terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DISPUTA POLÍTICA - Demissão de assessor provoca conflito entre vereadora e presidente da Câmara

Notícia publicada na edição de 13/12/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 007 do caderno A
Carlos Araújo 

 Marcos Antonio Alves (PT) - Por: Aldo V. Silva
 Fabiola Alves da Silva (PSDB) - Por: Aldo V. Silva

Aposentado Pedro Bertoloto, de 61 anos, levou cartaz para protestar contra a demissão "arbitrária" - Por: Aldo V. Silva

A última sessão da Câmara de 2011 em Votorantim terminou ontem em polêmica e uma prévia da disputa política que promete ser acirrada nas eleições do ano que vem entre o PT e o PSDB. A vereadora Fabíola Alves da Silva (PSDB) disse que vai mover ação por difamação e calúnia e por danos morais contra o presidente da Câmara, Marcos Antonio Alves, o Marcão Papeleiro (PT). Marcão disse em discurso na tribuna que a causa da exoneração de um assessor de Fabíola, Marcelo Aparecido Fernandes, foi o recebimento de denúncias de que o funcionário agrediu um servidor da Prefeitura. Segundo ele, Fabíola sabe disso e inclusive foi ela que separou os dois. Fabíola negou a existência de briga e de que tenha separado os dois e admitiu que apenas houve discussão. Sentindo-se "vítima de um ato autoritário", a vereadora decidiu mover a ação. Ela também é filha de Erinaldo Alves da Silva, ex-prefeito e pré-candidato do PSDB.
"Eu não tenho preocupação nenhuma", disse Marcos Antonio Alves. "Se ela acha que é um direito dela, que ela está na razão dela, fazer o quê? Vamos esperar a notificação judicial chegar e aí a gente vai tomar as devidas providências."
Um protesto solitário do aposentado Pedro Bertoloto, de 61 anos, criticou Marcos com mensagens em uma cartolina: Ditadura não". O AI?" e "Esta casa é do povo, não é do Sindicato." Segundo Bertoloto, o AI era uma referência ao AI-5, Ato Institucional do regime militar e o número só não foi inscrito para as pessoas "refletirem". "Nós estamos voltando à época da ditadura, infelizmente estamos começando pelo nosso município de Votorantim", disse Bertoloto.
Marcos, que também é presidente do Sindicato dos Papeleiros, foi à tribuna para rebater: "Não é ditadura. Eu não sei o que causa tanta estranheza, nós estamos nos adequando à lei federal". Segundo ele, as Câmaras de Sorocaba, Itu e São Roque também têm suas Mesas Diretoras com atribuições para confirmar ou não a permanência dos funcionários da Casa, que são indicados pelos vereadores.
A Mesa Diretora da Câmara de Votorantim, além de Marcelo, também exonerou o assessor Francisco Antonio Pantojo, do vereador Robson Vasco (PSDB). A bancada do PSDB apresentou um projeto de resolução que determinava que a exoneração dos cargos em comissão dependeria de prévia e expressa anuência do vereador a que estivessem subordinados. Segundo Marcos, a emenda foi considerada inconstitucional pela Procuradoria Jurídica da Casa. Também foi rejeitada pelo plenário por oito votos a três em sessão anterior.
No entender de Fabíola, o poder da Mesa Diretora demitir assessores tem o objetivo de limitar a ação do vereador. "Estou no caminho certo, estou incomodando", disse ela em seu discurso. "Eu posso ficar sem nada, mas a minha voz não vão calar". Marcos, em resposta, comentou que se o argumento da vereadora tivesse procedência as Câmaras de Sorocaba, Itu e São Roque não teriam oposição.
O vereador Bruno Martins (PSDB) se solidarizou com Fabíola: "Deveria ter outro castigo, não chegar ao extremo de mandar ele (Marcelo) embora sem a anuência dela". Para a vereadora Solange Pedroso (PMDB), "não é ditadura, nós tentamos o máximo possível para que houvesse ordem."

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