Tecelão orgulha-se da cidade que o acolheu

 Notícia publicada na edição de 08/12/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A

"Enquanto houver vida haverá esperança." A reflexão é do tecelão aposentado José Caetano de Arantes, 77 anos, que chegou a Votorantim em 1945, vinte anos antes da emancipação. Nascido em Guareí, ele veio com os pais para a cidade, a fim de buscar melhores condições de vida. Tornou-se amigo do segundo prefeito do município, Luiz do Patrocino Fernandes, com quem fez chapa para assumir a diretoria do segundo maior sindicato de trabalhadores da região, naquela época: o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Sorocaba e Votorantim, no qual ficou até 1985. O sindicato representava cerca de 14 mil trabalhadores, já que as maiores indústrias têxteis estavam em plena atividade: Cianê, Votorantim Tecidos, Barbero, Nossa Senhora do Carmo e Metidieri.


Independência


Para ele, a emancipação foi muito positiva para a cidade, pois Votorantim começou a caminhar de maneira independente. De todas as histórias contadas por ele, a mais curiosa foi a do carroceiro Vitório Zanchetta, que com uma carroça e um burro fazia o transporte de móveis e de outras coisas de Sorocaba para Votorantim. Também não existia o cemitério em Votorantim, então os féretros eram levados de bonde até a rua Paula Souza, em Sorocaba, onde depois o caixão era carregado pelas pessoas até o cemitério Saudade.

Arantes trabalhou por 15 anos na indústria têxtil, casou-se com a tecelã Laurinda Bernadete, em 1956, com quem teve os filhos Oduvaldo, Clodoaldo, Rita, Cláudia e Cleonice. Ficou viúvo em 1983 e, em 1986, casou-se pela segunda vez, com Maria da Conceição, e teve mais dois filhos: Daniele e Eduardo. Hoje, ele cuida de seu orquidário em casa, além de pescar vez ou outra. "São meus passatempos preferidos", diz. Arantes chegou a ser presidente do Círculo Orquidófilo de Sorocaba, no começo da década de 1980. (F.G.)