quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fórum debate hoje violência doméstica

 Notícia publicada na edição de 13/06/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A
Priscila Fernandes
programa de estágio



Debater formas de fortalecer a rede de apoio às vítimas de violência doméstica e capacitar os agentes que atuam nesta área são os objetivos de um fórum que será promovido nesta quarta-feira na Faculdade de Direito (Fadi), das 9h às 12h. Para a promotora de justiça Fabiana Rocha Paes, organizadora do evento, o aumento de registros dos casos de violência doméstica em Sorocaba pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), pode ser visto como algo positivo, pois demonstra que mais mulheres se sentem confiantes para procurar a rede de apoio e os órgãos competentes. No primeiro quadrimestre deste ano foram 89 casos, um aumento de 45% em relação ao mesmo período de 2011. A promotora observa que um maior número de denúncias não significa necessariamente um aumento da quantidade de casos, mas sim de pessoas dispostas a registrar a queixa. "A violência doméstica sempre ocorreu e o número de casos registrados é sempre muito inferior ao de casos existentes", conta.

O registro da violência, porém, não significava que o agressor seria punido, pois muitas vítimas não dariam prosseguimento à ação. Uma decisão do Superior Tribunal Federal (STF), de fevereiro deste ano, muda este cenário, pois determina que o suspeito de praticar a violência doméstica contra a mulher poderá ser punido mesmo que a vítima desista de dar prosseguimento à queixa, sendo que a ação agora pode ser apresentada pelo Ministério Público. Por ser uma decisão recente, a promotora conta que ainda não se sabe qual o impacto desta mudança na quantidade de casos registrados e processos.
Fabiana ressalta que a estruturação de um sistema que proporcione segurança para as vítimas é essencial para estimular as denúncias. A promotora conta que em Votorantim, onde atua no Fórum da cidade, a quantidade de processos referentes à violência doméstica também é grande e crescente, e que a razão pela qual isso ocorre é que o município possui uma boa rede de apoio. Ela acredita que a partir do momento em que se estrutura a rede, a demanda de atendimento começa a aparecer, especialmente, porque alguns casos só são conhecidos quando as vítimas recebem atendimento de saúde, ou em outro órgão, em que o profissional identifica a violência e oferece apoio. Por este motivo, ela vê na capacitação dos profissionais e articulação da rede de serviços onde potencialmente as vítimas deem entrada, um ponto fundamental. No fórum, a psicóloga e professora livre docente Leila Tardivo, da Universidade de São Paulo (USP), dará uma palestra que tem como objetivo capacitar funcionários do Ministério Público de São Paulo, magistrados, advogados, defensores públicos, delegados de polícia, funcionários dos serviços de atenção à mulher e estudantes universitários, para que façam um atendimento adequado das vítimas de violência doméstica.

Exemplo

Em Sorocaba, Fabiana destaca o trabalho do Centro de Referência da Mulher (Cerem), como um exemplo de bom atendimento. Porém, lembra que ainda o serviço no município tem muito ainda o que melhorar. "O atendimento às vítimas deve chegar às periferias da cidade", aponta. Ela sugere a criação de um serviço móvel, no moldes do ônibus da mulher, que conte com o apoio de psicólogos e assistentes socias, que vá até as regiões mais afastadas da cidade. Já para diminuir a quantidade de casos, ela acredita que há uma necessidade geral, não apenas de Sorocaba, de uma educação voltada para extinguir a violência de gênero.
O fórum contará, além dos debates e da palestra, com uma explanação da promotora de justiça Maria Gabriela Mansur. (Supervisão - Admir Machado)

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