sábado, 2 de outubro de 2010

Votorantinense vive a emoção de ser ovacionado no Lincoln Center, em NY

José Antônio Rosa

Notícia publicada na edição de 02/10/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 2 do caderno D
 
 
Daniel Lima é professor da Fundec e membro
da Orquestra Sinfônica de Sorocaba
Foto: Adival B. Pinto
 
Foram quase cinco minutos durante os quais o público de 3 mil pessoas aplaudiu, em pé, a entrada do maestro João Carlos Martins no palco do Lincoln Center, em Nova York, na semana passada.
A recepção estendeu-se, também, aos integrantes da Filarmônica Bachiana que apresentaria o concerto da noite, tendo como solista o pianista Arthur Moreira Lima. Ao fundo, o segundo percussionista Daniel Lima, de Votorantim, viveu a experiência de ser ovacionado junto com outros músicos e o regente.
Foi uma emoção indescritível, uma experiência fantástica, contou ao Mais Cruzeiro. Daniel falou da reverência à figura do maestro. Difícil não ficar comovido com aquela demonstração de respeito, carinho. Ao final, todos tínhamos chorado.
O rapaz está há dois anos na formação. Aluno do curso de Música das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) foi aprovado em testes para tocar no conjunto. João Carlos Martins era o diretor do Departamento responsável, quando ele decidiu se candidatar a uma das duas vagas abertas na Filarmônica.
O músico conta que o convívio com João Carlos Martins é um aprendizado constante. Ele é uma figura única, com muita disposição, garra. E, por sorte, generoso, porque compartilha conosco toda essa vivência.

Daniel também ficou impressionado com o nível de profissionalismo e a estrutura que encontrou no local da apresentação. Citou o exemplo de um componente do instrumento que utilizaria, que precisou ser substituído. Se fosse aqui, a troca levaria até meses. Lá, em menos de meia hora, a organização tinha providenciado um novo.
A oportunidade de estar no Lincoln Center, mesmo ambiente pelo qual passaram alguns ícones da música, foi outro fator destacado. Numa das salas, ele avistou a foto de Saul Goodman, um dos nomes de ponta da percussão. Comprovei o reconhecimento e o respeito que eles, lá, devotam aos profissionais que fizeram história. O Lincoln Center mantém uma espécie de galeria com as imagens de todos aqueles que por lá passaram.
Não bastasse isso, ali perto, continua o percussionista, fica a Juillard School, onde estudaram e lecionaram mestres do universo jazzístico.
Trajetória
A história musical do rapaz começa na década de 90, quando teve o interesse despertado pela percussão. Daniel investiu em si mesmo, procurou aprimorar os conhecimentos, até se matricular no Conservatório de Piedade. De lá, seguiu para o Conservatório de Tatuí.
Atualmente é professor da Fundec e membro da Orquestra Sinfônica de Sorocaba, mantida pela entidade. Mais recentemente, passou no vestibular do curso de música das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM). Com João Carlos Martins, participou de várias apresentações pelo país, entre elas a série Telefônica Tom Trio, que passou por Sorocaba, em shows que reuniram artistas populares como Paralamas do Sucesso, Jota Quest, Daniela Mercury e Toni Garrido.
Daniel Lima também já acompanhou cantores como Emílio Santiago, Luciana Mello, Paula Lima e a dupla Chitãozinho e Xororó. Há pouco tempo, conheceu e trabalhou com o trombonista e pianista Chris Brubeck, filho de Dave Brubeck, uma das lendas vivas do jazz. O filho herdou dele o mesmo talento, o senso de improvisação. Tivemos pouco contato, mas foi o suficiente para saber do quanto ele é capaz.
Daniel pretende continuar os estudos na Europa, mais precisamente na Alemanha. Assim que possível, terminado o curso aqui no Brasil, sigo para lá. É aonde as coisas acontecem e as oportunidades se oferecem aos que querem seguir esse caminho.

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