quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sindicato denuncia pressão de bancos para fim de greve

Jomar Bellini
Ipanema on line
Votorantim também pode aderir à greve, mas até o
momento não foi detectado nenhum banco paralisado
 
Jomar Bellini / Portal Ipanema

No primeiro dia da greve nacional dos bancários, o presidente do Sindicato dos Bancários em Sorocaba e Região, Júlio César Machado, disse que alguns bancos na cidade estão fazendo pressão para que a greve acabe.
“Tem alguns bancos, como o Bradesco, que ao meio dia eles estão querendo abrir. A pressão de dentro é muito grande. A administração do banco liga e fala que se não voltar a trabalhar, o funcionário vai ser mandado embora”, afirma Machado.
De acordo com ele, os bancos demitem durante todo ano e utilizam a greve como um pretexto para justificar os cortes na folha de funcionários. “Nesse período de greve, eles gostam de fazer pressão e dizer que a demissão foi por causa da greve”.
Em nota, o Bradesco afirmou que a denúncia do sindicato não procede e que a instituição esta cumprindo a lei de greve.
De acordo com o advogado presidente da Comissão do Exercício da Advocacia Trabalhista da Ordem dos Advogados de Sorocaba (OAB), Marcelo Oliveira, os empregadores não podem demitir funcionários numa paralisação. “Se a greve for legal, o trabalhador não pode ser demitido porque esse é um direito previsto em lei”, afirma Oliveira. O advogado afirma ainda que não podem ser feitos descontos no salário dos trabalhadores.
Para ser julgada como legal pelo Tribunal Regional do Trabalho, o trabalhador precisa notificar a empresa com no mínimo 72 horas e deve possuir uma justificativa grave. “Desrespeito de salário, não pagamento de verbas determinadas pela lei como hora extra, tudo isso pode gerar uma greve. Deve existir um motivo grave, que leva o trabalhador a ter este direito”.
O funcionário demitido pode ainda recorrer na Justiça do Trabalho por meio do sindicato ou advogado particular. “Além dos seus próprios direitos trabalhistas ela pode buscar também uma reintegração no quadro de funcionários da empresa e, por fim, uma indenização”.
Em Sorocaba, a paralisação começou nas agências de bancos das Ruas Cesário Mota e Quinze de Novembro, Centro da cidade. “Como a greve é por tempo indeterminado, ela tem que começar por um local. Nós escolhemos começar pelo corredor central da cidade e vamos começar a nossa manifestação que tende a crescer até que o banqueiro retorne a mesa para as negociações”, afirma Oliveira.
Votorantim também pode aderir à greve, mas até o momento não foi detectado nenhum banco paralisado.
Segundo Oliveira, o piso da categoria é de R$ 1.250. “Mas um estudo do Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos] mostra que nós teríamos que estar ganhando em torno de R$ 2.600”. Os bancários querem um aumento real de 5% no salário de todos os cargos.

População – A paralisação que começou na manhã desta segunda-feira não esta agradando a população. “Deveríamos fazer uma greve também e não pagar as contas”, ironiza a dona de casa Valquíria Silva. Para ela, a greve esta prejudicando os usuários. “Meu cartão foi cancelado e não vou poder resolver isso agora, vai atrasar as minhas contas”. Da mesma opinião compartilha o aposentado Carlos Conceição. “Minha sorte é que eu sei mexer no caixa eletrônico”, afirma.
O atendimento nos caixas-eletrônicos e em correspondentes bancários (como casas lotéricas, por exemplo) não será atingido. A orientação é que o usuário procure as agências localizadas em outras avenidas caso precise dos serviços bancários.

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