Gazeta de Votorantim
Benjamim Pesce

Segundo o presidente da Associação Comercial, a solução seria a criação de uma Zona Azul
Graças às facilidades que as montadoras oferecem aos clientes na hora de adquirir um veículo, o número de carros pelas ruas de todo o país aumentou consideravelmente nos últimos anos, com as pessoas utilizando-os em qualquer necessidade.
Esta situação também é vivenciada em Votorantim. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o número de automóveis licenciados em Votorantim até o mês de dezembro de 2012 aproxima-se a 55.000 mil e os que circulam pelas ruas chega a 1.500 por hora. Com este acúmulo, motoristas enfrentam dificuldades na hora de encontrar uma vaga para estacionar no Centro.
Anderson Maciel, 26 anos, é ambulante e vende suas mercadorias na calçada da avenida 31 de Março. Sempre que possível, deixa seu carro em um espaço próximo do seu ponto. “Para mim é mais fácil deixar o carro aqui do meu lado. Hoje tive sorte. Só que quando não tem, tenho que largar no estacionamento. É um gasto a mais. Creio que a avenida é estreita para o movimento que tem. No governo passado, retiraram os caminhões aqui do Centro. Só que não pensaram no aumento de pessoas e o consequente crescimento da frota nas ruas”, diz.
Por morar na região central, José Carlos Verdoodt, 57 anos, afirma que não enfrenta mais esse problema, pois passou a resolver suas obrigações caminhando. “Nem sempre foi assim. Quando morava na Vila Nova e vinha até o Centro, ficava de 30 a 40 minutos procurando um lugar para estacionar meu carro. Aos sábados e dias de pagamento, era pior ainda”.
Verdoodt não se conforma com os comerciantes que demarcam vagas em frente aos estabelecimentos com cones ou qualquer outro tipo de sinalização. “Tem muita gente que faz isso na cidade. É muito ruim. A rua é de todos e ninguém tem que ter prioridade em frente de loja”.
Opinião semelhante tem Claudinei Bueno de Oliveira, que afirma que não respeita quando encontra esta situação. “É um absurdo. Já passei por cima. Pego o cone e tiro do meio. Se for preciso, jogo longe. Não estou nem ai”, conta.
Zona Azul seria a solução
Davi Oliveira, presidente da ACEV (Associação Comercial e Empresarial de Votorantim) crê que a solução para o problema da falta de vagas no Centro é a criação de uma Zona Azul na cidade. “O comércio expandiu demais nos últimos anos. Os comércios não estão apenas na avenida 31 de Março, mas também nas ruas transversais. A estrutura da cidade não agüenta mais tantos veículos. Fizemos campanha para que os comerciantes não deixassem o carro na frente da loja, assim possibilitando mais espaço para os clientes, porém não deu certo. O ex-prefeito liberou o terreno ao lado da prefeitura para eles estacionarem enquanto trabalham, mas também não tivemos retorno desejado. Os estacionamentos estão sempre lotados. Então, creio que a solução é a criação de uma Zona Azul em Votorantim, comandada pelos comerciantes. Eles forneceriam o cartão aos consumidores, com o tempo máximo de 30 minutos. Se passar disso, pagariam um valor. Tem um espaço vago, entre a prefeitura e uma banca próxima, que poderiam render algumas vagas em 45 graus, que também ajudaria nesse problema”.
O presidente diz que não concorda com qualquer tipo de demarcação em frente das lojas para privilegiar os clientes com a vaga. “É totalmente errado. Sou comerciante e nunca fiz isso. Todos têm direito a estacionar seus veículos onde encontrarem uma vaga. Eu mesmo deixo meu carro longe, para não ficar com a frente da minha loja ocupada”, conta Oliveira.
Reformulação do sistema viário
A assessoria de imprensa da prefeitura informa que no programa de governo, desde quando era candidato, o atual Prefeito Erinaldo Alves da Silva já tratava do assunto na área de mobilidade e infra-estrutura urbana deixando claro a necessidade de reformulação do sistema viário atual com a consequente abertura de vias e a reavaliação de todo o sistema de tráfego na região central da cidade, adotando critérios técnicos para a efetiva implantação. Esses critérios técnicos estão em fase de estudos e necessitam de um determinado tempo para a sua implementação.
Com relação aos comerciantes que reservam vagas em frente ao estabelecimento com cones, a prefeitura informa que isso não é permitido. Toda forma de sinalização colocada ao longo da via é responsabilidade do órgão municipal de trânsito. A sinalização deve obedecer aos padrões constantes do manual de sinalização viária do CONTRAN. Portanto, é proibida, a utilização de qualquer forma de sinalização viária que esteja em desacordo com esse dispositivo. Formas aleatórias de sinalização colocadas na via são consideradas obstáculos que comprometem a livre circulação de pessoas e veículos, conforme artigo 94 do Código Brasileiro de Trânsito. O artigo 95 do mesmo código prevê a aplicação de multa de 50 a 300 FIR (UFIR = R$ 1,0641) para quem descumprir essa norma. Denúncias podem ser feitas para a Polícia Militar e para o SESEC (Secretaria de Segurança Comunitária de Trânsito e de Transportes), através do e-mail sesec@votorantim.sp.gov.br, que poderá retirar e apreender o material utilizado nessa sinalização.
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