Matheus Casagrande
Folha de Votorantim
Em reunião realizada no diretório municipal do PT no último sábado, Marcos Antonio Alves, o Marcão Papeleiro, foi escolhido para ser o candidato do partido para presidente da Câmara.
A escolha foi decidida em votação. Segundo o gabinete do Marcão, 31 filiados votaram. Marcão teve 18 votos, Marilene teve 11 e Fernando teve apenas o seu próprio voto. O único vereador da bancada que não disputou a indicação do diretório foi Francisco Carlos Amorim.
“Foi uma forma democrática”, disse Marcão, em entrevista à Folha de Votorantim para comentar o assunto, na tarde de ontem. Com o seu candidato já definido, a bancada petista deve iniciar as articulações para vencer as eleições, que devem acontecer em 15 de dezembro. Conforme a Folha noticiou semana passada, a base governista deverá ter pelo menos mais uma candidatura, a de Heber de Almeida Martins (PDT).
Questionado sobre o assunto, Marcão respeitou a decisão do colega e amigo. “Nós fomos criados juntos e temos um relacionamento bom. É legítima a candidatura dele. Apesar de ele ser da situação, ele tem direito, mas nós vamos conversar.” Sem dar muitos detalhes, Marcos disse que irá procurar Heber, para uma possível conciliação das candidaturas, mas não vê o fato como ponto fundamental. “Se não der certo, vamos buscar apoio para vencer nas eleições.”
Uma possibilidade derrubada pelo parlamentar é a de oferecer cargos na Mesa Diretora em troca de apoio da oposição. A postura de Marcão é diferente da de Heber, que, em nova entrevista, na tarde de ontem, manteve a posição de se candidatar e disse que já tem articulado com os outros vereadores, de dentro e fora da base governista.
Sem revelar nomes, Heber disse que conta com cinco votos para o dia da eleição, contando com o dele próprio. Ele afirmou que, depois da definição de Marcão, alguns vereadores o procuraram para manifestar apoio em sua candidatura. “São pessoas que entendem que temos uma meta boa.” Essas pessoas, segundo Heber, queriam que outro vereador da situação se candidatasse, mas este parlamentar em questão não tem interesse.
Sobre as articulações com o PSDB, Heber disse que teve alguns contatos individuais, também sem citar nomes, mas que pretende ter uma conversa com todos, “para ver o que é necessário para o apoio deles, nem que seja um cargo na Mesa Diretora”.
Quando questionado sobre a hipótese de o prefeito Carlos Pivetta (PT) intervir nas articulações, o pedetista deu a seguinte resposta: “Se eu entender que minhas propostas são as melhores, vou até o final com elas.”
Oposição aguarda
Aparentemente, Heber ainda não conversou com a líder do PSDB na Câmara, Fabíola Alves da Silva Pedrico. Ela também manteve o que disse à Folha semana passada, ou seja, reafirmou que a posição da bancada tucana será discutida no diretório municipal do partido, em reunião ainda a ser agendada.
Diferente do companheiro de bancada, Bruno Martins de Almeida, que demonstra malícia e disposição para negociar, o que pode colaborar para uma derrota do prefeito nas eleições da presidência da Câmara, Fabíola afirma que a posição da bancada tucana poderá ser, mais uma vez, de votar em branco. O argumento da parlamentar vem da Lei Orgânica do Município, que prevê que a Mesa Diretora seja composta pela proporcionalidade dos partidos. “Na eleição da Mesa atual, a Lei Orgânica não foi respeitada. Somos a segunda maior bancada da Câmara, mas não fomos levados em consideração.”
Dos quatro cargos da Mesa Diretora do Legislativo votorantinense, um é ocupado pelo PDT (presidente, Pedro Nunes Filho), um pelo PMDB (vice-presidente, Solange de Oliveira Pedroso) e dois pelo PT (primeiro e segundo secretários, Marilene Newman, e Marcão Papeleiro).
“Não existe negociação em cima de uma lei”, disse Fabíola, quando questionada sobre a chance de negociar o apoio com algum candidato da situação.
Toninho não deve retornar à Câmara
Contrariando algumas expectativas de que ele pudesse retomar o cargo de vereador da bancada do PT na Câmara, o secretário de Esportes e Lazer, Antonio dos Santos tirou outra licença. Desta vez, o afastamento é por tempo indeterminado, ao contrário da primeira licença, que tinha período de oito meses e expirou semana passada.
À reportagem da Folha de Votorantim, na tarde de ontem, Toninho revelou que não pretende deixar a pasta pelo menos até que cinco projetos de sua iniciativa tenham início. “Vou ser sincero. Pelo andar da carruagem, e é claro que isso depende também do prefeito, não devo deixar o cargo”, disse o secretário.
Toninho demonstra grande satisfação com o posto que ocupa, principalmente porque, antes, quando era vereador, poderia apenas requerer ou indicar ações na cidade. “Hoje, sou eu mesmo que executo”, afirma, sem deixar de fazer elogios à equipe que tem e ao ambiente em que está inserido.
Sobre os “cinco projetos” que ele mencionou, apenas três foram revelados: o Pé de Moleque, de ensino regular de futebol a jovens; um projeto relacionado ao bicicross; e outro de ginástica para idosos. “Tudo com verba federal ou captação de recursos [iniciativa privada]”, explica Toninho. Os outros dois projetos foram mantidos em sigilo – segundo o secretário, a pedido do prefeito Carlos Augusto Pivetta.
Ao falar rapidamente sobre as propostas, Toninho revelou que o Pé de Moleque deverá começar com vaga para 500 pessoas. Ele diz que nem considera isso uma “volta” do projeto, que funcionou anteriormente na cidade. Na prática, será como um novo programa, com o mesmo nome.
O projeto de bicicross prevê a construção de uma nova pista na cidade, provavelmente, na Vila Nova Votorantim, além da que já existe no Parque Jataí.
Marilene continua
Quando Toninho se afastou da Câmara para assumir o cargo no primeiro escalão do Executivo, quem assumiu seu lugar na bancada foi Marilene Newman Oliveira, primeira suplente do PT, que continua no cargo.
Na entrevista que concedeu à Folha semana passada para comentar sobre a sucessão presidencial na Câmara, a vereadora tinha se mostrado confiante de que Toninho ia renovar a licença e continuar na Câmara.
Paralelamente, pessoas ligadas aos dois poderes e até correligionários do PT ventilavam a possibilidade de Toninho retomar o cargo.
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