domingo, 12 de agosto de 2012

Candidatos comentam sobre vocação do município para os próximos anos

 Notícia publicada na edição de 12/08/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno A -

Votorantim teve no passado uma grande concentração de indústrias da porte. Esse perfil econômico mudou nos últimos anos. Praticamente não produz mais cimento (apesar de ser "A Capital do Cimento")a mineração de calcário também foi desativada e várias indústrias texteis foram desativadas.Qual será a vocação do município para os próximos anos? Vai tentar atrair mais indústrias ou atrair empreendimentos do tipo condomínios e empresas do setor de serviços que não encontram espaço físico em municípios vizinhos?

RESPOSTA ERINALDO

A vocação natural da cidade de Votorantim foi e continua sendo industrial. Foi por causa desta vocação que, ainda pertencendo a Sorocaba, Votorantim ficou conhecido como distrito industrial. A economia de Votorantim sempre foi pujante, baseada no extrativismo mineral e na indústria de transformação. Votorantim se destaca como industrial por ter sido o berço do maior grupo industrial familiar do país: o grupo Votorantim. Embora tenha sido afetado pelas mudanças ocorridas na área industrial, particularmente no setor têxtil e não venha acompanhando o desenvolvimento industrial da região, nossa cidade continua mantendo as características de cidade industrial. Durante muitos anos a falta de infra-estrutura limitou o crescimento da cidade no setor industrial. Sem saneamento básico, sem moradia, sem vias de acesso adequadas, sem condições de preparar mão-de-obra especializada, as empresas que surgiram ou que se transferiram para Votorantim nem sempre conseguiram o sucesso que a cidade esperava delas. Hoje a cidade de Votorantim precisa urgente de providências que a coloque em condições de integrá-la no contexto de desenvolvimento regional. A duplicação da rodovia Raposo Tavares, o acesso de ligação entre a rodovia José Ermírio de Moraes (castelinho) com a Raposo Tavares, o desenvolvimento industrial, econômico e tecnológico vivido por Sorocaba, a conturbação acentuada verificada em determinados pontos da divisa de Votorantim com Sorocaba, os investimentos mais recentes implantados em Votorantim são fatores que evidenciam a necessidade de nos adequarmos a esta realidade. Nossa proposta prevê o replanejamento da cidade para corrigir distorções existentes hoje e que podem comprometer o desenvolvimento futuro da cidade, mas principalmente para criar condições para que a cidade possa se desenvolver particularmente no setor industrial. É preciso preparar Votorantim para o futuro, a começar pelo planejamento interno com a revisão do sistema viário para integrar os bairros e corrigir áreas comprometidas com aumento de tráfego, rever o zoneamento da cidade para que a administração passe a ser ordenadora do processo de desenvolvimento do município e possa através de um novo ordenamento suprir ou criar condições de atender às necessidades da cidade. Apesar da tendência natural de cidade industrial, Votorantim precisa estar preparada e não abre mão de apoiar toda e qualquer iniciativa ou investimento que propicie o desenvolvimento da cidade e o bem estar da nossa população.

RESPOSTA FERNANDO

Vivemos hoje uma outra realidade mundial, reconhecemos o lado positivo da história econômica envolvendo as Industrias do Grupo Votorantim, representadas pela antiga Votoran, fábrica de cimento, Votocel hoje Vitopel, fábrica de papel e da paralisada há muitos anos Votorantim Tecidos, além da extinta Metidieri Tecidos, ex-grandes empresas, com milhares de funcionários.

Mesmo uma grande empresa hoje, proporcionalmente tem um número reduzido de funcionários em virtude da automatização das operações, ou seja, as máquinas substituindo o homem, também sabemos que as micro e pequenas empresas representam mais de 90%, desse segmento, com destaque para o ramo de serviços.

Continuar sonhando com um grande parque industrial, com grandes empresas tem outras barreiras, estamos conurbados com a cidade de Sorocaba, grande parte do nosso Município pertence ao Grupo Votorantim, que desenvolve nessas extensas áreas a monocultura de eucaliptos, estamos encravados numa região de montanhas e serra que também dificultam o acesso e implantação dessas novas indústrias.

Mas não podemos abandonar a nossa vocação industrial, pois mesmo com todas essas dificuldades temos um parque industrial, com importantes empresas, onde se destacam a Dixie Toga, Emphasis, o Grupo Votorantim, Bauma, Minercal (Industria Mineradora Pagilato), Seiren, ControlFlex, F.L. Smidth, Splice, Fiação Alpina e tantas outras, além do Complexo Esplanada/Carrefour que geram muitos empregos e arrecadação de impostos ao município e com certeza iremos incentivar a vinda de novas indústrias.

Decididamente nosso município tem que mudar esse rótulo de Capital do Cimento, que lembra poeira, sujeira e degradação ambiental, temos que desenvolver ações em caráter de urgência também no campo do Turismo, com consciência ambiental, pois temos montanhas, serra, represa, cachoeiras, rio, riachos, córregos, nascentes, pedreiras abandonadas e uma ferrovia desativada que vamos transformar na Ferrovia Ecológica, que saira do centro de Votorantim até o Alto da Serra, com paradas em pontos turísticos, buscando transformar nossa cidade e conseguir o Selo Estadual de Estância Turística de Votorantim.

Estaremos abertos para implantação em nosso município de todos os tipos de empresas e atividades, inclusive empreendimentos do tipo condomínios grandes ou pequenos, que com certeza também são geradores de muitos empregos, mão de obra especializada e serviços, mas o município precisa estar preparado para fazer a sua parte e estar oferecendo estrutura planejada de ações e bens públicos, tais como fornecimento de água, captação e tratamento do esgoto e coleta do lixo.

RESPOSTA PIVETTA

Cidades que baseiam sua economia apenas ou predominantemente em um só segmento ficam sujeitas aos altos e baixos do mercado e da globalização, como ocorreu com Votorantim. A diversificação faz com que a economia da cidade não sofra grandes abalos, mesmo que um setor esteja com problemas. Cientes disso, temos buscado a diversificação e os resultados já são expressivos e estão colocando a cidade num outro patamar de desenvolvimento.

Nossa intenção é trazer empresas estáveis, para não repetir o passado, quando houve falta de planejamento e más escolhas do governo municipal. Exemplos são a Guitte e a Sano, este cujo resultado hoje é um terreno valioso, situado em área nobre, que deixou de ser público após doação à iniciativa privada e se encontra abandonado, atravancando a entrada da cidade e o desenvolvimento daquela região. Em 1996, o então prefeito deu uma entrevista ao Cruzeiro reconhecendo que a industrialização estava parada por deliberação dele próprio. Essa postura acabou penalizando a cidade e os cidadãos por um bom tempo.

Temos feito contatos e várias empresas já se instalaram ou estão se instalando na cidade. Desta forma, mais e mais empregos estão sendo gerados. Quando uma empresa se instala aqui, mais gente arruma emprego e aumenta seu poder aquisitivo, consumindo mais no comércio e na prestação de serviços locais, que, por sua vez, também abrem mais postos de trabalho. O círculo virtuoso se fecha com a maior receita da Prefeitura, e ela pode fazer mais e melhor pela cidade, atendendo as necessidades dos cidadãos. Isso é o desenvolvimento sustentável, que alavanca a justiça social.

O prefeito Cassola trouxe, entre outros, o Alphaville, a Bamberg e a FL Smidth. Intensificamos os contatos, diversificando mais e trazendo o Shopping Iguatemi, com investimento de R$ 383,6 milhões, geração de mil empregos nas obras e mais 4 mil no funcionamento. Trouxemos ainda, além de muitas outras empresas de porte menor, o Centro de Distribuição da Toyota, Blue Tree Hotels, Gênix (farmacêutica), Soal (alumínio), Luplastic (plásticos), Salcique (alimentos), Alutal (equipamentos), Serale Móveis, Duk Toys (brinquedos) e a Scapol, que se instalou há pouco na região do Itapeva.

Como temos restrições de ocupação, vamos criar um novo parque industrial, na região do Itapeva, e as tratativas estão avançadas com a Votorantim, dona da área. A cidade tem ainda condomínios empresariais em fase de instalação, na antiga fábrica da Votocel e na região do Capoavinha, e mais dois em fase de projeto no Jardim Novo Mundo) e Parque São João. Já temos o Bandeiras, que tem mais de 20 empresas e 700 funcionários.

Também temos nos preocupado com a qualificação profissional, em especial dos jovens. Quando assumimos, a cidade não tinha nenhuma faculdade e hoje temos o polo da Universidade Aberta do Brasil - que oferece cursos à distância em convênio com as Universidades Federais do Paraná, de São João Del Rey e do Rio de Janeiro -, a Pitágoras, a Uniararas, o Pólo Master da Universidade Norte do Paraná e em breve o Instituto Nobre, que oferece cursos superiores e técnicos. Também inauguramos a ETEC, em parceria com o Estado, e oferecemos programas de qualificação, como o Prociq e Reintegrar, que já formaram mais de 3.600 pessoas.

Temos feito muito para diversificar a nossa economia e qualificar nossos trabalhadores para ocupar os milhares de empregos que estão surgindo. Para avançar ainda mais, temos muitos contatos em andamento para que mais empresas se instalem na cidade e se consolide esta fase de desenvolvimento sem igual. O que não podemos é deixar a cidade retroceder ou parar, com resultado catastrófico para a economia de Votorantim e para os nossos cidadãos.

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