Valdinei Queiroz
Tanto a secretária de Saúde quanto vereadores dizem que a grande problemática é o custo elevado do atendimento
O diagnóstico nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Neonatal em bebês recém-nascidos permite a prevenção de doenças, a tempo de combatê-las, possibilitando grandes chances de diminuir ou eliminar a doença. Segundo levantamento da organização não-governamental (ONG) Visão Mundial, a cada 24 horas, nove crianças com menos de um ano de idade, filhos de adolescentes, morrem no Brasil. Em 2009, morreram 42.684 bebês - 20% deles eram filhos de meninas de 10 a 19 anos. Os pesquisadores se debruçaram sobre dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outras fontes, como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em Votorantim, não há uma UTI Neonatal para atender a demanda da população. Segundo a secretária de Saúde de Votorantim, Gladys Leite Barasneticius, a referência do atendimento aos moradores votorantinenses é o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) ou na UTI Neonatal de Itu, que tem vagas de regulamentação do CROSP, que é da Central de Vagas do Estado de São Paulo. “Quando o município tem a necessidade, faz a solicitação a essa central que busca em todo o Estado de SP uma vaga disponível para atendimento. Havendo a disponibilidade da vaga, ela está assegurada à futura mãe”, explica Gladys. Questionada sobre a possível implantação de uma UTI Neonatal na cidade, Gladys comenta que existe um estudo neste sentido por parte do poder público, “porém no momento, devido ao alto custo e por não ser referenciado ao município, ainda não foi elaborado o projeto”. Conforme a Secretaria de Saúde do Estado de SP, para a implantação de uma UTI Neonatal é importante que haja no mínimo cinco leitos em virtude do custo de manutenção, “e estes leitos não ficarão para atendimento exclusivo a Votorantim, devem ser disponibilizados de acordo com a necessidade do SUS, por isso a importância de um estudo detalhado no intuito de atender as mães e os bebês”, esclarece a secretária de Saúde do município. Mesmo não tendo a UTI Neonatal, Votorantim conta com teste de gravidez e, se positivada a gestação, a primeira consulta pode ser feita em qualquer uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS). A partir deste primeiro contato a gestante passa a ter vaga garantida com ginecologista, enfermeira, dentista e também trabalhos de grupo com orientações para parto, amamentação e nutrição. Questionando o prefeito O vereador Francisco Carlos Amorim (PT), em requerimento, disse que o procedimento de UTI Neonatal no CHS é referência em 28 municípios, inclusive, para Votorantim. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, apresentados por Amorim, a Regional de Sorocaba possui 40 leitos de UTI Neonatal, destinados ao SUS, sendo que 14 no CHS, 16 em Itu e 10 em Itapeva. “Tudo isso para atender a 48 cidades”, comenta o vereador, enfatizando que o Ministério da Saúde adota como parâmetro ideal, dois leitos de UTI Neonatal para cada mil nascidos vivos. De acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), no ano de 2010, a região apresentou 32.070 nascidos vivos, para um total de 40 leitos de UTI Neonatal pelo SUS. “O correto seria que se tivesse 70 leitos de UTI Neonatal disponíveis, ou seja, quase o dobro do que temos hoje”, argumenta o petista. O vereador Bruno Martins de Almeida (PSDB), também em requerimento, questionou o prefeito Carlos Pivetta sobre a existência de planos para a implantação de uma UTI Neonatal no município. Para o parlamentar, a cidade não é dotada desta especialidade, fundamental para a sobrevivência de muitos recém nascidos, mesmo tendo um saldo de mais de mil partos/ano. Almeida dá exemplo sobre a falta de vagas na UTI Neonatal de Sorocaba. “Lá, o espaço conta com 10 vagas e, num certo momento, estava com 11 bebês internados, excedendo sua capacidade”, explica. “Portanto, se a nossa cidade tivesse uma unidade de UTI Neonatal, daria mais tranquilidade aos munícipes, como também aliviaria a unidade desse tipo de atendimento em Sorocaba.” O tucano entende que o custo de uma UTI Neonatal é alto, porém, “os benefícios são imensos, já que ela é de suma importância para a saúde dos recémnascidos nos primeiros momentos de vida e garantia de qualidade de vida”.
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