quinta-feira, 19 de abril de 2012

Servidores da Educação excluídos de aumento protestam na Câmara



Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz



 Eles acham que deveriam ser incluídos em projeto do prefeito que deu reajuste a outros cargos da área de educação

Professores e auxiliares de serviços infantis da rede municipal de ensino de Votorantim foram à sessão da Câmara da última segunda-feira (16), para manifestar desaprovação em relação à ausência da categoria em projeto de lei, de autoria do Executivo, e também para reivindicar valorização de salário.
Esses colaboradores educacionais estão revoltados com a aprovação, em sessão extraordinária, do aumento de salário aos cargos de coordenador pedagógico, diretor de educação básica, supervisor escolar e coordenador educacional de oficina pedagógica, sendo assim, ausentando professor e auxiliar de serviço infantil.
Inconformados, alguns professores se organizaram para que houvesse vários funcionários da área de educação no dia da sessão. “Foi uma correria. Avisamos todos por vários meios possíveis. Desde a Internet até o boca-a-boca”, disse Viviane Sekito de Lima, professora há seis anos no município e uma das representantes da reivindicação de valorização de salário. Segundo Viviane, a mobilização deu início na última sexta-feira (13). “Pela quantidade que está, aqui, valeu a pena divulgar.”
A Casa de Leis recebeu aproximadamente 100 professores e 30 auxiliares de serviços infantis, todos esperando a leitura e discussão do requerimento (n° 158/12) que envolvia o trabalho de cada um. Número grande, que não acontece normalmente nas sessões da Câmara. “Fico feliz em ver bastante gente presente”, enalteceu o vereador Franciso Amorim (PT).
A professora Deise Mota, que está na rede municial há seis anos e também faz parte da comissão de professores, relembra que em 2008, durante uma reunião no salão da Apevo (Associação dos Aposentados e Pensionistas de Votorantim), os profissionais da educação e o então candidato a prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT) discutiram sobre valorização dos setores de educação. Segundo Deise, Pivetta prometeu equiparar o salário dos professores de Votorantim em relação a de outros municípios da região, mas não pontuou quais as cidades. “Dependendo da área, há profissional ganhando menos que R$ 300 comparando com outra cidade da região”, comentou o professor Givanildo Rocha de Oliveira, que está há sete anos na rede municipal e também faz parte da comissão.
Ao ser questionado se algum vereador pediu a presença dos professores na sessão, Givanildo afirma que não há nenhum parlamentar envolvido diretamente, embora Fernando de Oliveira Souza (DEM), autor do requerimento, tenha apoiado a causa. “Ele só veio nos apoiar.”
Quanto a gestão do prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT), todos os representantes disseram que Pivetta sempre foi aberto ao diálogo com todos os setores educacionais da cidade.
Tão aberto ao diálogo que, nos próximos dias, esses professores vão se reunir para criar uma comissão e enviar uma pauta sugerindo melhorias para os profissionais que se sentiram excluídos do projeto do prefeito. “O Executivo assegurou que, após enviarmos a pauta, será marcada uma reunião para discussão do salário”, esclareceu. Em anexo ao requerimento, um abaixo-assinado com nomes de mais de 250 professores e auxiliares de serviços infantis foi encaminhado ao prefeito.
No plenário, alguns professores levaram faixas com dizeres “Igualdade”, “Redução da Carga Horária” e “Valorização”. Um deles ao ouvir a repreensão do presidente da Câmara, saiu do plenário dizendo: “não é permitido falar, mas posso fazer gestos.” Ele levantou os braços e fez o movimento de aplausos para surdo.

Debate no plenário

A oposição formada por Bruno Martins de Almeida, Fábiola Alves da Silva Pedrico e Robson Vasco, todos do PSDB, juntamente com Fernando, fez ressalvas ao projeto do Executivo, que foi aprovado no dia 4 de abril deste ano. Vale lembrar que esses quatro vereadores, no dia da votação, se abstiveram, ou seja, se recusaram a estar presente na hora da votação.
Da oposição, Fernando foi o primeiro a explanar sobre o requerimento. Sob aplausos dos professores, que logo em seguida o presidente da Câmara, vereador Marcos Antonio Alves (PT), pediu a plateia que não fizesse nenhuma manifestação, o demista começou a falar que não houve tempo hábil para analisar o projeto de lei. “Como vou votar em um projeto que recebi menos de 48 horas antes da sessão extraordinária?”, questionou. “Deveria ser discutido com antecedência, em uma reunião com o prefeito, vereadores, secretária de Educação e representantes do setor educacional”, justificou Fernando, em relação sua abstenção em não votar no projeto. Quando Fernando comentou sobre o trabalho intenso de todos os profissionais da educação, uma professora, que estava na plateia, disse sussurrando: “nós, professoras, às vezes, trabalhamos mais que outros setores da área de educação.” Em seguida, Fabíola e Bruno também deram seus pitacos. Todos com o mesmo embasamento: a de incluir professores e auxiliares de serviços infantis no projeto do Executivo.
Pela situação, Heber de Almeida Martins (PDT) concordou com o relato dos tucanos e do demista. Segundo Heber, o sindicato da categoria poderia ser mais ativo nessas questões. A declaração que mais afetou os presentes foi quando Heber disse que o prazo se expirou em relação a aumento a funcionário público, ou seja, o aumento só pode ser concedido só no ano que vem.
A vereadora Marilene Newman Oliveira (PT) deu a ideia de criar uma comissão de professores para discutir as demandas com o prefeito do município. O parlamentar Francisco Amorim (PT) disse que há um estudo para que, ano que vem, haja um aumento a esses profissionais.

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