quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Chuva derruba alicerce e casa fica interditada no Dominguinho

Matheus Casagrande
Folha de Votorantim

Foto: Marcos Ferreira




 
Foto: Marcos Ferreira




 
Foto: Marcos Ferreira


Interditada pela Defesa Civil no domingo (30), uma residência corre risco de desabar a qualquer momento, na Vila Dominguinho. Uma parede da casa desmoronou durante a forte chuva que caiu neste fim de semana. A interdição continua até a apresentação de laudo assinado por engenheiro responsável que constate a estabilidade do local, depois das devidas providências.

 
Contatada por uma moradora, a reportagem da Folha conversou, na tarde da última terça (1), com membros das duas famílias que moravam na casa, localizada na rua Alexandre Gusmão. O andar de cima era habitado por um casal, Carlos Roberto dos Santos, 42, e Rosane Monteiro, 40, e as duas filhas, de 16 e 12 anos. No andar de baixo, chamado por eles de “porão”, ficava outro casal, Anderson Cardoso Vieira, 34, e Amanda Priscila Garcia, 22, e a única filha, de 3 anos.

 
Os moradores lamentam que tiveram que deixar a casa, com todos os móveis e boa parte dos pertences dentro. Além da perda material, as famílias ressaltam o estresse causado pela situação, que ainda não passou. As famílias ainda estão aflitas por não terem onde ficar e reclamam também do abalo psicológico. “Nós estamos sem dormir, sem comer e perdendo dia de trabalho”, desabafam Rosane e Carlos.

 
Outro motivo de apreensão dos moradores é o risco iminente de que as estruturas cedam de vez. “Se cair mais uma chuva forte, isso aqui vai tudo pro chão”, diz Carlos.

 
As famílias eram locatárias dos cômodos, com contratos de um ano que vencem em março (Anderson) e maio (Carlos).



Relato


Na noite de sábado, Carlos decidiu ir para a área da casa fumar mais um cigarro antes de se deitar. Foi quando começou a chover forte, por volta de 0 hora do domingo. Em pouco tempo, já tinha muita água entrando na casa, pela rua e infiltrando as paredes.


Carlos chamou a esposa e as duas filhas e começou a gritar para os moradores do andar de baixo, para que eles saíssem dali. “Eu gritava, ‘Anderson! Anderson! A casa vai cair!”, se recorda.


A água já estava quase na altura dos joelhos. Enquanto chovia forte, a família ficou dentro do carro, que estava guardado na área, até que uma das filhas de Carlos ficou bastante nervosa. Ela dizia que estava “pressentindo” o pior. O pai então tirou o carro e estacionou na rua, em frente da casa, onde a família passou a noite. “Eu também já estava muito nervoso, nem sabia o que fazia direito”, explica Carlos.


Por volta de 1h30, a Defesa Civil chegou ao local, para as ações emergenciais. Mandaram as famílias deixarem a casa, que ficou sem condições sequer de entrar. No domingo, por volta de 10 horas, os agentes voltaram ao local, quando entregaram a interdição.


Carlos e Anderson estão com suas famílias nas casas de suas mães, na Vila Nova Votorantim e Vila Irineu. Os cachorros das famílias, no entanto, não têm onde ficar. A família do andar de cima tem um vira-lata de porte grande, que estava ainda na área da casa. A outra família tem dois cachorros, uma vira-lata pequena e um Pit Bull adulto, que estavam na outra entrada lateral, que dá acesso ao cômodo de baixo.

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