Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz
Eles acham
que deveriam ser incluídos em projeto do prefeito que deu reajuste a outros
cargos da área de educação
Professores e
auxiliares de serviços infantis da rede municipal de ensino de Votorantim foram
à sessão da Câmara da última segunda-feira (16), para manifestar desaprovação
em relação à ausência da categoria em projeto de lei, de autoria do Executivo,
e também para reivindicar valorização de salário.
Esses
colaboradores educacionais estão revoltados com a aprovação, em sessão
extraordinária, do aumento de salário aos cargos de coordenador pedagógico,
diretor de educação básica, supervisor escolar e coordenador educacional de
oficina pedagógica, sendo assim, ausentando professor e auxiliar de serviço
infantil.
Inconformados,
alguns professores se organizaram para que houvesse vários funcionários da área
de educação no dia da sessão. “Foi uma correria. Avisamos todos por vários
meios possíveis. Desde a Internet até o boca-a-boca”, disse Viviane Sekito de
Lima, professora há seis anos no município e uma das representantes da
reivindicação de valorização de salário. Segundo Viviane, a mobilização deu
início na última sexta-feira (13). “Pela quantidade que está, aqui, valeu a
pena divulgar.”
A Casa de Leis
recebeu aproximadamente 100 professores e 30 auxiliares de serviços infantis,
todos esperando a leitura e discussão do requerimento (n° 158/12) que envolvia
o trabalho de cada um. Número grande, que não acontece normalmente nas sessões
da Câmara. “Fico feliz em ver bastante gente presente”, enalteceu o vereador
Franciso Amorim (PT).
A professora
Deise Mota, que está na rede municial há seis anos e também faz parte da
comissão de professores, relembra que em 2008, durante uma reunião no salão da
Apevo (Associação dos Aposentados e Pensionistas de Votorantim), os
profissionais da educação e o então candidato a prefeito Carlos Augusto Pivetta
(PT) discutiram sobre valorização dos setores de educação. Segundo Deise,
Pivetta prometeu equiparar o salário dos professores de Votorantim em relação a
de outros municípios da região, mas não pontuou quais as cidades. “Dependendo
da área, há profissional ganhando menos que R$ 300 comparando com outra cidade
da região”, comentou o professor Givanildo Rocha de Oliveira, que está há sete
anos na rede municipal e também faz parte da comissão.
Ao ser
questionado se algum vereador pediu a presença dos professores na sessão,
Givanildo afirma que não há nenhum parlamentar envolvido diretamente, embora
Fernando de Oliveira Souza (DEM), autor do requerimento, tenha apoiado a causa.
“Ele só veio nos apoiar.”
Quanto a gestão
do prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT), todos os representantes disseram que
Pivetta sempre foi aberto ao diálogo com todos os setores educacionais da
cidade.
Tão aberto ao
diálogo que, nos próximos dias, esses professores vão se reunir para criar uma
comissão e enviar uma pauta sugerindo melhorias para os profissionais que se
sentiram excluídos do projeto do prefeito. “O Executivo assegurou que, após
enviarmos a pauta, será marcada uma reunião para discussão do salário”,
esclareceu. Em anexo ao requerimento, um abaixo-assinado com nomes de mais de
250 professores e auxiliares de serviços infantis foi encaminhado ao prefeito.
No plenário,
alguns professores levaram faixas com dizeres “Igualdade”, “Redução da Carga
Horária” e “Valorização”. Um deles ao ouvir a repreensão do presidente da
Câmara, saiu do plenário dizendo: “não é permitido falar, mas posso fazer
gestos.” Ele levantou os braços e fez o movimento de aplausos para surdo.
Debate no plenário
A oposição
formada por Bruno Martins de Almeida, Fábiola Alves da Silva Pedrico e Robson
Vasco, todos do PSDB, juntamente com Fernando, fez ressalvas ao projeto do
Executivo, que foi aprovado no dia 4 de abril deste ano. Vale lembrar que esses
quatro vereadores, no dia da votação, se abstiveram, ou seja, se recusaram a
estar presente na hora da votação.
Da oposição,
Fernando foi o primeiro a explanar sobre o requerimento. Sob aplausos dos
professores, que logo em seguida o presidente da Câmara, vereador Marcos
Antonio Alves (PT), pediu a plateia que não fizesse nenhuma manifestação, o
demista começou a falar que não houve tempo hábil para analisar o projeto de
lei. “Como vou votar em um projeto que recebi menos de 48 horas antes da sessão
extraordinária?”, questionou. “Deveria ser discutido com antecedência, em uma
reunião com o prefeito, vereadores, secretária de Educação e representantes do
setor educacional”, justificou Fernando, em relação sua abstenção em não votar
no projeto. Quando Fernando comentou sobre o trabalho intenso de todos os
profissionais da educação, uma professora, que estava na plateia, disse sussurrando:
“nós, professoras, às vezes, trabalhamos mais que outros setores da área de
educação.” Em seguida, Fabíola e Bruno também deram seus pitacos. Todos com o
mesmo embasamento: a de incluir professores e auxiliares de serviços infantis
no projeto do Executivo.
Pela situação,
Heber de Almeida Martins (PDT) concordou com o relato dos tucanos e do demista.
Segundo Heber, o sindicato da categoria poderia ser mais ativo nessas questões.
A declaração que mais afetou os presentes foi quando Heber disse que o prazo se
expirou em relação a aumento a funcionário público, ou seja, o aumento só pode
ser concedido só no ano que vem.
A vereadora
Marilene Newman Oliveira (PT) deu a ideia de criar uma comissão de professores
para discutir as demandas com o prefeito do município. O parlamentar Francisco
Amorim (PT) disse que há um estudo para que, ano que vem, haja um aumento a
esses profissionais.
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