Manoel Peres Sobrinho
Antes que seu filho chegue às drogas, estabeleça regras familiares, criando um ambiente equilibrado de direitos e deveres.
Já é do domínio público a idéia que nenhuma criança pode viver ao sabor de seus próprios desejos e únicos impulsos. É preciso orientá-la no que deve e no que não pode fazer. Dar-lhe o que é preciso na hora certa, negar-lhe o que quer e não é de direito, nem ocasião oportuna, estabelecendo assim, limites para suas ações.
No decálogo sobre COMO CRIAR UM DELINQUENTE temos algumas sugestões muito precisas e interessantes de como NÃO agir se queremos filhos bem educados e competentes para enfrentar a vida com realismo e serenidade.
Diz o decálogo: 1. Comece na infância dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que desejar; 2. Quando seu filho disser nomes feios, ache graça, isso o fará considerar-se interessante; 3. Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa. Espere que ele chegue aos 21 anos e "decida por si mesmo"; 4. Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas; 5. Discuta com freqüência em sua presença. Assim ele não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde; 6. Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe passar pelas mesmas dificuldades que você passou; 7. Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais; 8. Tome partido dele contra vizinhos, professores, policiais. (todos têm má vontade para com o seu filho); 9. Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê essa desculpa: "Nunca consegui dominá-lo"; 10. Prepare-se para uma vida de desgosto. É seu merecido destino.
Como estabelecer o equilíbrio entre o amor permissivo e o dever disciplinador que educa na correção adequada?
Precisamos começar a dizer não aos imediatismos. Atitudes nossas que só respondem ao momento, ao imediato. É necessário levar em conta que estamos edificando vidas que se firmarão ou não por toda a existência. O que fazemos agora refletirá não somente em nossos filhos, mas em muitas gerações futuras. É preciso agir no momento, mas pensando no que virá depois, e depois, e depois... O futuro se constrói com as ações básicas do hoje.
Por enquanto que nosso filho é nossa responsabilidade, necessário se faz, procurar acercarmo-nos do que melhor existe em matéria de disciplina e educação. Mantenha-se desarmado quanto ao seu filho, não dando a entender que está sempre prevenido e tendencioso em referência às suas atitudes. Não inspire desconfiança ou terror da parte dele.
Quando for preciso resolver alguma questão, mantenha-se calmo, porém, seguro daquilo que acredita ser o melhor para ele. Quem precisa gritar para ser ouvido e obedecido é sinal que há muito não tem mais a autoridade da qual precisa fazer uso naquele momento.
Aja firme e com serenidade.
Seja franco sem ser rude.
Seja calmo sem ser irônico.
Nunca responda uma pergunta com outra pergunta. Isso irrita demais e dá um falso ar de superioridade.
Procure manter a confiança dele em alta a seu respeito. Filhos procuram a rua quando, em casa, seus pais já não representam mais nada para eles e seus problemas.
Não se precipite respondendo uma série de perguntas que ele ainda não fez. E as que ele fizer, não responda com chavões populares ou do tipo censo comum. Não responda mais do que o necessário e ao nível de sua compreensão. Deixe-o com um gostinho de quero mais.
Nunca prometa algo que não esteja realmente disposto a cumprir. Não deixe um ar de quem está fugindo da questão ou se irritando com a conversa.
Quando prometer, simplesmente, cumpra!
É importante ter em mente que nossos filhos são pessoas humanas cheias de virtudes, sonhos, contradições. Pessoas que guardam em si o direito de terem suas próprias vidas e opiniões, só que muitas vezes, por mais boa vontade quem tenham, desconhecem as respostas que precisam para atingirem de fato seus objetivos e verem seus desejos concretizados.
Alguém tem que estar disposto a orientá-los. Não deixe que isso ocorra na rua.
Não despreze nenhuma de suas questões, como não superestime suas qualidades, exigindo deles o que você não conseguiu. E, se conseguiu, deixe-os viver sua própria vida. Não espere que ele só acerte. Dê-lhe o direito de cometer os seus próprios erros. Erros também são conhecimento. Porém, fique por perto, caso ele precise de ajuda.
Esteja sempre pronto e animado para recomeçar. Faça do seu lar um lugar gostoso de viver. Faça suas exigências como quem pede um favor.
Peça a Deus que o ajude a tomar a decisão certa. Que seus filhos tenham saudade quando estiverem longe de casa. Nossa casa é o nosso melhor e maior patrimônio. Preserve-a para si e toda a sua família.
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