quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Foto no celular ajuda polícia a prender suspeito de homicídio

Folha de Votorantim

 
Uma foto tirada por Carina de Oliveira Zambetti momentos antes de ser morta, na noite de 1º de julho do ano passado, foi a principal prova utilizada pelos investigadores da Delegacia Central do município para conseguir a prisão preventiva de Orlando Ferreira Guimarães Filho, 27. Localizado pela polícia no último dia 18 em Avaré/SP, Orlando fica preso até o final do processo na Justiça, que o acusa de homicídio qualificado (pena de 12 a 30 anos de detenção).

 
Carina, então com 32 anos, foi morta com um tiro de cartucheira no rosto, dentro de sua residência, na Estrada do Carafá. Ela foi encontrada por uma amiga, na tarde do dia seguinte, com quem tinha combinado de assistir à partida entre Brasil e Holanda, na Copa do Mundo da África do Sul.

 
O crime foi esclarecido pela equipe da Delegacia Central, sob o comando do delegado titular, Carlos Augusto Marinho Martins, que deu explicações à Folha sobre o caso ontem.

 
As investigações apontam a seguinte versão: autor e vítima beberam juntos em um bar no Carafá, bairro em que ambos viviam. Mais tarde, Orlando levou Carina até a residência dela em sua moto. Os dois entraram e tomaram vinho. Momentos depois, por algum motivo não esclarecido, Orlando a matou.

 
O primeiro avanço dado pela equipe de investigação foi encontrar, no celular da vítima, duas fotos de Orlando, tiradas às 21h54 do dia 1º de julho de 2010. “Além disso, testemunhas anônimas já haviam informado a polícia de que o homicida seria ele”, confirma o delegado Carlos Marinho.

 
Nas buscas por informações, a polícia descobriu que, logo no dia seguinte ao crime, Orlando se mudou para Avaré, com a esposa e o filho. Até então, ele era caseiro de uma chácara do condomínio de chácaras “Recanto da Cascata”. Essa mudança repentina aumentou a suspeita.

 
Em contato com as escolas onde o filho de Orlando estudava, em Votorantim, e com a que ele foi transferido, em Avaré, os investigadores conseguiram o novo endereço do suspeito, que havia sido fornecido na matrícula do filho.

 
Com essas provas, Carlos Marinho obteve, na Justiça, mandados de prisão temporária de Orlando e busca e apreensão na residência dele, para que a arma do crime fosse encontrada. Os mandados foram cumpridos pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Avaré no dia 18 de janeiro.

 
Na casa de Orlando, os policiais não encontraram nenhuma cartucheira, mas encontraram material para montar cartuchos: balins de chumbo, espoleta, cartuchos vazios e pólvora. “Ele se livrou da arma do crime, mas tinha esse material em casa. Isso significa que ele costumava fabricar cartuchos. Concluo que quem faz cartuchos tem uma cartucheira”, reflete Carlos Marinho.

 
Em Votorantim, no depoimento que prestou ao delegado no dia seguinte em que foi preso, Orlando mentiu e caiu em várias contradições. Ele confirmou que estava no bar, mas disse que foi embora por volta de 21 horas, buscar um conhecido em Alumínio. Mas não encontrou o conhecido e voltou para casa por volta de 23 horas – o porteiro do condomínio Recanto da Cascata confirmou que viu Orlando chegando em sua moto nesse mesmo horário.

 
Quando o delegado Marinho mostrou a foto dele tirada pelo celular da vítima, Orlando se mostrou surpreso. Ele então teria dito algo como: “Agora, quero contar o que realmente aconteceu. Estive na casa de Carina, mas não a matei.” Questionado do porquê de não ter falado a verdade desde o início, o acusado falou que tinha se esquecido daquelas fotos que a vítima fez.

 
Até o final do interrogatório, Orlando não admitiu que matou Carina. Disse que se mudou para Avaré no dia seguinte ao crime porque isso já estava programado pela família, pois ele tem parentes na cidade. Casado e com um filho, Orlando tinha uma passagem pela polícia por furto.

 
“Acredito que esses vários indícios - as fotos no celular, o fato de ele ter se mudado para Avaré no dia seguinte, o material para fabricação de cartuchos encontrado na casa dele e as contradições no interrogatório - formam uma prova robusta de que ele matou Carina. A Justiça aceitou as provas e já expediu a prisão preventiva de Orlando. Ele fica preso até o final do processo e vai a júri popular”, afirma o delegado Carlos Marinho.

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