Represa e 'Chave' viram atrações turísticas

Fernando Guimarães - Redação Cruzeiro do Sul

Créditos da fotos: Emídio Marques

Notícia publicada na edição de 30/01/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno B

Represa foi construída em 1908 e começou a operar em 1910

Fotos: Emídio Marques

Enquanto em bairros de Sorocaba moradores tentam sobreviver às constantes inundações, a vazão de água da represa de Itupararanga, que nesta sexta-feira (29) registrava às 12h30 64 mil litros por segundo, e a cachoeira da Chave em Votorantim, tem atraído a atenção de dezenas de curiosos em ver o volume excessivo de água nesses dois pontos. Até quinta-feira, a vazão de água da represa estava em 52 mil litros por segundo, volume que já dificultava a redução do nível do rio Sorocaba.

Na tarde de hoje, diversas pessoas foram à barragem de Itupararanga para contemplar a beleza da queda d’água pelos vertedouros. Comentários sobre possíveis rachaduras e brincadeiras do tipo: “Ainda hoje a represa não rompeu”, eram comuns entre os visitantes, que não perderam a chance de fotografar o espetáculo da natureza por meio de seus telefones celulares e câmeras digitais.

Alguns dos “turistas” lembravam da grande cheia que atingiu Votorantim em 1982, quando três açudes da região romperam-se e as águas encontraram-se com aquelas que vertiam de Itupararanga. Havia quem dissesse que no final da década de 1970 surgiu uma rachadura na parede da represa, mas que foi consertada rapidamente pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), operadora do sistema. “Não houve estragos, mas meu avô se lembrava disso e nos contava sempre”, afirmou um votorantinense.

Olhares curiosos no volume da bacia da represa, nas comportas e na quantidade de água que descia com quase 20 metros de altura tentava analisar a situação, no caso de a represa romper-se. “Não há riscos, essa é uma das melhores estruturas do mundo”, afirmou na semana passada o engenheiro Gilberto Alcântara Barreto, gerente da hidrelétrica da CBA. A represa foi construída em 1908 e começou a operar em 1910. Ela tem capacidade para gerar 55 megawatts de energia elétrica que vão para a fábrica em Alumínio. Quando a calha das turbinas geradoras de energia começa a receber a capacidade máxima de 33 mil litros de água por segundo, tudo aquilo que ultrapassa essa quantidade é liberada pelos vertedouros, criando o espetáculo da cascata de Itupararanga.

Chave

No bairro da Chave, em Votorantim, a quantidade de água que passa pela represa da Votocel é tão grande que grande extravasa sobre as comportas, aumentando o volume que vai para a cachoeira da Chave.

Lá, o pescador Raimundo Nonato de Sales não comemorava muito o nível da água e a força da correnteza. “Vem peixe, mas é muito mais difícil de pescá-los”, alegou. Ele chegou a pescar alguns lambaris e mais nada. Antônio Carvalho, conhecido como Japão, e a esposa ficaram encantados com o volume de água: “É lindo, mas dá medo!”, disse a mulher. Eles seguiram uma trilha por entre as rochas e chegaram perto da cachoeira, no ponto em que a força e a velocidade da água impressionam. Isso para tirar fotos. Todo esse volume de água passou pelo rio Sorocaba, em Votorantim, mas lá, ao contrário de Sorocaba, a calha é mais alta e o rio não transbordou.