Diário de Sorocaba
A polícia investiga agora um segundo indivíduo que pode ter participado do crime
Mesmo diante das provas, Cândido nega ter assassinado o enfermeiro (Foto: Fernando Rezende)
O mecânico e ex-presidiário Jorge Rodrigo da Silva Cândido, 29 anos, foi
novamente preso no último dia 28, em flagrante de tentativa de roubo em
Votorantim. Ele já estava sendo investigado pela Polícia Civil por ser o
principal suspeito de ter matado o enfermeiro Edson Aparecido
Rodrigues, de 40, no bairro de Aparecidinha. Agentes da Delegacia de
Investigações Gerais (DIG) já haviam pedido a prisão temporária do
suspeito à Justiça, por possuir provas suficientes contra ele, que,
mesmo diante das acusações, segue negando o crime.
Na tarde de domingo, 14 de outubro passado, Rodrigues foi encontrado num
terreno baldio da rua Roberto Vieira Holtz, com as mãos amarradas para
trás e com um pano tampando sua boca e nariz. Ao lado do corpo havia um
jaleco do tipo hospitalar, cujos pedaços foram usados para o crime.
Conforme resultado do laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML), a
causa da morte foi asfixia e estrangulamento. De acordo com o delegado
José Humberto Urban Filho, a vítima era enfermeiro do setor de
hemodiálise de um hospital da cidade e morador na Vila Nova, em
Votorantim.
O delegado informou que Rodrigues havia trabalhado normalmente no
sábado, dia de sua morte, até a tarde. Após sair, não foi mais visto.
Durante a investigação do caso, a polícia ouviu testemunhas que disseram
ter visto Cândido saindo do apartamento da vítima e dirigindo seu
carro; depois teria retornado sozinho. Diante das declarações de
familiares e vizinhos, a polícia esteve no apartamento da vítima e
constatou que o local estava todo revirado. O computador e o carro de
Rodrigues tinham sido roubados.
Dez dias após o crime, o carro do enfermeiro foi localizado na Vila
Joaniza, zona sul de São Paulo. A polícia acredita que Cândido tenha
pedido para um comparsa levar o carro para a Capital, a fim de despistar
a polícia. Agora as investigações prosseguem para descobrir a
identidade deste outro homem que teria tido participação no roubo do
veículo.
Segundo a polícia, o enfermeiro tinha um relacionamento com Cândido há
oito anos, mas já teria tido envolvimento com outros detentos, inclusive
chegando a morar com um deles; além disso, a vítima já teria sido
ameaçada por ele, enquanto moravam juntos. “Ele matou por
desentendimento conjugal e financeiro”, atribuiu Urban. “Ao levar o
carro e o computador, ele (Cândido) quis se desfazer de provas que o
incriminassem, pois sabia que Edson tinha coisas que revelassem os
dois.” Mesmo diante das acusações, testemunhas e provas, o delegado
informou que Cândido nega o crime. “Ele diz que viu o enfermeiro pela
última vez nas vésperas do primeiro turno das eleições; mas temos
testemunhas que contradizem essa alegação.”
O ROUBO EM VOTORANTIM – Por volta das 21h30 do último
dia 28, Cândido chegou à sede do Corpo de Bombeiros, localizada na
avenida Trinta e Um de Março, em Votorantim, dizendo que havia sido
agredido por um desconhecido. No entanto, quando a Polícia Militar foi
atender à ocorrência, recebeu informação sobre uma tentativa de roubo de
moto, cujas características físicas do suspeito eram semelhantes às
dele.
Ao ser levado para a delegacia, Cândido foi reconhecido pela vítima e
constou contra ele o mandado de prisão temporária pelo homicídio de
Rodrigues. Com ele, havia uma faca de cozinha. Pelo crime de latrocínio,
Cândido deverá permanecer preso até o próximo dia 28 caso a Justiça não
aceite as provas da polícia. Porém, por ter sido flagrado em tentativa
de roubo, poderá ficar mais tempo atrás das grades. Esta é a terceira
vez em que ele vai preso por crime de roubo.

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