Mayco Geretti
Agência BOM DIA
Cão autor do ataque foi levado a abrigo e não teve dono encontrado: feroz
Gritos, correria e diversas ligações congestionando o telefone 190 da Polícia Militar de Votorantim. Na origem da confusão o ataque de um pitbull que deixou a população assustada no Centro.
O cão, que sem motivo aparente, avançou contra a égua que puxava uma carroça, foi levado a um abrigo e até a tarde desta quarta-feira não havia tido a propriedade identificada pelo setor de Zoonoses.
O catador Eduardo Ferreira do Prado, 54 anos, estava com a charrete parada na avenida São João, quando o cachorro veio correndo em direção da égua, saltou e a atacou na região do pescoço.
Em seguida, começou a mordê-la no abdome. Assustada, a égua correu por cerca de 150 metros, puxando sem controle a carroça vazia. O animal teria desviado de veículos que desciam a movimentada avenida e subido por uma calçada.
Populares tentaram jogar água e dar golpes com pedaços de cano no cachorro, que só largou da égua após mordê-la por quase cinco minutos.
Mal-entendido
Entre os populares corria o boato de que o pitbull teria escapado de um pet shop próximo dali, mas a informação foi desmentida pela polícia.
Na verdade, o comentário nasceu porque uma funcionária do estabelecimento ajudou a controlar o animal e o conduziu até a loja, onde ele ficou trancado até a chegada dos policiais. “O fato dela saber lidar com animais facilitou no controle do cachorro”, diz José Carlos de Melo, dono do pet shop.
José, que também é veterinário, pretendia fazer a cirurgia necessária para salvar a égua, mas pretendia pedir à prefeitura o dinheiro necessário para o custeio do procedimento, algo em torno de R$ 15 mil.
Conforme os moradores, o pitbull estava andando sozinho pelas imediações da avenida São João desde o começo da manhã.
Se o dono for identificado será autuado e terá de pagar as taxas do abrigo da Zoonoses, além de ter de responder criminalmente pela ausência de cautela na guarda do animal.
Catador fica sem saber como vai trabalhar
O catador Eduardo Ferreira está com um braço fraturado e, à espera de cirurgia, depende da égua para tracionar os materiais coletados durante o dia. Com o animal sem condições de fazer força, ele não sabe como trabalhar. “Vivo do pingadinho de dinheiro de cada dia. Não tenho ideia de como sobreviveremos. Pior ainda se a égua morrer.”
O ataque fez os ânimos de alguns populares se exaltar. “Não sei o que precisa ocorrer ainda para decidirem acabar com os pitbulls. Eles são loucos”, esbraveja a dona-de-casa Elmira Santos, 59.
O veterinário Alceu Dantas afirma que os pitbulls envolvidos em ataques normalmente têm um histórico de maus-tratos ou são treinados essencialmente para serem violentos. “Um animal dócil e bem cuidado dificilmente atacaria desta forma.”
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