domingo, 17 de junho de 2012

Gisele Constantino muda, aos poucos a sua vocação e vira avenida de serviços


 Notícia publicada na edição de 17/06/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno E
Giuliano Bonamim

 Donos de imóveis residenciais aproveitam o boom imobiliário e colocam suas casas para à venda em busca de bons negócios. No lugar, surgem prédios comerciais e prestadores de serviço interessados no poder de consumo da região - Por: Erick Pinheiro

Por: Luiz Setti

  Por: Luiz Setti

Por: Erick Pinheiro
 
 Donos de imóveis residenciais aproveitam o boom imobiliário e colocam suas casas para à venda em busca de bons negócios. No lugar, surgem prédios comerciais e prestadores de serviço interessados no poder de consumo da região - Por: Luiz Setti


  A avenida Gisele Constantino tem mudado a sua cara e se transformado em um corredor comercial de Votorantim. Os antigos imóveis residenciais estão em processo de extinção e perdem lugar para lojas e prestadores de serviço interessados no poder de consumo da região.

Com 2,5 quilômetros de extensão, a Gisele Constantino é uma das principais vias de acesso de Votorantim à zona sul de Sorocaba. O seu desenho também serve de referencial para estabelecer o limite territorial entre os municípios.

Vista de cima, a avenida faz parte de uma grande artéria responsável por ligar as duas cidades. Esse sistema viário começa em Sorocaba com as avenidas Barão de Tatuí, Antonio Carlos Comitre, Professora Izoraida Marques Peres e prossegue em Votorantim com a Gisele Constantino e Rogério Cassola.

O próprio prefeito de Votorantim, Carlos Pivetta (PT), compara essa atual metamorfose na avenida Gisele Constantino com o desenvolvimento da área sul da cidade. "Essa região está se transformando em um grande centro de negócios, já gerando empregos e prestação de serviços", comenta.

Pivetta classifica as avenidas Gisele Constantino e Rogério Cassola como grandes corredores de entrada do condomínio Alphaville, além de interligarem a avenida Adolpho Massaglia - que dá acesso à rodovia João Leme dos Santos (SP-264). "São pontos de grande desenvolvimento residencial de médio e alto padrão, que se tornarão grandes corredores comerciais e, com isso, serão uma importante fonte de gerarão de empregos", relata.

A explicação de Pivetta é baseada na implantação do shopping Iguatemi, na Gisele Constantino, do hotel Blue Tree, na Adolpho Massaglia e do condomínio Alphaville, com a entrada principal pela Rogério Cassola. Essa região conta com outros empreendimentos, como os condomínios residenciais, como o Alpha Club, Ilha de Málaga, Residencial Esplanada, Alphaville, Belvedere 1 e 2 e Aldeia da Mata. Nas proximidades também estão sediados os condomínios Tivoli e Sunset, que pertencem a Sorocaba e ficam na avenida Professora Izoraida Marques Perez.

O prefeito garante que a chegada desses novos empreendimentos obrigará o governo municipal a intervir no sistema viário dessa região. "A avenida Gisele Constantino passará por uma ampla revitalização em todos os sentidos, principalmente no que se refere ao trânsito e à segurança", diz Pivetta.

Atualmente, apenas os caminhões e carretas com a permissão de trânsito cedida pela Prefeitura de Votorantim podem circular pelas avenidas Rogério Cassola e Gisele Constantino. Esses alvarás permitem o trânsito desses veículos em determinados horários, como das 20h às 6h, e das 11h às 15h. A autuação pune o motorista em quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 85.


Localização


A Gisele Constantino tem início no número 31, em frente ao Residencial Esplanada, no Jardim Clarice, e termina em frente ao posto de combustíveis do Carrefour. A avenida muda de denominação em Votorantim justamente a partir do nº 31, por ser o marco inicial.

O trecho denominado de avenida Rogério Cassola está compreendido entre o nº 31 da Gisele Constantino e o início da avenida Antônio Castanharo, no Parque Jataí - conhecida antigamente como Gisele Constantino por ser um prolongamento da mesma. Segundo a Prefeitura de Votorantim, estudos feitos pelo governo municipal verificaram a impossibilidade de manter o nome Gisele Constantino. O motivo seria o possível transtorno de mudar a numeração de toda a avenida, pois esta ficaria com


numeração negativa. A avenida Rogério Cassola foi implantada em 2004 e, na gestão anterior, recebeu a duplicação.


Imóvel na avenida virou "objeto de desejo"




 O casal Nilson e Marli Vieira mora na avenida há 21 anos - Por: Adival B. Pinto


A chegada de novos empreendimentos residenciais e comerciais aumentou a valorização da avenida Gisele Constantino. Nesse embalo, os moradores estabelecidos há décadas no local têm colocado os seus imóveis à venda para lucrar com o boom imobiliário da região.

O casal Nilson Vieira Dias, 50 anos, e Marli Alves Vieira, 46, mora na avenida Gisele Constantino há 21 anos. O terreno de 360 metros quadrados, que sedia a casa da família, tem sido assediado por construtoras e pessoas físicas graças à localização privilegiada.

Segundo Marli, vários interessados já entraram em contato para adquirir o imóvel. O valor pedido pelo casal é de R$ 700 mil. "Compensa vender porque aqui valorizou bastante e, com esse dinheiro, nós vamos conseguir comprar uma casa mais barata e ficar com uma quantia em mãos", comenta.

Marli relata que outro terreno da família, vizinho à sua casa, também tem recebido propostas. A área possui 290 metros quadrados e tem a frente para a avenida Gisele Constantino.

O mesmo caminho tem sido seguido pela dona de casa Cleuza de Melo Bueno, 56, que mora há 36 anos no mesmo local. Ela colocou em fevereiro deste ano uma placa na fachada da residência para anunciar a intenção de venda, mas até agora nada foi fechado. "Os interessados querem dar só imóveis na troca", diz.

De acordo com Cleuza, a procura pelo seu terreno de 316 metros quadrados tem sido constante e os interessados possuem objetivos diferentes. "Alguns querem morar, outros demolir e tem gente que quer montar um comércio aqui", relata. Para ficar com a área, o comprador precisará desembolsar R$ 850 mil.

Para o gerente Juliano Nogueira Nardi, 31, da imobiliária Reis Imóveis, a avenida Gisele Constantino se tornou um local desejado em Votorantim. "A procura por imóveis é grande porque essa região fica próxima ao Campolim, um dos principais bairros de Sorocaba, e de grandes centros comerciais", diz.

Nardi coordena o processo de cadastramento dos clientes interessados em adquirir apartamentos em um novo empreendimento na avenida Gisele Constantino. "As vendas terão início daqui a dois meses, mas aproximadamente 50% dos imóveis já foram reservados", comenta.

O condomínio residencial terá 10 torres, cada uma com 12 andares, e um total de 480 apartamentos - cada um vendido ao valor médio de R$ 150 mil. Todo o empreendimento será finalizado em 2014 e terá cinema, conveniência 24 horas, pet shop, quitanda e salão de cabeleireiro. "Todo o conforto para o morador não precisar sair para a rua", relata Nardi. (G.B.)



Há 12 anos, era uma barroca e longe de tudo



O casal Nilson e Marli Vieira mora na avenida há 21 anos - Por: Adival B. Pinto

 
Os antigos moradores têm presenciado as constantes mudanças na avenida Gisele Constantino. A região, que há 30 anos era uma área rural de Votorantim, se transformou em um dos pontos mais disputados do município.

O comerciante José Carlos Mendes, 41, mora há 12 anos em uma residência situada na avenida. Ele deixou a cidade de São Miguel Arcanjo junto com outros 10 irmãos e adquiriu um lote na região graças à dica de um tio, que já havia se mudado para Votorantim. "Mas chegaram a falar que eu era maluco, louco, por gastar dinheiro em uma barroca e longe de tudo", diz.

Mendes não se lembra do valor pago no terreno, mas garante que foi uma quantia pequena perto da atual valorização. "O meu irmão, na mesma época, comprou um lote vizinho do meu com 300 metros quadrados em troca de boi", comenta.

Na década passada, o visual da região continha apenas mato, um caminho de terra e os esqueletos dos prédios do Residencial Esplanada. A avenida terminava em um morro, atualmente cortado pelo asfalto, a poucos metros da casa de Mendes.

Esse recente desenvolvimento da região tem provocado um sentimento de nostalgia em Mendes. "Antigamente tinha leilão de boi perto do morro e o dinheiro era revertido para uma igreja do bairro", diz. "A vizinhança também fazia festa junina naquele lugar, mas agora não tem nada disso", completa.

Por outro lado, o crescimento no entorno da avenida tem agradado o lado empresarial. Há seis anos, o comerciante montou no local uma loja para a venda de ração, terra, adubo e plantas. "As minhas vendas têm crescido anualmente e o meu maior público são os moradores dos condomínios da região", relata.

Um dos pioneiros em desbravar a área é o pedreiro Nelton do Nascimento, 34, que revela com orgulho o fato de ter construído há 15 anos uma das primeiras casas da avenida. A casa continua em pé e fica em frente ao Residencial Esplanada. "Foi um trabalho difícil porque não havia energia elétrica e o concreto era feito na enxada mesmo", comenta.

Nelton nasceu em Deodápolis, interior do Mato Grosso do Sul, e se mudou para Votorantim há 20 anos. Foi morar no bairro Serrano e coleciona vários imóveis construídos com as suas mãos na avenida Gisele Constantino. "Antes só tinha casa por aqui, mas logo isso aqui vai virar um grande corredor comercial", relata.

O motorista Wladimir Gomes da Silva, 44, é outro antigo morador da região e diz ter sofrido com a falta de infraestrutura logo após ter construído a sua casa na década passada. "Não tinha poste de energia e de iluminação, por isso a gente improvisava com a fiação que chegava até a esquina. Também não havia asfalto e nem rede de esgoto.", diz.

Silva atribui o crescimento da região com a prolongação da avenida até a ligação ao acesso 103 à rodovia Raimundo Antunes Soares (SP-79), que liga Votorantim a Piedade. "Antes disso dava para andar pela rua sem medo de ser atropelado, mas agora o movimento de carro e de caminhão é grande tanto de dia quanto de noite", comenta.

Segundo Silva, a localização privilegiada de sua residência também tem provocado um interesse de comerciantes. "Várias pessoas já quiseram comprar a minha casa, mas eu não aceitei", diz. Para o motorista, o valor atual gira em torno de R$ 200 mil. "Um terreno limpo de 125 metros quadrados não sai por menos de R$ 100 mil", completa. (G.B.)


Local tem um forte potencial comercial


O passeio pela Gisele Constantino revela uma avenida com forte crescimento comercial. A lista de opções inclui academia de ginástica, postos de combustíveis, lojas de móveis planejados e materiais para construção, concessionária de motos e centro de formação de condutores. A avenida tem duas pistas, cada uma com três faixas de rolamento. O asfalto está em bom estado de conservação e quase não se encontra buracos no percurso. O canteiro é arborizado com plantas ornamentais e árvores de médio porte e a manutenção aparenta ser feita de forma regular.

O movimento de veículos é constante. Em horários de pico é comum a formação de congestionamentos no sentido de Sorocaba. Todo o percurso é urbanizado, tanto com residências quanto com imóveis comerciais. As áreas mais extensas sem construções estão concentradas na avenida Rogério Cassola - continuação da Gisele Constantino. (G.B.)







Em 4 de setembro de 1994, protesto de moradores, com apoio de crianças pedia asfalto no local - Por: Arquivo JCS/Aldo V. Silva

 Foto de 12 de outubro de 1997 mostra que a Gisele Constantino ainda era um projeto de avenida - Por: Arquivo JCS/Carlos Oliveira

 No dia 31 de outubro de 2002 foi anunciada a autorização da tão esperada obra de interligação - Por: Arquivo JCS/Wilson Munhos

 Avenida precisa de revitalização, principalmente no que se refere ao trânsito e à segurança - Por: Luiz Setti

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