Mariana Camargo
Colaboração para o BOM DIA
Depois de ter pedidos divulgados pelo BOM DIA, doações de alimentos, roupas e brinquedos começam a dar sinais de que o fim de 2010 será próspero na casa da família Cunha
No quarto onde dormem Elisângela, Sabryna e Vinícius,
não há onde colocar as roupas que ficam penduradas de maneira improvisada
FOTO: Agencia BOM DIA
O ano na casa da família Cunha com certeza vai terminar de maneira muito diferente de como começou.
Depois de escrever uma carta para o Papai Noel, Vinícius, 9 anos, ainda mantinha em segredo para a mãe o que havia pedido. Mas a correspondência foi parar, por acaso, nas mãos da condutora escolar Carmen Silvia Gouvêa, 50. Sensibilizada, ela correu para tentar ajudar o garoto a ter um Natal mais feliz.
Na casa onde Vinícius mora com a mãe Elisângela Rosa Cunha, 34, as irmãs Ariane, 14, Talita, 13 e Sabryna, 3, só não falta o alimento, conseguido com muito esforço todo dia.
Elisângela vive de bicos como pintura e bordado de panos de prato, pintura de velas de aniversário, além de recolher materiais recicláveis.
A tarefa de percorrer as ruas de Votorantim com a carriola ficou difícil depois do problema de coluna que ela teve. Atualmente, Elisângela não tem mais força para percorrer o longo caminho entre a área verde do Jardim Vale do Sol, periferia de Votorantim, até o Centro.
O encontro
Na semana passada, Carmen foi conhecer pessoalmente a família de Vinícius, menino que conquistou seu coração. “Daqui há muitos anos lembrarei do sorriso de Vinícius e de suas palavras tão simples que tocaram meu coração”, diz a condutora o abraçar o menino.
Durante a visita, Elisângela contou que as dificuldades são mesmo grandes, principalmente com a casa, toda montada com pedaços de madeira e outros materiais que permitem a entrada de chuva e de terra que vem da rua.
Questionado sobre o que mais gostaria de ganhar neste Natal, além do guarda-roupas e do beliche pedidos na carta, Vinícius nem pensou antes de responder: “O que mais quero é ver meus irmãos felizes”.
Em meio à terra batida do quintal, que abriga os restos dos materiais recolhidos, o sonho do menino é alimentado. Para o futuro ele já revela qual carreira profissional deseja seguir: jogador de futebol.
“Neste Natal, o que mais quero é ver meus irmãos felizes.” Vinícius Cunha, 9 anos estudante