domingo, 8 de maio de 2011

Seminário discute importância dos patrimônios imateriais à cidade

Notícia publicada na edição de 08/05/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A

A historiadora Simone Toji, do Iphan, durante a palestra - Por: ERICK PINHEIRO


A voz grave e rouca do ex-ator de radionovelas votorantinense, José Carlos Nogueira, de 67 anos, abriu ontem o 1º Seminário de Patrimônio Imaterial de Votorantim - que contou com a participação de 100 pessoas e teve por objetivo discutir a importância do patrimônio histórico e cultural a uma cidade. A participação de Nogueira não foi por acaso. Ele trabalhou por mais de quatro décadas nas rádios da região e fez várias radionovelas. A fama aconteceu nas décadas de 1960 e 1970. E mesmo depois de aposentado, não deixou de usar a voz para entreter.

 
Além de cerimonialista da Prefeitura de Votorantim, sempre que possível faz apresentações especiais, como a de ontem. Na ocasião, a voz de Nogueira foi usada de forma lúdica para informar os participantes do seminário que há bens imateriais, que não são físicos como prédios, monumentos ou objetos históricos. "Estamos caminhando para um maior entendimento cultural da importância de patrimônios históricos na cidade. Temos uma Comissão de Patrimônio e em breve teremos um conselho. Nosso objetivo é sim proteger o que Votorantim tem, mas, antes de tudo, entender o porquê é importante", defendeu o secretário de Cultura local, Clayton Leme, organizador do evento.
Segundo a autoridade, o seminário também teve como intenção expor à comunidade o que a municipalidade tem feito em prol da própria história. "Estamos investindo na proteção da memória. Há dois anos estamos mapeando os principais bairros de Votorantim e seus moradores mais antigos. Gravamos depoimentos e editamos vídeos que relatam a própria história", falou. Segundo Leme, o projeto tem ajudado a administração a mapear a história da cidade.

 
"Só assim, saberemos o que devemos proteger, restaurar, reconstruir", destacou ele, fazendo referência ao projeto de reconstrução do antigo centro histórico, no bairro da Chave, onde havia um coreto e uma igreja, derrubados pela enchente de 1982.

 
Um dos destaques da programação foi a presença da historiadora Simone Toji, do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), que falou exclusivamente sobre bens imateriais, como o acarajé e danças típicas da Bahia ou a culinária mineira.

Já a historiadora Débora Bergamine, consultora da Prefeitura de Votorantim, explicou os processos dos projetos históricos na cidade, como a reformulação do Museu Votorantinense e da reconstrução do Centro Histórico. Segundo Leme, a expectativa é que o seminário passe a ser realizado com freqüência na cidade. "Foi fazendo os projetos que percebemos a importância de orientar nossos colaboradores, nossa comunidade. Só com base em estudos é que teremos idéia do que há em nossa história", defendeu.


Espetáculo teatral

 
No final, os participantes interessados seguiriam a Iperó para assistir à peça "Desterro", do Coletivo Cê. O espetáculo, que fala de maneira lúdica sobre a preservação da memória, foi apresentado ontem na Fazenda Ipanema. Quem quiser, hoje também há mais uma sessão às 17h. A entrada é franca.

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