Folha de Votorantim
Valdinei Queiroz
O evento, que contou com 8 grupos musicais, teve como banda principal Casa das Máquinas
O CarnaRock, iniciado nas primeiras hors da tarde do último domingo (10) até o anoitecer, contou com a presença de aproximadamente mil pessoas (espaço lotado), de diversos municípios da região de Votorantim. Além da grande atração, que foi a Casa das Máquinas – uma banda virtuosa dos anos de 1970 -, o evento ainda contou mais sete bandas, sendo cinco do município.
A atmosfera do local se transformou. De uma praça, que tem nome de ex-prefeito (José de Oliveira Souza), e que fica localizada entre a Biblioteca Municipal e a prefeitura, para um espaço onde adeptos do rock ‘n’ roll foram curtir um som. Camisetas de bandas clássicas como Black Sabbath e Pink Floyd deram o tom ao minifestival.
Uma parcela do público, que estava indo até o evento, se confundiu com a localização do Complexo Urbanístico “José de Oliveira Souza” (praça Zeca Padeiro), achando que o CarnaRock seria realizado na praça de eventos “Lecy de Campos”. Como não havia nenhum som no ambiente e, sobretudo, ninguém no recinto, os apreciadores de rock seguiram a avenida 31 de Março até encontrar com os arranjos musicais.
A primeira banda a se apresentar foi Os Insanos, de Votorantim. Em seguida, Prestto foi ao palco para mostrar seu som ao público, que surgiu na cidade. Depois disso, Prestto deu lugar para Hearsedriver tocar suas canções. A banda convidada de Sorocaba, a Monoclub, tocou músicas entre os estilos folk, country americano e rock caipira.
Ao término de Monoclub, Instinto, de Votorantim, veio à toca e agitou o público com a sonoridade hardcore. A seguir, a banda Fones, que nasceu em Sorocaba, plugou a guitarra no amplificador e começou a “palhetar” freneticamente. O público, que assistia, foi ao delírio e relembrou o tempo áureo do grunge, na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, no final da década de 1980.
Maze of dreams foi a banda responsável de finalizar a parte das bandas de região para passar o bastão para uma das melhores bandas de rock psicodélico que o País já viu. Trata-se da Casa das Máquinas, que surgiu em 1973. Eles gravaram entre 1973 e 1978 três álbuns no estúdio. Por problemas internos e externos, a banda parou. Retornou só em 2007, durante o festival Psicodália, em Santa Catarina.
Casa das Máquinas
Quando os cinco integrantes da banda entraram no palco, a galera começou a ovacionar o nome do quinteto que, prontamente, os membros da Casa das Máquinas retribuíram o carinho com clássicos como “Vou Morar no Ar” e “Casa de Rock”, e algumas novas canções que, segundo o tecladista Mário Testoni Jr., farão parte do novo disco, que pode sair este ano.
Eles fizeram um show de aproximadamente uma hora e meia, que aformoseou o público presente na ocasião. Homens e mulheres, que curtiam o som da banda na década de 1970, foram para reviver aquele tempo: de rock e psicodelia – ingredientes perfeitos para uma sonoridade de qualidade.
O secretário de Cultura Marcelo Domingues esteve no espaço e viu – do começo ao fim – a apresentação do quinteto paulista. Ele, por sinal, fez presença em todas as bandas que tocaram no CarnaRock. Além dele, a vereadora Fabíola Alves da Silva Pedrico (PSDB), juntamente com o pai, o prefeito Erinaldo Alves da Silva (PSDB) e o seu vice Silvano Donizetti Mendes (PDT).
Votobandas
A grande maioria do público presente no CarnaRock mencionou sobre o evento Votobandas, que terminou na terceira edição, realizado em 2008, na época de Jair Cassola (PDT) como prefeito do município. O festival tinha público médio de 12 mil pessoas.
Para o estudante de publicidade Guilherme Ayrolla, 26 anos, que nasceu em Votorantim mas atualmente reside em Sorocaba, o Votobandas foi um dos melhores eventos da região que ele já compareceu. “Na época, eu fiz para ver Volpina e INI, duas bandas de Sorocaba que estavam fervilhando”, relembra. No CarnaRock, Ayrolla foi para ver Fones, um trio que surgiu no ano passado, tocando um som seco e, ao mesmo tempo, pressuroso.
Outro que recorda do Votobandas é o motoboy André Aguiar, 25 anos, morador de Sorocaba. Ele conta que, naquele período, Votorantim era extremamente aquecida com atrações musicais e artísticas. Segundo Aguiar, dos últimos anos para cá, esta atmosfera decaiu. Fugindo do lado do evento, o motoboy disse que a prefeitura – seja qual for o município – deve pensar, antes de qualquer coisa, nas demandas em que os cidadãos enfrentam no seu dia a dia e relembrou que algumas cidades do País não realizou o Carnaval para solucionar problemas nas áreas de educação e saúde.
Já a estudante de cinema Juliana Franco, 22 anos, moradora da Vila Dominguinho, veio ao Carnaval por dois motivos: para rever os amigos e para ver a apresentação das bandas Fones e Monoclub, ambas de Sorocaba. Segundo ela, este evento foi uma alternativa para aqueles que não gostam de folia. “Como é o meu caso”, brinca.
De acordo com a estudante de arquitetura Raíssa Mitidieri, 21 anos, residente do Jardim Icatu, foi para assistir as apresentações de Fones, Monoclub e, sobretudo, da Casa das Máquinas. Ela, como Juliana, foi ao evento para celebrar o domingo com a presença dos amigos.

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