Jornal Bom Dia
Cidade vizinha a Sorocaba realiza um dos maiores projetos habitacionais do Estado voltado a 900 famílias
Com verba do governo federal de R$ 51.640 milhões, sendo R$ 3 milhões
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o restante do Minha
Casa, Minha Vida, Votorantim já entrou na fase de remoção das famílias
das áreas verdes, nos bairros onde serão construídos 900 apartamentos.
A
secretária municipal de Cidadania e de Geração de Renda, Ivone Batista
Nunes, explica que em 2009 foi feito um levantamento daqueles que moram
em áreas verdes da cidade, com anotação dos dados de cada família e
numeração dos barracos.
Depois disso, os casos foram analisados
para saber quem tem direito ao apartamento. “Naquele ano o responsável
pela família assinou um documento dizendo que não poderia vender ou
ampliar o barraco para não perder o direito ao imóvel que será
construído.”
Os 900 apartamentos, de 42 metros quadrados cada,
serão destinados às famílias cadastradas de 34 áreas verdes, mas somente
aqueles que moram nos bairros Itapeva e Vila Garcia precisarão ser
retirados nesta primeira fase do programa batizado de “Votorantim Sem
Favelas”.
Num primeiro momento a remoção será em 20 barracos da rua
Jorge Winkler para a construção de unidades da Vila Pedroso I. Somente
nesta área serão erguidos três blocos com 20 apartamentos.
Ainda
de acordo com Ivete, na sequência será realizada a remoção de 43
famílias, do bairro Vila Garcia 2, com acesso pela rua Isabel Ferreira
Coelho e, posteriormente, a retirada daqueles que residem na área onde
será construída as unidades para as famílias do Vila Garcia 1,
localizado na avenida 27 de Março. O trabalho de remoção será concluído
com a retirada de 81 famílias do Votocel, onde serão construídas mais
260 unidades.
Com a retirada das famílias dessas áreas, os
barracos de madeira estão sendo demolidos e, no local, serão realizados
os serviços de terraplanagem.
Segundo a secretaria de Cidadania
de Votorantim, serão removidas um total de 145 famílias, parte delas
foram para casa de parentes e outras alugaram imóveis por meio de
subsídios, como o aluguel social, de acordo com o projeto de
desfavelamento da cidade.
De alvenaria
O
prefeito de Votorantim, Carlos Augusto Pivetta (PT), contou que chegaram
a ser feitas comissões de moradores das áreas verdes para a visita a
prédios de outras construtoras. “Para mostrar que o que se está
construindo é coisa boa, com boa estrutura e material que deixa para
trás muitos empreendimentos que estão sendo vendidos na faixa de R$ 100
mil.”
Pivetta esclarece ainda que os beneficiários do programa
habitacional seguem critérios rígidos do município e também da Caixa.
Entre eles: ter renda familiar de até R$ 1.200, ter sido cadastrado em
2009 pela Secretaria da Cidadania e não ter participado de outro
programa de habitação.
Os cem primeiros
O
contrato para a construção de 900 unidades no município já foi assinado
pela prefeitura. O primeiro a ser atendido é o denominado Vila Pedroso
3, onde os serviços de fundação dos cinco blocos estão na fase de
conclusão. Desde o mês passado a empresa responsável pelas obras está
realizando a fase de montagem das formas para a concretagem dos quatro
primeiros apartamentos, ou seja, do andar térreo do primeiro bloco.
Na
região do Itapeva serão construídos ainda as unidades da Vila Pedroso 1
e 2, totalizando 320 apartamentos. Na Vila Garcia, são mais duas etapas
– os Vila Garcia 1 e 2 – com 160 unidades cada e no Votocel mais 260.
Expectativa para a casa própria é grande
Moradoras
que já foram removidas recebem o subsídio do aluguel social, no valor
de R$ 300, e aguardam para se mudar de forma definitiva
A viúva Rosemeire Soares Pereira, 40 anos, diz que é difícil
controlar a ansiedade para, finalmente, “se sentir em casa”. Ela é uma
das beneficiárias do projeto “Votorantim sem Favelas” e conta que será a
primeira vez que terá um imóvel em seu nome.
Rosemeire morava,
há 20 anos, com os quatro filhos no bairro Itapeva, num barraco de
madeira que tinha sala, cozinha e três quartos, além de luz e água
encanada.
Há um mês, ela foi uma das removidas da área e mudou-se para o fundo da casa de uma amiga, no bairro São Lucas.
Rosemeire diz que quando começar a receber o subsídio do aluguel social vai repassar à amiga por ela ter abrigado sua família.
Outra
família que já foi removida é a da desempregada Viviane Aparecida
Leite, 35. Ela conta que vivia no barraco da rua Isabel Ferreira Coelho,
na Vila Garcia, há cinco anos, e que mudou-se para lá depois que o
marido ficou desempregado. “Antes disso, a gente pagava aluguel numa
casa no Bairro dos Morros, em Sorocaba”, comenta.
Com o subsídio
social ela conseguiu alugar uma casa na própria Vila Garcia, onde está
com o marido e os três filhos (gêmeos de 7 anos e um de menino 8).
Os demais moradores das áreas verdes da Vila Garcia tinham até 30 do mês passado para encontrarem outro local.
Áreas desocupadas
A secretária de Cidadania e Geração de Renda de Votorantim, Ivete
Batista Nunes, conta que as áreas verdes desocupadas receberão toda a
assistência da prefeitura para que não voltem a ser favelas. “A
intenção, para o futuro desses locais, é que sejam feitos parques e
outras áreas de lazer, como campo de futebol ou deixaremos disponíveis
para a construção de escolas”, afirma.
Apartamento
O condomínio vertical será fechado
por alambrados e terá guarita na entrada para segurança dos moradores.
Cada apartamento terá sala e cozinha conjugadas, dois quartos e
banheiro.
Dificuldades
A secretária de
Cidadania e Geração de Renda, Ivete Batista Nunes, avalia que a remoção
da maioria das famílias será tranquila, “porque elas querem se mudar
para um imóvel que ofereça condições boas e estrutura em alvenaria”, mas
alerta que há uma minoria que pode vir a querer enfrentar a prefeitura.
“Algumas pessoas, depois de 2009, acabaram vendendo o barraco, mas
agora querem ter o benefício e não tem”, conta.
Pagamento
As famílias beneficiárias pagarão o imóvel com 10% da renda em até dez anos.
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