi uma frustração muito grande porque o tribunal aplicou o famigerado conceito de crime continuado, considerando que a morte da última vítima foi uma mera continuação do homicídio da primeira. Como se cada uma daquelas vidas não tivesse sido gerada num ventre independente, como se cada uma não tivesse a sua própria existência”, explica o promotor.
De acordo com o Tribunal de Justiça, a pena diminuiu de 135 para 45 anos, dos quais Everson já cumpriu 14. Para as famílias, surge o medo de reencontrá-lo em algum momento da vida. E, para a promotoria, mesmo a pena inicial já não seria capaz de compensar o sofrimento causado.
“É muito pouco pra toda a dor e toda a tragédia causada às famílias das vítimas. Ainda que ele pegasse os 135 anos inicialmente dados, isso ainda assim não pagaria todo o mal que ele causou. Não há como mensurar isso. Você sente e percebe o desespero daquelas famílias, mas é só quem vivencia isso que sabe o tamanho dessa tragédia”, finaliza.


"Justiça para ter paz": Maria do Carmo em sua máquina de costura usando a camiseta que fez em homenagem ao filho Elvis — Foto: Júlia Martins/g1

Cinco vidas ceifadas, e um sofrimento que se estendeu para outras dezenas, sejam familiares, amigos ou até conhecidos que se sensibilizaram com tamanha crueldade. Conforme os anos passam, os pais de Elvis, Danielli, Mariane, Jhosely e André tentam encontrar algum tipo de conforto para lidar com a partida tão precoce de seus filhos.
"Temos que confiar que foi Deus que nos deu ela, e que foi Deus que a levou. E, se não fosse por Ele, nós não estaríamos em pé hoje”, diz Milton.
“É difícil para falar, mas ele era muito carinhoso. Não tinha tempo ruim. Ele me ajudava muito quando eu trabalhava com artesanato. Ia comprar retalhos. Ele era um bom pai, era um bom filho. Eu só tenho coisas boas dele, não tenho lembranças ruins do meu filho”, finaliza Maria.

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