Guerras do Alecrim e Manjerona
No próximo sábado, dia 04 de junho acontece no Auditório Francisco Beranger, em Votorantim a apresentação do espetáculo "Guerras do Alecrim e Manjerona" do grupo sorocabano Coletivo Alecrim, sob direção artística e coreográfica de Regina Claro.
Contemplado pelo edital do Proac (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, com apoio da Cooperativa Paulista de Dança e com produção de Ferratini Produções Culturais, o espetáculo é uma transcrição em dança da obra "Guerras do Alecrim e Manjerona" de autoria de Antonio José da Silva (1705–1739), o Judeu, considerado o mais representativo autor dramático português da primeira metade do século XVIII. A obra foi escrita originalmente para teatro de bonecos e teve sua estréia no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa (Portugal), no carnaval de 1737.
"Guerras do Alecrim e Manjerona" trata de um tema leve, mas constituído de uma crítica a vários aspectos da sociedade como a medicina, a justiça, os fidalgos, os amantes e os avarentos. A peça satiriza a rivalidade existente entre os ranchos carnavalescos, o "Alecrim' e a "Manjerona" que animavam Lisboa no século XVIII e o enredo gira em torno das peripécias de dois caça-dotes que tentam conquistar o amor de duas ricas irmãs. Os múltiplos disfarces usados, assim como a confusão de identidades e as tentativas frustradas, típicas da farsa teatral vão se acumulando até que, ao final, tudo acaba bem para os protagonistas.
A encenação está baseada no processo de pesquisa em dança contemporânea e a preparação corporal dos atores dançarinos foi focada nas metodologias do BMC e Esferokinesis. Esses recursos corporais foram orientados a provocar novas experiências, moldando e direcionando os corpos para uma linguagem estética na produção das intenções de movimentos e criando, assim, com mais clareza, os vínculos dos personagens entre si e dos mesmos com a platéia.
Optou-se pelo 'tempero' dança-teatro para traduzir essa obra do século XVIII, mesclando comportamentos gestuais, movimentos coreografados e/ou improvisados e a oralidade em cena com figurinos típicos do início do século XVIII.
A trilha sonora do espetáculo é resultado de uma vasta pesquisa musical sobre compositores barrocos contemporâneos de Antonio José da Silva tais como os italianos Antonio Vivaldi (1678 – 1741) e Francesco Geminiani (1687 – 1762), o português Carlos Seixas (1704 – 1742), os alemães Georg Friedrich Handel (1685 – 1759) e Georg Phillipp Telemann (1681 – 1767), o francês Michel Correte (1707 – 1795), entre outros.
A Diretora Artística e Coreógrafa Regina Claro, intérprete-criadora e educadora do movimento somático já assinou diversos trabalhos de preparação corporal para o Núcleo de Artes Cênicas do SESI Sorocaba (SP), dentre os quais se destacam "O Baile" (baseado no filme de Ettore Scola) e "Ritos do Amor e do Esquecimento" (roteirizado pelo jornalista Gay Sang). Atualmente é co-criadora do Projeto Mulheres em Rede que produz espetáculos e trabalha com mulheres de periferia, e desenvolve pesquisa do corpo no Núcleo de Dança Contemporânea da Secretaria de Cultura na cidade de Votorantim (SP).
O Coletivo Alecrim, formado pelos atores-dançarinos Fabio Arthuso, Marcio Murat, Juan Robert, Chico Ribeiro, Eduardo Barros, Lidi Nascimento, Carmem Machado, Renata Ferraz, Joana Prieto e Telma Tessilla foi criado especialmente para o trabalho "Guerras do Alecrim e Manjerona" após uma seleção dentre 60 candidatos. Desde novembro de 2010 o grupo vem desenvolvendo atividades de pesquisas e ensaios voltados exclusivamente para este espetáculo.
Serão realizadas duas sessões com entrada gratuita: a primeira às 17h00 e a segunda às 20h00.
Lucio Martini
Ferratini Produções Culturais
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