quinta-feira, 23 de junho de 2011

FESTA JUNINA - Entidades movimentam a economia de Votorantim

Notícia publicada na edição de 23/06/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno B
Carolina Santana

 
Fornecedores diminuem a margem de lucro pelo caráter de um dos maiores eventos beneficentes da região

Eliseu Sentelhas conta que a barraca do Lions Clube consome 500 pães por noite - Por: Pedro Negrão



Com 96 edições, a Festa Junina de Votorantim tem o aspecto social como sua principal características. O evento dura 16 dias e movimenta a economia da cidade. Uma corrente do bem é criada todos os anos e até os fornecedores das mais de 40 barracas instaladas no recinto diminuem as margens de lucro, tudo no propósito de ajudar e reforçar o caixa das entidades assistenciais participantes. A festa proporciona a arrecadação de recursos financeiros que as ajudam durante o restante do ano. A produção diária da padaria Rocha é de 3 mil pães. No último sábado, porém, as encomendas somaram 5 mil unidades, um aumento de pelo menos 166%. Este é um dos resultado da Festa Junina de Votorantim na economia da cidade. O evento também é marcado pela contratação, ainda que temporária, de mais de 300 pessoas que trabalham nas barracas particulares e na estrutura da organização.

A comerciante Adriana Dias Machado da Rocha explica que sua padaria atende a oito barracas que estão na festa. Em apenas uma delas foram pedidos três mil pães e, para dar conta do aumento temporário na demanda, a solução é apressar o ritmo da produção. "Nós não contratamos ninguém, mas os funcionários estão trabalhando com prazos muito mais apertados", diz ela. Por conta das várias opções gastronômicas da festa, comenta Adriana, o movimento no balcão sofre uma expressiva queda durante esses dias. "Muita gente que comia ou comprava aqui vai para a festa e consome por lá", pondera ela. Esta retração no volume de vendas, porém, é compensada pelas vendas feitas às entidades.

O planejamento para os dias de festa é feito com um mês de antecedência, aproximadamente. Adriana conta que fornece para as entidades há alguns anos. Procurando fazer parte da corrente do bem que se forma com o evento, os comerciantes costumam dar prazos e condições de pagamento diferenciados para esses clientes especiais. Na padaria de Adriana o pagamento será feito apenas no final da festa. Esta prática também é mantida no mercado Malucho. O estabelecimento fornece carne, batatas e outros produtos para as entidades.

Uma tonelada de batata, meia tonelada de carne

O comerciante Luiz Malucho também é presidente da Casa de Belém. A entidade está na festa com uma barraca de comida e a batata recheada é o carro chefe. Por noite são quase 70 quilos do tubérculo. Até o final da festa, no dia 26 de junho, serão consumidos mais de uma tonelada do produto. "A entidade tem uma comissão de compras. A gente faz uma cotação. Se eu tiver condições de cobrir (os preços) eu cubro, do contrário compra-se onde estiver mais barato", pondera ele.

A parmegiana de carne é outro prato com boa saída durante a festa beneficente. Diariamente são cerca de 25 quilos de carne. Ao final do evento serão aproximadamente 500 quilos do produto. O fornecedor, neste ano, é o mercado Malucho que também faz as encomendas com certa antecedência aos fornecedores. "A gente recebe a carne já cortada e amaciada", revela o comerciante presidente da entidade. Grande parte dos pratos é acompanhada por molho de tomate. Pelos cálculos da entidade serão necessários 800 quilos de tomate para todos os dias da festa. "Diariamente são de 20 a 35 quilos para fazer o molho", diz Malucho.

Mais de 500 pães por dia


Os 500 pães encomendados para a noite de quinta-feira não foram suficientes na barraca do Lions Club. O tesoureiro da entidade Eliseu Sentelhas comentou que o número de pães consumidos pelos clientes da barraca tem ultrapassado este volume. Além dos lanches, o filão é servido junto com as sopas, caldos e outros pratos como o tibone.

"Só de carne estamos vendendo cerca de 20 quilos por noite. O nosso fornecedor este ano é o Malucho", diz ele. O preço para as entidades é mais em conta. Sentelhas comenta que em alguns casos os comerciantes fazem preços até abaixo dos praticados no atacado. A cotação e encomenda dos produtos foram feitas cerca de dez dias antes da festa. "É fácil de negociar pois todo mundo quer ajudar, fazer parte do caráter beneficente do evento", diz. Segundo ele, esta é uma forma de ajudar as entidades que têm nesta época uma grande oportunidade de fortalecer os caixas.

Mais de 40 barracas e 1.200 trabalhadores

Além das 22 entidades beneficentes que estão com barracas na festa, o evento conta com outras quase 20 barracas que são exploradas por particulares junto com o parque de diversão. O prefeito Carlos Augusto Pivetta comenta que a economia da cidade é movimentada pela demanda criada durante esses 16 dias.

Além do lado beneficente e comercial, o prefeito cita a contratação temporária de funcionários que trabalham na parte de limpeza, segurança, manutenção e nas barracas particulares. Pivetta destaca que são cerca de 1.200 pessoas trabalhando no evento, sendo que por volta de 350 são contratadas. "Essas pessoas vão consumir na cidade e o salário que elas receberem também vai entrar nesta roda da economia", explica o prefeito. Em apenas uma barraca, comenta ele, foram chamadas 80 pessoas que se revezarão durante o evento.


Os reflexos provocados nos arredores da praça Lecy de Campos não são esquecidos pelo prefeito. Pivetta destaca a presença de guardadores de carros, estacionamentos, carrinhos de lanche e outros tipos de ambulantes. "A gente pode citar ainda o trabalho dos coletores de recicláveis que estão aqui fazendo a coleta de materiais", diz ele. Assim, finaliza o prefeito, a economia votorantinense, durante o mês de junho, tem grandes impactos positivos causados pela Festa Junina Beneficente.

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