Funcionalismo municipal: Servidores aprovam paralisação por reajuste maior

Folha de Votorantim

Eles não concordam com os 5% oferecidos pelo prefeito e decidem cruzar os braços

Reunidos em assembléia, anteontem à tarde, na praça Zeca Padeiro, servidores públicos municipais de Votorantim aprovaram uma paralisação de suas atividades para reivindicar reajuste maior de salários, em relação ao que foi anunciado pelo prefeito Carlos Pivetta (PT). No último sábado, a Folha de Votorantim divulgou, com exclusividade, que o prefeito iria conceder 5% de reajuste ao funcionalismo, divididos em duas vezes: 3% no pagamento de maio e mais 2% em setembro, além de aumento de 10% no ticket alimentação.

Falando do palco da praça, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Isael Clareti, pôs em votação a intenção de paralisação, que foi aprovada por todos os trabalhadores presentes. A reivindicação é de 12% de reajuste. A princípio, o movimento é direcionado aos funcionários das secretarias de Obras e Urbanismo (Sourb) e de Serviços Públicos (Sesp), além do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o que deve prejudicar a coleta de lixo no município. “Vamos entrar no serviço, bater o cartão e ficar parados”, propôs Clareti.

O presidente do sindicato não concorda com o reajuste proposto aos servidores, tendo em vista que os escriturários receberam 13,68% no ano passado e os médicos tiveram seus vencimentos aumentados em 41% recentemente. Para a prefeitura, o aumento dos médicos é uma necessidade de mercado, criando um atrativo financeiro para mantê-los no sistema municipal de saúde. Em relação aos escriturários, o que houve foi um reagrupamento para equiparar o salário de funcionários que exerciam a mesmo função e tinham vencimentos diferentes.

A Secretaria de Comunicação da prefeitura de Votorantim deixou claro ontem que não há a menor possibilidade de acréscimo no índice de reajuste divulgado pelo prefeito Carlos Pivetta. De acordo com projeto enviado à Câmara Municipal, serão 3% em maio e mais 2% sobre este índice em setembro, somando 5,6%. O ticket alimentação terá aumento de 10% agora e mais 10%¨em setembro, chegando a 21% um percentual sobre o outro. “Com estes índices, fica garantido o poder de compra da cesta de alimentos e a reposição da inflação, além de um aumento real”, afirma a Secom, que acrescenta: “O reajuste está dentro das possibilidades da administração e no limite da Receita Corrente Líquida Prudencial”.

Ainda conforme a Secretaria de Comunicação, o trabalho ontem foi normal na prefeitura, inclusive em relação à coleta de lixo, feita pelo Saae. Até às 14h30 de ontem, a administração municipal não tinha sido notificada sobre a paralisação dos serviços. Qualquer greve, segundo a Secom, só pode ser deflagrada 72 horas depois da notificação, mesmo assim preservando os serviços iniciais. Diante disso, o servidor que faltar ao serviço ou deixar de trabalhar terá o dia descontado do salário.