segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

BALANÇA COMERCIAL - Saldo comercial tem déficit de US$ 177,63 mi

Notícia publicada na edição de 27/02/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 001 do caderno B -
Carolina Santana

Boituva, Votorantim e São Roque se destacaram nas exportações


Exportações da região aumentaram 8,66%, enquanto as importações cresceram 30% no mesmo período - Por: Fábio Rogério



A balança comercial da região começou o ano com déficit de US$ 177,63 milhões, em janeiro, com o registro de US$ 338,67 milhões nas importações (alta de 30%) e US$ 161,04 milhões nas exportações (aumento de 8,66%). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e levam em conta a área de circulação do Cruzeiro do Sul, representada por 17 municípios, incluindo Sorocaba. Os valores são livres de taxas e tributos.

Entre os destaques da exportação estão as cidades de Boituva, São Roque e Votorantim. No primeiro caso houve alta de 272% nas vendas para o exterior e o município fechou o mês com US$ 4,7 milhões vendidos para o mercado externo. Cerca de 60% da produção local foi vendida para a Holanda, país que comprou US$ 2,89 milhões da produção da cidade. A lista dos produtos vendidos para outros países é liderada por carnes, que rendeu US$ 3,13 milhões para a economia do município.

Expansão em Votorantim

Em Votorantim foram US$ 1,02 milhões exportados em janeiro. Com relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 61,63%. No campo das importações, o município teve queda de 22% com US$ 4 milhões comprados no exterior. O Chile, com 34% de participação nas exportações votorantinenses, aparece como principal destino dos produtos da cidade. Os dados do MDIC mostram que chapas de propileno, artigos de transporte ou embalagem de plásticos e partes de máquinas estão entre os principais produtos vendidos para o exterior.

Apesar dos valores das importações superarem as exportações, o momento é considerado positivo para a cidade. Segundo o prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT), os números são reflexos do crescimento de Votorantim como um todo. Ele destaca a presença de empresas do setor de válvulas e a atuação do condomínio industrial Bandeira que conta com mais de 20 empresas que também atuam no mercado externo. "Temos uma fabricante de cápsulas de medicamento se instalando na cidade que detém cerca de 70% do mercado da América Latina e isso vai nos ajudar a manter o desempenho nos exportações", informa o prefeito. Segundo ele, essa empresa deve gerar 150 empregos diretos.

São Roque: mais empresas

O município de São Roque também aparece entre os destaques do mês de janeiro. Com US$ 1,31 milhão exportados, a cidade apresentou crescimento de 59% nas vendas feitas para o mercado externo. A Argentina aparece como principal país destino da produção local e, para o diretor do Departamento de Desenvolvimento Econômico de São Roque, Leodir Ribeiro, isso é consequência do processo de ampliação do setor industrial experimentado pela cidade. Ribeiro cita também a chegada de novas empresas.

São pelo menos 15 empresas interessadas em se instalar em São Roque, fato que também trará reflexos para a balança comercial do município. As novas indústrias são de diversos setores como na área moveleira e construção civil. "Tivemos um saldo muito positivo e um dos destaques é a área de tintas eletrostáticas em pó", comenta Ribeiro. Ele explica que esse produto é relativamente novo no mercado e tem diversas aplicações, como, por exemplo, no setor automotivo. O processamento do latex para a fabricação de preservativos, luvas e outros produtos na área médica também puxou o desempenho do município no mercado externo.

Dados indicam alta da demanda interna e renovação industrial


Em janeiro a região apresentou déficit de US$ 177,63 milhões, apontam os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A alta nas importações foi de 30% contra 8,6% nas exportações. Para o economista e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Marcos Canhada, o cenário é reflexo do forte crescimento industrial e comercial da região e, em especial, de Sorocaba."Isso gera a necessidade de investimentos maiores e, associado a câmbio favorável à importação acabam fazendo com que as máquinas, equipamentos e insumos necessários venham em maior intensidade do exterior", explica o professor.

Ele destaca que existe crescimento da demanda interna que, mais uma vez associado à questão cambial, faz com que as empresas atendam à demanda interna em detrimento à externa. "Isso faz com que não haja crescimento expressivo nas exportações", diz ele.

Apesar das críticas ao déficit vindas principalmente do setor produtivo e o risco da desindustrialização, o professor afirma que "o importante é que houve crescimento interessante nas exportações no período e espera-se que em médio prazo haja aumento da capacidade produtiva". (C.S.)

 

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