Por Fernando Grecco
"A política não é uma ciência, como supõe a maioria dos senhores, mas uma arte." (Otto Von Bismarck)
Os números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, registrado na edição da Folha de Votorantim no último dia 22 de julho, apontam que a nossa cidade terá, para as eleições de outubro, 79.236 eleitores, ou seja, 0,261% do total de 30.301.398 de eleitores no Estado de São Paulo. Esses números podem suscitar uma reflexão suficientemente capaz de alterar, ao menos em parte, o futuro econômico, político e social da cidade.
Ocorre que esse número expressivo de eleitores poderia eleger um representante tanto no Congresso Nacional quanto na Assembléia Legislativa do Estado. Isso, com obviedade, acarretaria uma série de conseqüências de natureza política, alterando significativamente a representatividade da urbe frente aos Executivos estadual e federal.
É certo que Votorantim, exceto com a candidatura de Carlos Augusto Pivetta em 2006, nunca teve a oportunidade de votar em um candidato genuinamente votorantinense, alguém que fosse um profundo conhecedor da nossa realidade econômica e com isso pudesse trabalhar no sentido de nos desenvolver enquanto população operária. Nas últimas décadas, sempre fomos ligados aos candidatos de Sorocaba, sendo o colégio eleitoral votorantinense muitas vezes crucial para a eleição de alguns deputados.
Em geral, não podemos execrar todos os candidatos de Sorocaba que tiveram votação decisiva em Votorantim. A sua grande maioria, claro, mal enxerga nossa cidade como merecedora de recursos, mas não podemos nos esquecer que Hamilton Pereira, por exemplo, sempre deu a atenção que necessitamos enquanto deputado estadual. Outros, é verdade, só representam a elite sorocabana que pouco sabe sobre as carências de Sorocaba, o que dirá das nossas deficiências.
Difícil negar que Votorantim alterou-se profundamente nos últimos dez anos. A cidade tem novas adjacências, novos propósitos, ambições que por décadas permaneceram bem afastadas do nosso imaginário. É inegável, também, que estamos engranzados em uma realidade econômica mundial bastante áspera, onde impera cada vez mais a concentração absurda de renda, o aumento descomedido da criminalidade como produto direto das desigualdades, porém Votorantim tem se superado acima das expectativas. Logicamente não saímos ilesos às medidas antipopulares da ditadura tucana que já dura um bom tempo no Estado, contudo pudemos observar o desenvolvimento de uma política autóctone, que se não serviu para nos projetar nacionalmente, foi em virtude do nefando modo de governar de Geraldo Alckmin e José Serra.
Por aqui, alguns projetos nas áreas sociais merecem destaque, evidentemente, como o projeto Bolsa-Escola, engendrado no governo de Jair Cassola e continuado, com certo acrescentamento, pelo atual governo de Carlos Augusto Pivetta e Marcos Mâncio. Parece-nos bastante coerente dar uma ênfase especial à Educação, sendo certo que somente ela pode gerar uma sociedade economicamente justa, fraterna, onde as oportunidades se tornem tangíveis, evidentes, sobretudo à juventude, hoje tão desprovida de cultura e trabalho.
Nessa linha de pensamento desenvolvimentista, clareada sobretudo na última década, é que devemos pensar cuidadosamente sobre a probabilidade de se eleger um deputado estadual e/ou federal a fim de nos representar com certa exclusividade nas casas legislativas do país. Seguramente, essa escolha deverá ser amparada pelo nosso bom-senso, uma vez que somente ele poderá nos livrar da infeliz e trágica escolha de elegermos, por um lapso, algum tucano ou democrata para essa função a que nos referimos.
Fernando Grecco é articulista do jornal Folha de Votorantim.
E-mail: fer.grecco@yahoo.com.br
*O Artigo expressa unicamente a opinião do autor.
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