quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ANTES QUE SEU FILHO CHEGUE ÀS DROGAS – Parte 4*

*Este é o quarto texto de uma série de 10 com temática relacionada a prevenção às drogas

Manoel Peres Sobrinho

 
Antes que seu filho chegue às drogas escute atentamente o que ele tem a dizer. Arrume tempo para isso ou poderá ser tarde demais.

Escute como quem dá muita importância ao que está ouvindo naquele momento.

Por isso, não seja displicente, aborrecido, não aja como quem está fazendo um tremendo esforço para aturar aquela conversa, demonstrando assim, pressa para terminar aquele encontro e ir embora fazer suas coisas que são "mais importantes".


Dê muito valor ao que o seu filho estiver dizendo.
Ele poderá estar acenando para avisar que está em perigo e que precisa urgentemente de seu socorro, seu amparo, sua compreensão e presença amiga.
Não minimize, nem desvalorize o que o seu filho tem a dizer. Procure ver as coisas do ponto de vista dele. Lembres-se que ele não tem toda a experiência que você tem, e nem o conhecimento.
Para ele tudo o que diz é coisa séria e da mais completa importância.
Aliás, muito séria! Por isso, precisamos aprender a ver o mundo pelos olhos dos nossos filhos. Sentir as coisas pelos seus sentimentos. Dimensionar suas experiências como eles o fazem.
Precisamos aprender e apreender os valores que nossa juventude atribui a tudo o que a cerca, compartilhando de suas experiências, sendo, de certa maneira, cúmplices com ela; sem contudo aprovar seus erros e intenções descabidas e desacertadas.
Procuremos ser amigos e não patrulheiros. Camaradas e não guarda-costas. Companheiros e não interventores.
Façamo-nos iguais, embora sendo diferentes. Este é o paradoxo do amor que cuida sem, no entanto, violar o direito à liberdade individual.
"Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar" – Tiago 1:19.
Ouvir é uma arte que só se aprende ouvindo, praticando exaustivamente.
Ouvir é um ato de carinho.
Ouvir é um ato de atenção prenhe de consideração
Ouvir é um ato de desprendimento próprio e compreensivo.
Se você não ouve seu filho, não gasta tempo para estar com ele, não curte sua companhia e interesses, quem estará disposto a fazê-lo?
Quem sabe um viciado que esteja numa balada entupido de drogas; ou um viciado que esteja perambulando pelas ruas da cidade em busca, também, de companhia para poder minimizar a sua solidão e quem sabe, compartilhar um baseado.
Quem estará disposto a ouvir o seu filho?
Quem sabe um traficante que com sua voz macia e papo envolvente e convincente à procura de vítimas inocentes, infelizes e indefesas, para fazer delas presas fáceis e cativos obedientes.
Tenho certeza que estes terão todo o tempo do mundo para "desperdiçar" com o seu filho. Aí, então, será o começo do fim.
Porém, qual será o final dessa história?
Separe um tempo no seu organograma diário para o seu filho. Faça disso uma prioridade. Que nada atrapalhe essa hora sagrada. Desligue o celular, dispense os amigos, não leve nada nas mãos para atrapalhar. Só você e ele. Envolva-se de corpo e alma!
Se você já não tem mais aquela intimidade e liberdade de acesso ao seu filho, procure reconquistá-lo. Leia alguma nesse sentido ou procure ajuda de profissionais da área. Mas não perca a ocasião. Pode ser sua última chance para que esta história tenha outro final.
Seu filho não pode ser comparado ou visto como um dos seus empregados que estão às suas ordens; nem como um item de sua agenda diária. É prioridade vital! Pessoal e intransferível.
Nem compare seu filho a um amigo de suas horas de lazer esporádico.
Não permita que o tempo de comunicação com seu filho passe e depois você amargurado e sem saber o que fazer fique falando sozinho se recriminando porque não o fez antes. A hora é já, é agora!!
Aprenda pacientemente a ouvir. Mesmo que seja aborrecido no início. É a vida de seu filho que está em jogo.
Vale à pena exercitar esse ato de paciência e amor.

Por enquanto que há tempo: PAIS SALVEM OS VOSSOS FILHOS!

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