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Carla de Campos

Agência BOM DIA

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Creche Especial Maria Claro completa 18 anos com planos de ampliar o atendimento e o quadro de voluntários

A monitora Eliana da Silva Santos trabalha na creche há 14 anos e convivência com as crianças é um aprendizado

Assis Cavalcante/Agência BOM DIA

Quando o casal Fernando Rocha Camargo e Maria Rodrigues Claro Camargo fizeram a doação de um terreno para o Lar Espírita Ivan dos Santos de Albuquerque, em 1962, talvez não imaginassem que estariam impulsionando a construção de uma das mais importantes instituições filantrópicas da cidade. O desprendimento do casal que buscava incrementar uma instituição beneficente começou com um sanatório e, em 1993, transformou-se em uma creche especial que ocupa 30 mil m2 em área nobre da cidade, no Jardim América.

 

Neste mês a instituição completa 18 anos com planos de expansão no atendimento e na busca de voluntários. Hoje a creche atende 130 pacientes, de sete meses a 16 anos, portadores de múltiplas deficiências, cerebral e motora. “Estamos lutando para ampliar e chegar a 150. Mas a maior dificuldade ainda é conseguir recursos”, explica o presidente da entidade, Ademir Silva.

 

Segundo ele, toda a receita da tem um destino principal: as crianças. Isso, muita vezes, acaba impedindo uma reforma mais detalhada ou a manutenção frequente. “Temos de priorizar as crianças. Elas dependem do nosso trabalho.”

 

A dedicação é diária e integral. As crianças chegam cedo à creche, onde fazem todas as refeições. Elas ainda passam pelo atendimento multidisciplinar, com um corpo de profissionais qualificados das áreas de fisioterapia, hidroterapia, terapia ocupacional, psicologia, etc.

 

“Também buscamos um envolvimento maior das famílias neste atendimento”, diz.

 

Quem trabalha, aprende

A creche possui funcionários que já fazem parte da história da instituição

 

Os funcionários mais antigos da Creche Especial Maria Claro colecionam histórias de dedicação. Mas são unânimes em afirmar que, no contato diário com as crianças portadores de deficiências complexas e irreversíveis, aprendem muito.

 

Há 14 anos Eliane Aparecida da Silva Santo, 40 anos, exerce a função de monitora da creche. Sua rotina é atender as crianças na primeira fase de estímulo. “Todas usam fraldas. Então eu troco e alimento”, explica.

Com tanto tempo de convivência com as crianças, a monitora destaca o carinho das relações que são construídas ali. Muitas das crianças que passaram pelas mãos de Eliane já mudaram de fase e evoluíram, desenvolvendo novas habilidades. “Aqui a gente aprende a dar valor a vida. E ainda tem gente que reclama, que não está contente”, diz.

 

A lavadora Clélia Titonele, 61, é a funcionária mais antiga da instituição. Desde 1994, é ela quem domina a lavanderia. “Aqui eu recolho tudo, lavo e passo. Faço isso o dia todo”, conta.

Para ela, a creche se transformou em uma grande família, onde a convivência só fortalece a certeza de que ali é um bom lugar para trabalhar. “Gosto muito das crianças e de todos aqui. Cada dia a gente aprende mais”, afirma.

 

A Creche Especial Maria Claro possui cerca de 65 funcionários, entre eles muitos especialistas, alguns voluntários. Todo o trabalho desenvolvido é destinado às crianças e adolescentes de famílias carentes que não possuem condições financeiras para custear o tratamento, inclusive a medicação.

 

Jantar festeja aniversário de 18 anos

Neste sábado (14), a partir das 20h, o salão de festas da creche Maria Claro abre suas portas para um jantar português. Os ingressos custam R$ 50 e ainda podem ser adquiridos no local. O salão de festas fica ao lado da creche, no Jardim América.

 

Recursos

A creche é mantida pelo Lar Espírita Ivan dos Santos de Albuquerque com recursos captados por doações, bazares, confecção de bombons e eventos. As prefeituras de Sorocaba e de Votorantim também auxiliam. A creche necessita de mais mão de obra voluntária, inclusive na área de informática. Informações pelo (15) 3229-4949.