sábado, 23 de outubro de 2010

CHACINA DE VOTORANTIM - "A sociedade quer uma resposta em relação a tudo que aconteceu"

Wilson Gonçalves Júnior

Notícia publicada na edição de 23/10/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 9 do caderno A
 
Diante da agonia das famílias das vítimas, com a demora do julgamento daquele que é tido como o principal acusado das cinco mortes, Everson Severino da Silva, o Maninho, o promotor Wellington dos Santos Veloso acredita que toda a sociedade votorantinense cobra uma resposta por tudo que aconteceu no dia 23 de outubro de 2007.
Justamente por isso, o representante do Ministério Público (MP) de Votorantim indicou que o Tribunal do Júri do suspeito de ser o mandante do crime vai acontecer no início do ano que vem. Já sobre o julgamento em si, a acusação disse ter provas contundentes para incriminar o réu e tem expectativa de uma pena de aproximadamente 70 anos, pela prática de cinco homicídios, uma tentativa de homicídio e ainda um furto (do telefone celular de umas das vítimas).
O promotor criminal disse que o julgamento só não aconteceu ainda porque a defesa de Maninho recorreu da decisão da pronúncia da juíza da 2ª Vara de Votorantim, Graziela Gomes dos Santos Biazzim, que levou o caso a Júri Popular. Só que o recurso foi recusado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no dia 10 de março deste ano. Com isso, retornou à vara de origem, Votorantim, no final do mês passado, para início da preparação do tribunal do júri.
O Ministério Público, inclusive, já arrolou as cinco testemunhas de acusação que serão ouvidas pela Justiça no dia. Entre elas estão o delegado Acácio Aparecido Leite (da Delegacia de Investigações Gerais (DIG/Sorocaba), um investigador da DIG, um dos sobreviventes da chacina e ainda duas testemunhas que possuem a identidade protegida. Resta agora o acusado nomear outro advogado, já que o anterior pediu renúncia do caso, por não atuar em julgamentos.
Como o caso retornou para Votorantim em setembro, o promotor explicou que o júri não acontecerá neste ano por causa das pautas do tribunal, que já estão totalmente preenchidas. Veloso afirmou que não teve como encaixá-lo em 2010, tendo em vista que será muito complexo e deve durar um dia inteiro. Assim como a acusação, a defesa tem direito a oferecer outras cinco testemunhas.

 
'Punk'

Sobre a absolvição de Jair Martins, o Punk, o promotor indicou que, durante o Tribunal do Júri, ao invés de ficar evidente a participação do réu no crime, ocorreu justamente o contrário. Na verdade o que existia é que ele não participou, quando se definiu que ele acompanhou os demais até uma determinada altura. E quando ele soube que a intenção verdadeira, era no sentido da execução das vítimas, desistiu e se retirou da empreitada.
Por isso, o próprio representante do Ministério Público pediu a absolvição do réu. Ainda em relação a Jair Martins, Veloso citou que Punk não foi preso arbitrariamente, já que havia indícios da participação dele, que acabaram não se confirmando no final. Segundo ele, a prisão cautelar existe e é legal, portanto não foi cometido nenhum tipo de abuso.

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