Jornal Cruzeiro do Sul
Daniela Jacinto
Ela reside em Votorantim
Ela reside em Votorantim
A jovem mora com a sogra em um casebre em Votorantim - Por: Adival B. Pinto
A dificuldade de se locomover é grande no local onde mora - Por: Adival B. Pinto
A jovem D., 22 anos, que teria sido estuprada em outubro do ano passado por um auxiliar de enfermagem do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), tem passado por dificuldades. Abalada com tudo o que lhe aconteceu, o que mais almeja no momento é conseguir uma prótese, já que teve parte da perna esquerda amputada devido a uma trombose. Representantes do Centro de Integração da Mulher (CIM-Mulher) foram, na última quinta-feira, até a residência onde ela está morando para ver quais são suas necessidades e oferecer uma ajuda emergencial no que for possível.
Desde que teve a perna amputada, em outubro, D. chora todos os dias. Ela, que até então trabalhava como faxineira, já não tem mais condições de realizar o serviço e tem passado necessidades. Há oito meses morando com a sogra em um casebre nos fundos de outra residência, em área verde de Votorantim, afirma que precisa de alimentação, roupas, produtos de higiene e limpeza, mas principalmente pede uma prótese. "Quero andar logo, não aguento mais", desabafou.
A jovem precisou amputar a perna esquerda, pouco abaixo do joelho, em decorrência da diabetes, que não tratava. A consequência foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que paralisou o lado esquerdo de corpo, e a trombose na perna. Além disso, a jovem ficou com um tumor cerebral. "O sangue não circulava. Tentaram reverter a situação, mas não conseguiram, então tive mesmo de passar por essa cirurgia", lamenta.
Quando saiu do hospital, ficou uns dias na casa da mãe. "Mas como minha mãe tem problemas renais, faz hemodiálise, então resolvi morar com minha sogra", explica D., que é casada há seis anos. Ela ganhou uma cadeira de rodas, porém a dificuldade de se locomover é grande, pois onde mora o acesso é complicado. "Eu nunca tinha dependido da ajuda de ninguém pra nada, sempre tive minha vida", afirmou.
Na casa da sogra moram dez pessoas, que se dividem em dois quartos. A sogra, que tem oito filhos, com idades que variam dos 20 aos 6 anos, cuida ainda da mãe, de 85 anos, cadeirante e com problemas de saúde. O filho mais velho, casado com D., foi preso há pouco mais de um ano, acusado de tráfico. "Mesmo com a perna amputada, eu consigo ir vê-lo e estou esperando ele pra gente ter nossa vida", afirmou a jovem, que quer ver o auxiliar de enfermagem, que teria a estuprado, preso. "Ele já foi indiciado, mas só vou ficar feliz quando for preso mesmo."
Cíntia de Almeida, diretora-executiva do CIM-Mulher, Kátia Camargo, coordenadora da Casa Abrigo, e Elisabete Antonio Silva, assistente social da entidade, afirmaram que a intenção da visita era ver as necessidades da jovem para uma ajuda emergencial, mas que a mobilização da sociedade seria importante, pois ela precisa da prótese - que o CIM-Mulher não tem condições de oferecer -, e auxílio permanente.
Interessados em ajudar podem ligar para (15) 9783-6753 (Rosinha) ou (15) 9664-0383 (Márcia).


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