A partir de hoje este blog publicará as colunas gastronômicas da Chef votorantinense Mariana de Castro.
Aipim, mandioca, macaxeira...
chame como quiser, mas deguste de todas as maneiras
A gastronomia está em alta... Mais do que nunca!
Nomes complicados de pratos, ingredientes diferentes, termos franceses para utensílios e assim por diante. Porém, a busca da criatividade plena é a evocação maior.
Acredito nesta criatividade, mas acredito também que ela existe há muito tempo e de muitas maneiras.
No ano de 1500, Jean de Lévy vem ao Brasil e se espanta com uma bebida denominada Cauim, produzida de maneira peculiar onde os índios cortavam o aipim em rodelas como fazemos com os rabanetes, mascavam e ao invés de cuspi-las, colocavam em outra vasilha para uma nova fermentação.
O resultado: Uma bebida turva e espessa como borra e com gosto de leite azedo. Pode não ter ficado com um sabor para os paladares de hoje, mas em quesito criatividade superou todas as expectativas.
Assim é o aipim, a macaxeira, a mandioca ou outro nome dado, dependendo da região do país.
Um dos alimentos mais antigos, de custo barato e com uma infinidade de preparos, seja dela mesma ou de seus derivados.
Segundo informações, o aipim produz sete toneladas de amido por hectare, em solos tropicais e sem grande trabalho, seu plantio existe há 10 mil anos.
Certos cuidados são necessários, já que algumas espécies são venenosas e precisam de cuidados no preparo para que evapore o terrível ácido cianídrico que possuem.
Deixemos o veneno de lado e vamos falar das mandiocas “do bem", aquelas de comemos recém cozidas no café da manhã, ou no preparo de bolos, doces, sorvetes (a tapioca fica deliciosa como sorvete), farinhas, seja ralada ou espremida a variedade de delícias é fantástica.
Um dia desses assisti uma matéria sobre a culinária indígena, destacava-se a importância do aipim em suas comunidades e extende para a população nordestina a herança deste consumo,
o mais interessante foi ver um pequeno índio se deliciando com um sanduiche feito de beiju (derivado da mandioca) recheado com uma posta de peixe.
Simplesmente delicioso, básico, fácil e muito criativo.
Tucupi, tacacá, maniçoba, beiju, tapioca, massa puba, pirão dentre outros, você já deve ter ouvido, visto ou experimentado, mas se ainda não, convido você a degustar e recriar uma delícia milenar e que até hoje faz parte das nossas mesas.
Receita de Vaca atolada – Costela com mandioca
Ingredientes
1 e 1/2kg de costela de vaca sem gordura (pode ser feita com fraldinha),
1 e 1/2kg de mandioca descascada,
6 dentes grandes de alho picadinhos,
1 cebola grande picada,
1 e 1/2 pacote de caldo de costela,
1/2 colher de café de açúcar,
4 colheres de sopa de óleo de soja,
Pimenta do reino, manjericão e alecrim a gosto,
1 litro de água fervente,
Sal a gosto,
Salsinha a gosto.
Modo de Preparo
• Descascar as mandiocas e limpar bem a costela retirando as gorduras e reservar,
• Em uma panela aquecer o óleo até atingir uma temperatura bem quente. Jogar o açúcar e deixe fritar até que fique bem escuro, acrescentar a costela e deixar fritar ate dourar, acrescentar o alho e mexa bem até sentir a fragrância do alho,
• Em seguida acrescentar a cebola e mexer. Quando estiver bem misturado, acrescentar aos poucos a água, os caldos de costela, a pimenta do reino, o manjericão e o alecrim (picadinhos),
• Experimente para verificar o sal (se estiver faltando acrescentar a gosto),
• Tampar a panela e deixar cozinhar por aproximadamente 50 min (se a carne for boa já estará cozida, senão volte ao fogo mais 15 min.),
• Passado este tempo, abrir a panela e verificar se a costela está no ponto (deve estar cozida, mas não soltando do osso),
• Acrescentar a mandioca e deixar cozinhar por mais 07 min, até que fiquem macias,
• Servir com arroz e angu.
Por Chef Mariana de Castro

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