O Cruzeiro do Sul encerra hoje, com a entrevista de Fernando de Oliveira Souza (DEM), a publicação da série de sabatinas com os candidatos ao cargo de prefeito de Votorantim. Os encontros aconteceram no último dia 2 de agosto, no estúdio de Web TV do jornal, e foram conduzidos pelos repórteres Carlos Araújo e Rosimeire Silva. A ordem de publicação foi definida por sorteio, na presença das assessorias dos candidatos. O conteúdo da sabatina com Erinaldo Alves da Silva (PSDB) foi divulgado na terça-feira, dia 21, e o de Carlos Augusto Pivetta (PT) na edição de ontem.
A íntegra das entrevistas, em vídeo com duração de 30 minutos, também será divulgada pela internet, no site www.cruzeirodosul.inf.br. Durante os encontros, os candidatos responderam todos às mesmas perguntas, feitas pelos jornalistas, com o objetivo de mostrar a opinião dos mesmos sobre temas de grande interesse da população.
Além das sabatinas, a cobertura das Eleições 2012 do Cruzeiro do Sul prevê a realização de três debates entre candidatos, sendo que um deles envolvendo os concorrentes de Votorantim - no dia 4 de setembro. Os candidatos de Sorocaba participarão dos outros encontros: o primeiro no dia 11 de setembro e o segundo em 2 de outubro.
O jornal Cruzeiro do Sul não se responsabiliza pelo uso que os partidos e coligações possam fazer de suas reportagens, vídeos e notícias online, durante a campanha eleitoral. O jornal estará atento para que esses materiais não sofram qualquer distorção ou edição que altere a percepção do conteúdo real, devendo, se isso ocorrer, tomar as providências cabíveis para resguardar seus direitos.
Fernando de Oliveira Souza (DEM)
A "sabatina" com Fernando de Oliveira Souza foi gravada no estúdio de Web TV do jornal Cruzeiro do Sul - Por: ADIVAL B. PINTO
Cruzeiro do Sul - Qual será a principal marca do seu governo?
Fernando de Oliveira Souza - Votorantim já vive um ciclo político de 25 anos, e a gente está lançando essa candidatura para a renovação da política da cidade. Nós sentimos isso no dia-a-dia e já teve um momento na eleição passada em que um candidato, como terceira via, teve uma votação muito grande. Então, a gente está entrando com essa opção de renovação política da cidade. Queremos fazer um governo diferente, voltado totalmente para o povo, com prioridades e planejamento. Então, vamos envolver nisso questões importantes como saúde, educação e cultura, entre outros fatores importantes. A questão de saúde é fundamental porque hoje Votorantim vive uma situação muito crítica com questão de atendimento em postos de saúde, unidades de pronto atendimento e falta de medicamentos e médicos. Pretendemos, de imediato, já resolver essas questões com ações governamentais. Educação também será prioridade. Questão de vagas em creches, que faltam na cidade e valorização de funcionários na parte de educação. Questão de cultura também, a gente pretende fazer algumas ações nesse sentido para trazer benefícios à população, algumas atrações para a cidade de Votorantim e questão de lazer. Meu pai já foi prefeito de Votorantim há algum tempo, a gente já tem uma certa experiência. Eu fui o vereador mais votado nas últimas eleições, quando fui reeleito. Então a gente vem com uma proposta nova, de renovação política que vai trazer para Votorantim uma opção consistente para uma nova política abrangendo todas as áreas importantes da cidade.
O sr. faz parte do único partido que não pertence a uma coligação. Como pretende reunir forças caso seja eleito?
- Nós optamos por sair sem coligação devido ao nosso plano de governo, que é governar para o povo e reduzir o grande número de cargos comissionados que existe hoje na prefeitura. Essa é uma iniciativa do partido. Conversamos com vários partidos nessa transação de pré-candidatura e não chegamos nenhum acordo, porque geralmente eles querem compromissar a administração futura com cargos. Então optamos por sairmos sozinhos na coligação para podermos governar livremente depois e indicar os cargos que achamos necessários, cargos técnicos. Muitas vezes fazemos uma coligação e depois temos que engolir algumas pessoas que não são técnicas na administração. Então optamos por essa opção para poder indicar livremente pessoas de competência, e posteriormente, eleito, com certeza irei sentar para conversar com os vereadores eleitos para fazer algum acordo nesse sentido, porque eu vejo a política de Votorantim como um todo. Depois que se ganhamos a eleição, não temos mais adversários políticos, todos vão governar em torno do nome da cidade, para o povo de Votorantim, seja de qualquer partido como o PT ou o PSDB. Pretendemos, logo após a eleição, eleitos, sentar com todos os vereadores eleitos para conversar e procurar acertar da melhor maneira possível, um acordo para que todos governem em favor do povo. A gente não tem compromisso partidário, então ficamos livres para fazer isso.
Votorantim tem problemas habitacionais que incluem ocupação irregular, existência de favelas e isto se reflete nas más condições de moradia dessas famílias. Que medidas o sr. pretende tomar para resolver esse problema?
O problema habitacional em Votorantim é muito sério. Existe uma lista de mais de 15 mil famílias cadastradas na Companhia de Habitação Popular (Cohap) hoje. Eu sou funcionário de carreira da Prefeitura e trabalhei por muitos anos na Cohap, então estou por dentro do que acontece. São 15 mil pessoas que fizeram o recadastramento em 2009 e que dormiram a noite toda em filas nas escolas para fazer esse cadastramento. Infelizmente, nesse último governo, praticamente não saiu nenhuma unidade habitacional para essas pessoas, que são em torno de 10 a 15 mil. A gente pretende, logo de imediato, no primeiro ano de governo, construir algumas unidades para pessoas com renda de até três salários mínimos, para começar a atender a demanda dessa lista. Quanto à questão de áreas verdes, eu tive uma reunião em uma dessas áreas, e está sendo efetuado pela administração, um projeto de desfavelamento, mas eu acho que esse sistema que está sendo oferecido, de cheques, é muito duvidoso para eles, é uma coisa que, no meu entender, não é muito garantida. Eu acho que devia se cumprir a meta estabelecida no início, que era de retirar as famílias da área verde já com a construção em andamento, para depois recolocar essas famílias nas casas e não dar um cheque para depois aguardar, pois o prefeito que está em Votorantim não sabe se ele continua no poder. A eleição é daqui a dois meses e não existem garantias reais de que esses cheques continuem. Na reunião que eu tive com os moradores ficou claro que eles têm dúvidas sobre isso, e tem medo de sair da área verde e depois não ter onde ficar. Eu sou a favor do desfavelamento, mas com uma garantia real e humana de moradia para essas pessoas, pois elas também sofrem com essa problemática do dia-a-dia. Morar em um barraco não é fácil, nós sabemos disso. Então queremos implantar uma coisa séria nesse sentido, de construir as unidades próximas às áreas e retirar as famílias gradativamente, já colocando nessas unidades. Acho que é uma coisa mais consistente e que passa mais confiança para os moradores. E a questão habitacional em Votorantim, também tem algumas áreas irregulares em alguns bairros e os moradores já moram a bastante tempo nessas localidades, como Jardim Tatiana e Novo Mundo. Caso eleito, pretendo nesse mandato, já regularizar essas áreas e fazer toda a documentação necessária. Houveram várias promessas nesse sentido, mas até agora, nada de concreto aconteceu. Eu acho que em Votorantim, a habitação, junto com a saúde, está sempre entre os itens mais questionados. E como vereador também, durante esse mandato, um dos maiores questionamentos na Câmara é a questão de habitação. Os moradores que tem o cadastro nessa relação se sentem desamparados. Eles fizeram todo esse sistema de recadastramento e foram praticamente excluídos até o momento, não teve quase nada. Saíram 45 moradias para área verde no Jardim Archila há alguns anos e agora parece que está saindo uma unidade habitacional no Jardim Itapeva, no Palmeirinha, com uns apartamentos que estão sendo feitos lá. Mas é muito pouco pela demanda que Votorantim necessita. Hoje o aluguel está caro e as pessoas, ao invés de pagá-lo, poderiam pagar a mensalidade, a prestação para a prefeitura e ter suas moradias garantidas em um plano habitacional que realmente venha de encontro a necessidade da população.
Assim como ocorreram ocupações irregulares nos últimos anos, elas podem continuar acontecendo, agravando ainda mais o problema. Para evitar isso, quais medidas o sr. pretende tomar?
O que acontece é que a atual administração demorou muito para começar com esse processo de desfavelamento, então hoje, na cidade, existem vários núcleos habitacionais de favela, de área verde. Está se mexendo praticamente em dois ou três, então até que esse processo seja concluído, vai levar algum tempo e eu na minha opinião, o certo é construir as unidades próximas a essas áreas e depois retirar as pessoas de uma vez, eliminando a área. Faz-se a derrubada dos barracos passando todos os moradores para essas áreas habitacionais. Hoje, existem planos que verificamos em outros estados, em que moradias são construídas em um dia. Então eu acho que um programa bem centrado e bem estipulado, em um ou dois anos conseguiria resolver essa problemática de vez na cidade, coibindo também surgimento de novas favelas, o que não é interessante para ninguém, nem para as pessoas que moram nessa situação, nem para a cidade e a população.
O saneamento básico em Votorantim não atende toda a população. A cidade convive com problemas de falta de água, especialmente em áreas rurais e de ocupação que não são atendidas. Como o sr. vai enfrentar esse desafio?
Há alguns dias estive andando em alguns bairros da cidade e a reclamação depois dessa concessão do serviço para a empresa privada é muito grande. A falta de água vem ocorrendo em vários pontos da cidade e as pessoas estão desesperadas. Até vi uma matéria na internet, sobre a população do Jardim Serrano, que fez um movimento de reforma e agora precisamos ver o que vai acontecer com essa empresa que está chegando, pois ainda é muito duvidoso. Fala-se muito em investimentos e nesse setor de saneamento da cidade. Tem a questão do lixo, a questão dos aterros. Então precisamos aguardar para ver o que vai acontecer, porque agora ainda é período eleitoral, tudo está muito bom, tudo maravilhoso, todas essas promessas sobre essa privatização que o prefeito falou que será maravilhosa, que será muito boa para a cidade, mas eu acho que temos que aguardar para ver o que vai acontecer, e baseado nisso, faremos nosso plano de saneamento, após passada a eleição, para poder atender a demanda de Votorantim.
O contrato de concessão dos serviços de saneamento básico prevê um trabalho de 30 anos no município. Como o sr. pretende conduzir isso, tendo em vista que se trata de um período bastante extenso?
A gente vai colocar pessoas de confiança na agência reguladora que fiscaliza todo o trabalho dessa empresa nova, a Águas de Votorantim, e vamos acompanhar atentamente toda a evolução dessa concessão, e se não estiver de acordo com o que foi prometido faremos advertências a essa empresa, caso não venha de encontro à necessidade de Votorantim. Segundo a lei, não estamos presos à empresa por 30 anos. A qualquer momento, caso não esteja de acordo com o que foi prometido e estipulado pela empresa e a prefeitura, isso pode ser revertido. Futuramente o prefeito pode mandar um projeto para a Câmara Municipal revertendo essa situação. Vai depender do andamento dessa concessionária em Votorantim. Esperamos sim, que tudo corra bem e que seja uma empresa que venha somar para a cidade e fazer tudo o que prometeu. Mas existe muita dúvida da população e moradores e eu também fico com o pé atrás. Essa questão praticamente envolveu minha saída do PT, porque eu fui obrigado a votar a favor dessa concessão. Eu era contra, meu voto já estava definido e em uma reunião a portas fechadas, sem a minha participação, o partido resolveu fechar a questão desse assunto e eu fui obrigado a mudar meu voto de última hora, se não perderia meu mandato por infidelidade partidária. Tenho ações no Ministério Público contra a concessão, questionando algumas coisas. Eu fui o único vereador que entrou com isso, após minha saída do PT. Essa é uma questão muito importante pois existe muita dúvida na população, principalmente por funcionários do Saae. Então hoje, eu fico com o pé atrás quanto a isso. Foi a gota d"água, como eu disse, para a minha saída do PT, porque o meu voto era contrário e já estava definida essa questão. Hoje eu estou no mandato de vereador porque votei a favor dessa concessão. Na verdade, a votação já estava definida, pois o prefeito já tinha sete votos garantidos e eu não quis perder o meu mandato que até hoje eu mantenho. O PT está com um pedido de perda de mandato na Justiça, e eu estou lá, com minhas justificativas, porque fui bastante discriminado dentro do partido, mas essa questão da água e do Saae foi fundamental para minha saída do PT e hoje estar como candidato a prefeito para podermos analisar o que vai acontecer e fiscalizar atentamente essa questão da concessão do saneamento básico, e se for necessário, futuramente a gente pode reverter isso.
A cidade de Sorocaba está concluindo o seu plano de despoluição do rio Sorocaba no trecho que lhe compete. E quanto ao trecho do rio na cidade de Votorantim, o que o sr. pretende fazer? Como vai buscar recursos para viabilizar projetos nessa área?
Essa é uma questão muito importante, eu até entrei com algumas ações no MP nesse último ano porque a gente descobriu que alguns pontos estão poluindo diretamente o rio Sorocaba e levando essa poluição até Sorocaba. Lá na estação de tratamento de esgoto do Votocel algumas empresas despejam alguns produtos químicos e isso está dando três vezes acima do normal na qualidade da água negativamente que vem para a cachoeira da Chave, para o rio Sorocaba. Então, é uma questão muito importante, a gente vai ter que reavaliar isso. Já estamos com ações no MP e estive recentemente conversando com o promotor para saber como está essa situação. Tem algumas estações de tratamento, como São Lucas e Green Valley, que estão poluindo totalmente a represa de Ipaneminha, que leva a água para Sorocaba. A prefeitura e o Saae não está tomando providências sobre isso, então estamos muito preocupados com a questão. Eu acho que Votorantim ainda está bem longe ainda da despoluição dessa parte do rio Sorocaba e vamos ter que buscar verbas federais e estaduais para fazer um projeto realmente de despoluição do rio Sorocaba, e que consequentemente venha para a cidade de Sorocaba também. Eu acho que é uma ação fundamental para o próximo governo tomar essas medidas.
Votorantim também tem uma condenação judicial de mais de 20 anos, por na época não ter tomado medidas relativas à despoluição, em uma ação movida pelo Ministério Público. Caso seja eleito, o que o sr. pretende fazer em relação a essa ação pendente?
O promotor me explicou sobre essa ação, e me detalhou algumas coisas, e caso seja eleito, teremos que sentar para ver o que vai ser feito nesse sentido. Não tem ainda nada planejado porque o prefeito que assume é que fica com a bronca. Então teremos que ver alguma solução com o corpo técnico do nosso mandato para decidir quais são as soluções que vamos ter que tomar de prevenção quanto a isso.
Votorantim viu diminuir o número de indústrias nos últimos anos. O próprio Grupo Votorantim não tem o mesmo volume de investimentos que teve no passado na cidade. Como o sr. vai reverter essa situação e atrair mais investimentos para a cidade?
Mudando a lei de incentivo à vinda de empresas.A gente precisa mandar para a Câmara Municipal uma lei realmente, que dê incentivos e condições para que as empresas se interessem a vir para a cidade de Votorantim. Tem uma lei na cidade de Itu, que é muito completa e está dando bastante resultado para aquela região. As empresas são importantes na cidade porque trazem empregos para as pessoas que moram em Votorantim, trazem condições de impostos e aumentam a arrecadação da prefeitura, que para a cidade é uma questão muito importante, e hoje, a cidade tem ainda um grupo de empresas razoável. Eu acho que Votorantim precisa se expandir nesse sentido, precisa da vinda de grandes empresas para a cidade. Hoje Votorantim é uma cidade de destaque na região, que já tem Alphaville, que está trazendo shoppings, como o Iguatemi, e é uma cidade que já está bastante desenvolvida. Então, a gente pretende mexer na legislação, dando mais incentivos para a vinda dessas empresas.
Mas essa redução de impostos não pode significar uma redução no próprio recurso no município?
Não bem a redução de impostos, é que eu não tenho a lei em mãos que nós estamos analisando, mas é uma lei que abrange outros setores, não só com a redução de impostos. Mas muitas vezes, a redução de impostos é compensada com outros fatores. Com uma empresa grande podem ser gerados mil, dois mil empregos, que vão direto de encontro à necessidade do município, dos jovens, podendo se fazer um programa de primeiro emprego em convênio com essas empresas, direcionar emprego para as pessoas de Votorantim, o que vai reverter em salários e também para o comércio da cidade, que vai arrecadar impostos em contrapartida. Votorantim hoje possui o Centro de Atendimento ao Trabalhador (CAT), mas que não funciona de acordo com as necessidades da cidade nesse fator de geração de empregos. Foi um projeto meu, de alguns anos atrás ainda como vereador, mas que hoje, a pessoa vai ter um atendimento no CAT, nem um currículo eles estão sabendo fazer de acordo com as necessidades do mercado. Eu acho que a gente também tem que investir nesse setor, fazer uma revitalização total do CAT na cidade, assim como tem o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) aqui em Sorocaba, e fazer a coisa funcionar realmente, fazer um convênio do PAT com essas empresas, fazer, como eu falei, um projeto de primeiro emprego e fazer uma coordenação para poder dirigir essas vagas de emprego. Outra coisa que eu pretendo fazer é a questão da Universidade do Trabalhador (Unit), que eu pretendo trazer para Votorantim nessa questão de geração de empregos, que dá toda a capacidade profissional para a pessoa e também encaminha para o setor de empregos. A geração de renda em Votorantim é muito grande e depende muito da cidade de Sorocaba. Hoje, praticamente, a cada dez empregos, de sete a oito, os contratos são feitos na cidade de Sorocaba, por empresas de Sorocaba e região. A gente tem que mudar essa realidade, trazendo empresas para Votorantim, como eu falei, para oferecer para os moradores e jovens de Votorantim, essa condição de trabalho na própria cidade. Votorantim, devagar, está perdendo aquele símbolo de cidade dormitório, mas ainda está muito no começo. Eu acho que a gente tem muita coisa para andar nesse sentido, nessa questão de geração de rendas, de empresas, e eu acho uma questão muito importante para a cidade.
Votorantim não tem universidade pública, não tem escola técnica e tem uma demanda que precisa desse tipo de profissional. Quais são os seus projetos para essa área?
São muitos. Já como vereador, a gente fez vários questionamentos ao Governo do Estado sobre a implantação de uma Faculdade de Tecnologia (Fatec) na cidade de Votorantim. Eu atendo muitos jovens na Câmara, eles são a maioria dos que vão me procurar. E eles tem essa dificuldade de ter no início de carreira o curso, e também a questão do primeiro emprego. Então a Fatec é uma faculdade que viria para Votorantim com várias opções de cursos técnicos em várias áreas, para poder também diminuir um pouco essa demanda por cursos profissionalizantes. A gente também pretende aumentar e incentivar os cursos que já são oferecidos pela própria prefeitura, que são os básicos como os de eletricista e computação entre outros. Pretendemos aumentar isso e estender para toda a cidade, levar isso para os bairros e escolas, oferecendo um número maior. Como eu já falei, a Unit que é uma pretensão nossa trazer para a cidade porque dará um âmbito maior. Outra intenção, um pedido que eu fiz, é trazer uma unidade do Senai para Votorantim. Antigamente a cidade tinha um Senai, e perdeu isso já faz alguns anos. O Senai oferece cursos de total profissionalização com capacidade e forma jovens em várias áreas, que são distribuídos para todo o Estado de São Paulo e para o Brasil devido à sua qualidade de formação, já ingressando no mercado de trabalho. Eu acho que Votorantim precisa de ações nesse sentido porque a procura por empregos é muito grande. Nas ruas, as pessoas perguntam muito sobre isso, sobre encaminhamento de emprego, pessoas que estão desempregadas e precisam trabalhar, especialmente jovens que não têm oportunidades, e nós pretendemos dar essas oportunidades a esses jovens e para o trabalhador de Votorantim nessa questão de universidade, também trazer outras universidades, procurar fazer convênios e tratativas para a vinda de outras faculdades para Votorantim. Hoje, na questão de curso técnico, só tem a Etec em Votorantim, e segundo a informações de alunos que estudam lá, ela ainda está bem desestruturada e por isso que nós cobramos novas ações como Fatec e outras coisas para a cidade.
O que Votorantim deixou de fazer para não ter conseguido acompanhar a necessidade de demanda nessa área de qualificação de mão-de-obra? O que o sr. pretende fazer para mudar isso e obter eficiência nessas metas?
- Eu acho que a cidade deixou muito a desejar no sentido de procurar trazer essas faculdades e cursos técnicos para a cidade. Acho que faltou um pouco de empenho da administração em fazer tratativas com o Governo do Estado, com unidades particulares, por que não, e com o próprio Governo Federal para a vinda desses cursos, dessas universidades e condições de emprego para Votorantim. Eu acho que devem ser feitas algumas ações emergenciais e imediatas nesse sentido. Tem que correr atrás, ir até o Estado, conversar com as pessoas da secretaria responsável, procurar o Governo Federal e entidades particulares para trazer isso para a cidade de Votorantim. Falando nesse assunto, tem outra questão importante em Votorantim na área de educação. Hoje existe muita reclamação de funcionários pela desqualificação ou pela falta de oportunidade de alguns cursos mais específicos para aprimorar. Então na área de educação a gente pretende fazer uma reforma geral na cidade, pretendemos valorizar os funcionários, fazer um plano de carreira nesse sentido, bonificação para os professores, respeitar os direitos dos resíduos do Fundo de Manutenção da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Pretendemos também dar oportunidade para jovens que fazem pedagogia na cidade, implantando o "Aluno Aprendiz" nas escolas, que ajuda o professor. São pessoas que atuam no ensino fundamental e trabalham na área de pedagogia, no segundo ou terceiro ano. A área de educação também, em Votorantim, a gente pretende trazer alguns incentivos para essa área como o bolsa material escolar, que é oferecido hoje pela prefeitura e nós pretendemos manter e levar para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), porque hoje os alunos da Apae de Votorantim não têm esse benefício, então a gente pretende estender esse benefício, que é um pedido muito grande da população. Outra questão importante na área de educação é a das creches. A gente pretende aumentar o número de creches em Votorantim porque hoje a demanda é muito grande e uma das maiores procuras na Câmara Municipal é a falta de creches para crianças em Votorantim. Então as mães precisam trabalhar, muitas vezes têm seus cursos e suas qualificações profissionais, mas não podem se inserir no mercado de trabalho porque não tem vagas de creches disponíveis. Segundo um levantamento que nós fizemos, faltam hoje, de cinco a oito creches em Votorantim para suprir a demanda. Então a gente pretende também investir nessa área de educação, construindo novas creches ou adaptando em escolas já existentes, fazendo aqueles tipos de creche-escola. Alguns bairros já estão no nosso plano de governo, para isso já começar de imediato. A gente pretende também fazer contatos com a unidade do Sesi de Votorantim, porque uma das grandes procuras hoje é nessa área de educação. E é mais uma oportunidade de uma escola do Sesi na cidade. Muitas mães questionam o porque de não poderem colocar seus filhos no Sesi e nós sabemos que hoje, a grande maioria de vagas é direcionada para crianças que são parentes de pessoa que trabalham em indústrias. Então a gente queria fazer tratativas também com a direção do Sesi de Votorantim para ver se a gente conseguia a médio ou curto prazo, implantar mais uma unidade da escola do Sesi em Votorantim, que oferece um ensino de qualidade às crianças em período integral e baixo custo. A gente escuta muito isso, o pessoal quer ter a oportunidade de colocar suas crianças no Sesi, principalmente pessoas que moram ali perto do centro esportivo do Sesi. Há também a questão da redução de alunos por sala de aula. Hoje é uma reclamação de muitos professores e mães de alunos de que existe um número muito grande de alunos em sala de aula. Então, no nosso plano de governo colocamos também essa questão da redução de alunos. Hoje tem salas de aula em Votorantim com cerca de 50 crianças, então o ensino fica prejudicado e a questão de o professor passar o que precisa para esses alunos também fica prejudicada, então a gente tem um plano de, com a construção de novas salas, reduzir esse número para ter um ensino de maior qualidade, porque com menos alunos, acaba se aprendendo mais. Assim como é feito em várias escolas particulares. Existe hoje uma grande demanda por conta desse grande número de alunos em sala de aula. Outra questão importante na área de educação que eu quero discutir é que atualmente, os projetos são enviados para a Câmara de última hora. Projetos importantes, que mexem com o plano de carreira de professores e aposentadoria são enviados para a Câmara sem que haja uma conversa com os interessados. Então já está no plano de governo, assim que houver um assunto interessante ligado à área de educação, chamar todos os responsáveis, professores, diretores, coordenadores e auxiliares infantis para uma reunião com um certo período de antecedência para que isso seja discutido abrangentemente, que sejam colocados todos os pontos importantes do projeto antes que se envie para a votação dos vereadores, porque se chega de última hora na Câmara, o que acontece muito, não tem como se analisar na íntegra esses projetos, há pouco tempo para isso. Eu acho que essa questão de educação tem que ser avaliada a fundo, com tempo, com prioridades e tem que estar com o tento de todos. Então já está no plano de governo também, fazermos essa opção de conversar, não só na educação, mas também em saúde e as questões que envolvem o funcionalismo público. Falando em funcionalismo, nós temos também alguns planos, que a gente pretende dar condições para o funcionalismo público, melhorar a qualidade de trabalho com equipamentos, fazendo também um plano de carreira e revisão de cargos e salários nessa área que é bastante questionada na cidade de Votorantim, pois os funcionários questionam muito. A gente pretende também trabalhar bastante na área, fazer um centro esportivo para eles, melhorar a qualidade da comida, que hoje é oferecida por marmitex, que é uma reclamação constante, também em relação à falta de opções de cardápio e também da qualidade da comida. Pretendemos fazer ações nesse sentido, valorizar o funcionário público, fazer algumas ações de bonificações, como a inclusão da nona parte. Então a gente quer valorizar também essa parte do funcionalismo público, qualificando, oferecendo alguns cursos específicos a todas as áreas da prefeitura e também oferecendo condições melhores de trabalho, porque hoje, em alguns setores da prefeitura, o funcionário trabalha sem condição nenhuma de equipamentos, correndo risco de segurança entre outros fatores. Outra questão importante é a reclamação quanto a construção de um refeitório municipal voltado para o funcionalismo, que é muito pedido e está no nosso plano de governo, para que os funcionários tenham um local para almoçar com qualidade e tranquilidade.
Assista ao vídeo com a entrevista do candidato Fernando de Oliveira Souza (DEM) no portal www.cruzeirodosul.inf.br, a partir das 12h de hoje
O jornal Cruzeiro do Sul não se responsabiliza pelo uso que os partidos e coligações possam fazer de suas reportagens, vídeos e notícias online, durante a campanha eleitoral. O jornal estará atento para que esses materiais não sofram qualquer distorção ou edição que altere a percepção do conteúdo real, devendo, se isso ocorrer, tomar as providências cabíveis para resguardar seus direitos.
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